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Poesias-->FOME DE AMOR -- 24/01/2007 - 16:54 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FOME DE AMOR

Elane Tomich



De me amares, liqüefeito,

pega a matéria prima

do gozo e me recomeça,

molda-me, morda e comprima

num jeito de amor sem jeito!

Coma-me como uma fera

feroz e devagarinho,

desgovernando o carinho.



Acha em minha carne a espera

e o destino da espécie.

Beba-me com carinho

ou, se a sede for voraz,

acaba de um trago o vinho

de costas, bebo a dor da paz.

Descola da pele o arrepio

e reconstrua meu cio.



A porta da carne é certa

no vértice do ângulo reto,

das minhas coxas abertas.

O perto ficou tão perto

que o aperto estala certo.

Voarei em teus calafrios

colhidos na flor dos delírios...

num faz sentir colorido!



Não para, que o meu gemido

é o começo do sentido,

da paixão que nos consome.

Atávica carne em tormento

de encontrar no infinito a fome

de meu sangue de mulher,

que neste exato momento

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