Usina de Letras
Usina de Letras
14 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50668)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Vale a pena escutar... -- 12/04/2004 - 21:44 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"A ultima semana foi a mais estressante de minha vida". Frase comum. Lota consultórios de psicólogos e psicanalistas, faz vender remédio alopático, de tarja preta ou não, remédio homeopático, vitamina adoidado. Incentiva às empresas farmacêuticas a veementemente aprofundarem suas pesquisas na descoberta para a cura da depressão, que segundo a psiquiatria é um problema orgànico. Leva milhões de pessoas a entidades religiosas, sejam igrejas e/ou outras, atrás de um milagre desesperado para aquele problema que desencadeou a crise de estresse.
Não discuto que depressão é orgànica, mas pode ser minimizada se usarmos melhor uma parte de nosso corpo muito importante, e que merece estar limpo: NOSSOS OUVIDOS.
O movimento em torno desta doença crónica, moderna, muito discutida atualmente, etc é inegável e cresce feito bola de neve(ou diminui) dependendo de um ouvido( ou alguns ouvidos, conforme o tamanho de seu desespero) que esteja disposto à cumprir sua função: escutar.
Mas a maioria dos ouvidos fogem do estresse dos outros assim como o Cascão da água.Imagina que este o despejara balde de água fria. Problemas que não acabam mais. Fatos que agourarão a sua tão difícil sorte que neste momento parece querer vir de encontro a você.
Mais fácil é empurrar o tal encontro para outro dia, fingir que não viu tal fulano na rua, dizer que não está em casa, e outros artifícios mais que usamos para despistar quem teoricamente só quer um ouvido amigo.
Mas nós já antevemos essa tal frase que o outro solta como o inicio de uma longa novela que se inicia com a briga da esposa pela manha, e termina com a falta de respeito do amigo do trabalho no fim do dia. E aí vem nosso papel de colocar panos quentes nas atitudes de outro( a terceira parte, aquela que está sendo criticada) pelo simples fato de que esta parte também pode ter seus problemas, assim como nós. Precisamos dar ao outro o beneficio da duvida.
Esta expressão: "beneficio da duvida"pode ser ponto de partida em muitas religiões/visões religiosas- aprender a nos colocar no lugar do outro.
Mas quem é que tem este tempo, se nosso ouvido mal tem tempo de se dedicar um pouco àquele que precisa?
Por este motivo que pessoas como padres, pastores, psicólogos, rabinos, etc cumprem este papel, tentando se isentar de juízos de valor para orientar aquele que precisa desabafar sobre seu dia extremamente estressante. E mesmo que a gente não seja nenhum destes e tente não fazer parte deste time de "inauditivos"- INAPTOS PARA OUVIR- acabamos por entrar nesta também. Pelo simples fato de saber o que é um dia estressante. E não ter paciência pra nada, muito menos pra escutar o problema do outro( a começar pelo cachorro, a casa, os pais, o carro....).
Um dia eu me vi numa situação destas. Do outro lado da rua, andava uma moca, conhecida minha de infància, daquelas que quando começa a falar......para só no fim de semana seguinte.
Tentei fingir que não a vi, mas não teve jeito. Ela veio até mim, como toda boa estressada que precisa de dez ouvidos pinicos amigos. Beijinho pra cá, beijinho pra lá, e depois de uns instantes eu já sabia de toda sua trajetória naqueles dois últimos anos, desde nosso ultimo encontro no restaurante do clube( ao acaso).
No fim da conversa, ela soltou "aquilo" me mais me estressou por alguns bons dias seguidos: trabalhava numa revista destas semanais, de grande circulação. Tornara-se uma redatora renomada nos últimos dois anos.
- Que bom que te encontrei, disse ela feliz da vida: pediram-me uma matéria sobre o papel da leitura na vida cotidiana, e sem por onde começar: CRIANCAS, ou melhor, por você. Vamos agendar?( Eu trabalhava com a leitura com a pré-escola.)
- Quando você quiser, disse eu, pronta para sentarmos naquele momento mesmo no café ao lado e batermos um papo.
- Semana que vem te ligo, O.k.?
- Legal, e dei novamente a ela meu numero de telefone. Estresse total. Mas positivo, coisa boa.E me dei conta de que eu mesma poderia estar minando minha própria sorte ao fugir dos ouvidos que pré-julgava como abusivos. Eu é que abusava do preconceito rotulando determinadas pessoas/situações.
Assim como eu, todos nós fazemos isso quase que constantemente. Por este motivo sentimo-nos abusados quando requerem nossos ouvidos: não somos "inaptos a ouvir". Pior que isso,na maior parte das vezes nem queremos escutar.
Tão grande é a preocupação com nosso( somente nosso) próprio estresse. E é ele que mina nossa própria felicidade e leva-nos a aprender mais facilmente qual o caminho da depressão.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui