NORMAS E ROTINAS
Liso como o gelo e aberto ao ar
permanece o segredo desvelado por urgência.
A alma exposta ao público olhando qual prisioneiro
como se dela dependesse confessar alguma pena.
São permitidas as lágrimas, risos, pensamentos-
mas são proibidos esconderijos , como se fossem criminosos,
como se os cantos escuros não permitissem a vida.
Grande mentira escolhida como verdade absoluta!
Quem disse a ti, pobre pessoa instruída-
qual monitor com antena e fios, ao invés de artérias,
que somos feitos em moldes, que temos guia,
que a direção desta vida, que é vida nossa, é sua?
Tua vida inteira pertence
ao teu coração misterioso
que finca o sangue e o escorre para dizer que está vivo.
Planta centelhas em nomes, busca os anzóis pelos olhos,
sabe o mistério das almas, pesca no instante do beijo.
Jogue pro alto tuas dores, leve até o sol teus anelos.
Quebre os esquemas pautados, derrote as normas alheias,
Cante e abrace com força e volte a esconder seus segredos
Que eles são teus, te pertencem – e tua vida, é tua!
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