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Contos-->Uma Criança No Zoológico -- 08/01/2006 - 23:46 (wagner araujo da silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma Criança No Zoológico – 07.Janeiro.2006 – 03:10

Em um belo dia ensolarado, Dona Belarmina resolveu levar seu pimpolho Tadeu ao zoológico pela primeira vez. O pai, seu Severino, não quis nem saber de enfrentar filas e o sol de rachar mamona. Deu o dinheirinho contado à dupla, desejou boa sorte e foi ao boteco esfregar o umbigo no balcão e conversar com os amigos. Pobre seu Severino, mal sabia ele que perderia de ver as imagens de uma criança maravilhada perante animais que nunca antes vira. Imagens daquelas que nunca mais saem das retinas de um pai.
Dona Belarmina pegou o metrô com seu filho até a estação Jabaquara e, de lá, um micro- ônibus do próprio zoológico.
Ao chegar, o pequeno Tadeu já se encontrava em êxtase. Um parque enorme, macacos guinchando e pássaros trilando nas árvores o conectava diretamente com nossa sábia mãe natureza, filha de nosso Deus Pai.
Entrando no zoológico viraram no primeiro corredor à esquerda e se depararam com várias aves. Araras, abutres, emas, falcões e águias. Tadeu gostou das águias, sem fazer a menor idéia de que estava diante de um exemplar da espécie que havia sido o símbolo e apelido de um dos maiores gênios da história do Brasil.
Vieram os elefantes. Tadeuzinho leu na placa a palavra paquiderme e logo perguntou para a mãe o significado dela. Dona Belarmina lhe respondeu que paquidermes são todos aqueles animais que têm a pele enrugada. Tadeu não perdoou.
- Mamãe, então o vovô é um paquiderme?
Dona Belarmina fingiu que não ouviu e saiu puxando o guri pela mão.
Veio a girafa. Ao ver o mamífero girafídeo bonito, altivo e misterioso, indagou a mamãe porque ela chamava a vizinha da frente de girafa. Dona Belarmina retrucou:
- Porque ela fica esticando o pescoço atrás da cortina para ver o que se passa em nossa casa filho.
- Ah, legal. E ela também tem a língua preta como a girafa?
A mãe sorriu e disse:
- Só se ela mordeu a língua, do jeito que é venenosa....
- Mamãe, que bicho é aquele?
- Uma capivara, filho.
- E porque papai sempre chama a vovó de capivara?
- Ele fala assim da minha mãe?
Ao perceber a fúria desencadeada, Tadeu deu de ombros e nada disse, mas com o canto dos olhos viu a feição da mãe mudar. Sentiu que algo estrondoso aconteceria quando voltassem para casa.
- Olha filho, um lobo. Igual os dos filmes que uivam à noite.
- Mamãe, você é uma loba? Eu sempre te ouço gritar ÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚ à noite quando você está brincando não sei de quê com o papai...
- Tadeu, respeito com a sua mãe!
- Ai, minha orelha!
- Vamos ver outra coisa. Olha o macaco babuíno....
- Por que ele tem a bunda vermelha? Apanhou?
- Sim, apanhou! E a sua também vai ficar assim se me comparar com outro bicho.
Temendo pela integridade de suas porpetas achou melhor nem comparar o pavão com seu primo Honório que tinha trejeitos tão esquisitos que mais parecia sua priminha Jucicleide.
Já era mais de meio-dia e a fome dominava os dois. Resolveram então entrar em uma fila para comerem um sanduíche ou uma pizza brotinho. Tadeu não pôde deixar de reparar uma mocinha que insistia em beijar o namorado de forma escandalosa. Dona Belarmina também reparou e ficou até com vergonha. “Será que eles não têm outro lugar pra fazer isso?”, pensou ela.
Buchos saciados, mãe e filho prosseguiram, agora pela ala dos felinos. Leões, tigres, panteras, leopardos. Lindos e com olhares taciturnos, como se estivessem, com os olhos, a lamentar o confinamento.
Um pouco mais adiante um grito.
- Mãe, olha o urso! Que grandão! Que unhas grandes...
- Olha na plaquinha, o nome dele é Yuri. É um urso pardo.
Maravilhados, Tadeu e outras crianças olhavam para o recinto do urso que ficava abaixo de onde estavam. E se divertiam ao verem o urso subir e descer pelas pedras para mergulhar em uma piscina estrategicamente construída bem no meio de seu improvisado habitat. A mãe não pôde deixar de rir quando ouviu uma menininha brincando com o urso.
- Ursinhooooo...venha aqui! Ursinhooooo! Mamãe, posso ter um ursinho desse?
Dona Belarmina imaginou um bichinho daqueles em seu quintal. Nunca mais sairia para pendurar roupas no varal.
Tadeu também gostou muito das zebras e do alto de sua inocência perguntou:
- Mãe, quem pintou aqueles cavalos?
- Não são cavalos, filho. São zebras. E aquelas listras são únicas. Nenhuma zebra tem as mesmas listras que outra.
- Puxa, da hora. E o que é aquilo?
- Ah, filho. É o hipopótamo. O nome dele é Tetéia.
- Tetéia? Ele é gay mamãe?
- Não, Tadeu. Olhe, ele fica submerso para se refrescar. Entendeu?
- Tirando o submerso eu entendi.
Foi então que uma voz anunciou pelos alto-falantes que o zôo fecharia em trinta minutos. Dona Belarmina pegou a fina e macia mãozinha de seu filho e caminharam em direção à saída.
- Podemos voltar mais vezes mamãe?
- Claro filho, mas antes nós vamos visitar o Zôo Safári. Você vai adorar. Lá os bichos ficam soltos.
- Que legal! Mamãe, eu te amo!



Wagner -








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