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Poesias-->Guerreiros de Cristal -- 16/01/2007 - 00:28 (Silvio Guerini) |
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Não há monstro alheio que não enfrente
nem tempestade que não domine
na dor, exorciza os fantasmas da mente
não há inimigo que o subestime
mas quando volta ao seu canto
na busca d’um colo
de mãos que lhe afaguem
que recomponham seu pólo
se encontra com o nada
vazio doído que dilacera
ausência de um tudo tão forte
que o coração se destempera
e o pranto, assim, rola solto
machucando fundo
como duras lágrimas de vidro
no seu rosto, agora envolto
d’um pesar profundo que lhe veste
expondo do frágil de que é feito
da carne que lhe reveste
do coração que lhe bate no peito
a pureza do seu ser agreste
e mesmo que fraco na luta
num fio de coragem que lhe reste
mesmo contra força desigual
nunca se cansa no combate
valente guerreiro de cristal
e o sol que desponta no horizonte
anunciando um novo dia
faz seu pranto, então, secar
e o que restou das lágrimas da noite
da mesquinha solidão
faz em si sua própria armadura
alma agora em prontidão
que seus demônios esconjura
pois novas lutas vai lutar
pois é essa sua ventura
mais quimeras há de vencer
ser do mundo... sua cura
É na sua fragilidade
que sua força eclode
e na fraqueza de quem acode
sua razão... a imortalidade
É no seu medo
onde encontra sua coragem
e no temor do irmão... selvagem
a invencibilidade... seu enredo
É no seu desamor
onde se vê frente da luz
e na dor de quem conduz
acaba encontrando um sol... inspirador
Se regozija na luz
onde sabe ser seu destino!
Se purifica na dor
que sabe ser passageira!
Se expande no espírito
que sabe ser imortal!
Destemido ser
poderoso guerreiro de cristal!
Silvio Guerini
9 de abril de 2006, 16h35
guerinis@uol.com.br
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