Festas em salão de prédios, no quintal de casa ou mesmo na rua da vila em que se morava. Palhaços de cara pintada, nariz vermelho tipo tomate, balões e mais balões nas paredes, coxinhas e empadinhas a vontade feitas pela Dna. Maria.
Crianças saindo pelo ladrão, correndo de um lado para outro, brincando de corre-cotia, de pega-pega, de esconde-esconde, passa-anel, dança das cadeiras,dentre tantas outras brincadeiras. Teatrinhos de fantoche, daqueles de dar risada até não acabar mais, risada essa fruto de um improviso qualquer daquele mesmo palhaço, tão simpático, que vinha de ano em ano nas festas de família animar a garotada.
Língua de sogra, bala de coco com papel colorido, brigadeiros e mais brigadeiros sem número contado, gelatina de copinho, dentre tantos outros docinhos. Tudo feito pela Dona Maria.
Animação de deixar qualquer salão de pernas pro ar, tantas eram as crianças que ali vieram brincar. Final de festa onde restou somente as letras em isopor colorido escrito: "PARABENS....."
Parabéns, mamãe, por realizar festas tão maravilhosas, tão gostosas, que jamais esquecerei.
Festas de hoje em dia tem a mesma alegria, mas o numero de crianças é contado.
Os brinquedos são de ultima geração, mas não sei se proporcionam a mesma diversão.
Hoje tem muito mágico e palhaço bom, que traz som de ultima geração, atrações com terceira dimensão, inclusive.
Muita criança fica sentada grudada na saia da mãe de tanto medo que tem do barulho destes brinquedos de buffet infantil, que mais lembram um parque de diversões.
Não digo que não diverte. Alem disso, é pratico, não tem o trabalho de buscar os doces na casa da Dona Maria, que se não fosse algumas loucas mães que insistem nas festas de salão nem mais existiria.
Mas talvez as crianças queiram brincar no chão, de corre - cotia, sem frescura de sujar a roupa da marca famosa que aquela titia deu de presente. E muitos desses lugares nem espaço tem para tudo isso.
A pena é que os salões de festas dos prédios de hoje em dia são menores que os apartamentos. Tamanho caixinha de fósforo. Não caberá nem uma mesa decorada com as balas de coco e brigadeiros, que eu adoro. E quando é mãe que faz festa pra filho, tem que ter pelo menos um pouquinho destas breguices.
O dinheiro também ta curto, e infelizmente ta difícil fazer festa com ou sem Dona Maria.
Mas se Deus quiser as coisas vão melhorar, e Dona Maria vai voltar a cozinhar seus kitutes para as festinhas de criança como nas décadas passadas, onde aniversario a gente começava a preparar dois ou três meses antes. Mas preparar significava correr na Vinte e Cinco de Marco, comprar, e a partir daí, recortar, montar, colar, encher balão, e iam dias de trabalho.
Hoje ninguém tem tempo, todo mundo trabalha. Ou ainda, ninguém tem paciência para "gastar tempo". Só se quer gastar dinheiro, e triste ficam aqueles que não podem fazer uma festa em buffet.
Mal sabem a beleza que é uma festa realizada por nossas próprias mãos, junto com as da Dona Maria e de tantas outras que existem hoje a disposição para nos ajudar.
Eu não faço as festas com a Dona Maria. Mas admiro aqueles que conseguem artesanalmente e por conta própria realizar festas bonitas, com o carinho e o amor que se dedica a um filho. Tenho certeza de que quando bem feitas nossos filhos jamais as esquecerão. Parabéns a estas mães que realizam essa façanha hoje tão difícil, independente se trabalham fora ou não.
Parabens aos buffets, que suprem mãos de uma mãe com eu.
Prometo que tentarei para o próximo aniversario de minhas filhas.
Porque eu não consigo tirar minhas festas na infància da memória.
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