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Cronicas-->O inglês e as placas de botecos -- 05/10/2000 - 01:23 (Mastrô Figueyra de Athayde) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Fiado só para cornos. Lia eu esse alerta numa placa de parede de um boteco lá perto de casa, um pouco preocupado, confesso, já que estava mandando colocar duas cervejinhas na minha conta.
Não é por nada, não, mas nem sempre o inglês percebe com clareza aquilo que acontece ao seu redor, no Brasil. Tenho crédito e até um certo prestígio no Bar do Bigorna já faz mais de dez anos. Mas, gringo que sou, tendo a levar os avisos "oficiais" a sério.
Assim, perguntei ao Zé Bigorna, o dono do bar, sobre o sentido do recado da placa e ouvi de bate-pronto: "Fique tranquilo, este negócio de corno é coisa que puseram na sua cabeça".
Sei que a frase "fiado só para cornos" não chega a ser das mais elegantes e não dá para negar um certo fascínio que essas plaquinhas, encontradas, verdade seja dita, nas paredes dos bares e padarias do país inteiro. Elas são encontrados nos carros dos norte-americanos. As frases expressam um pouco do senso-comum do país.
Mas o que chama mais a atenção é que os dizeres das paredes dos bares brasileiros falham com a chamada verdade "verdade".
As frases mais comuns encontradas pelos estabelecimentos são: neste estabelecimento não se fuma", visite a nossa cozinha" e "fiado só para maiores de 90 anos, acompanhado pelos pais". No entanto, em quase todos esses lugares, sem problemas, vende-se fiado e ninguém visita cozinha nenhuma.
Acontece precisamente o contrário nos bares ingleses, nos chamados Pub s. Lá não há nenhuma plaquinha nas paredes, mas todo mundo conhece perfeitamente as regras. É proibido fumar, ao menos em alguns recintos, as bebidas são pagas quando a pessoa é servida, na hora, e todos os Pub s fecham às 23h em ponto.
Curiosidade, lá as regras são claras, mas os bares, escuros. Os Pub s ficam, quase sempre em lugares fechados sem janelas e luz natural. Aqui acontece o contrário. Os bares costumam ser claros, banhados ou pela lua ou pelo sol e as regras são sistematicamente ignoradas - se é que valeram algum dia. Vende fiado, fuma e fecha na hora que quiser.
Nada disso chega a ser importante, claro. Mas são dois jeitos de ser. Duas maneiras de encarar a sociabilidade trazida pela comida e pelo álcool, pelo encontro com os amigos, em um simples bate-papo de bar.

Mastró Figueira de Athayde é cronista e agente funerário
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