Em momento asado e com singeleza
como deixar de homenagear também
a exemplaridade da Casa Cibórial
onde alimentamos e satisfazemos
o espírito, tal e qual os navegantes
de antanho, na emocionante expectativa
de mais e mais descobertas?
----------- LÍNGUA USINAL -----------
14 ---- tudo merece desculpa
24 ---- com verdade e boa fé
34 ---- afinal ninguém tem culpa
44 ---- de ser aquilo que é!
05 ---- como nau sobre maré
06 ---- é a Usina de Letras
07 ---- a maior das Catrinetas
08 ---- quiçá Barca de Noé
09 ---- que quer de proa ou de ré
10 ---- navega e catapulta
11 ---- sobre a miragem oculta
12 ---- o sonho dos marinheiros
13 ---- e se os há desordeiros
14 ---- tudo merece desculpa
15 ---- da memória insepulta
16 ---- que os ventos não levaram
17 ---- os livros que cá ficaram
18 ---- não são só ciência estulta
19 ---- espólio de gente culta
20 ---- que soube firmar o pé
21 ---- tal e qual como é
22 ---- a Usina de hoje em dia
23 ---- entre prosa e poesia
24 ---- com verdade e boa fé
25 ---- de fidalgos à ralé
26 ---- a cultura não tem dono
27 ---- e só quem sofre do sono
28 ---- come, dorme e raro lê
29 ---- ignorará o porquê
30 ---- da virtude da consulta
31 ---- a obras de casta adulta
32 ---- mas neste mundo minado
33 ---- de fome, guerra e pecado
34 ---- afinal ninguém tem culpa
35 ---- perdouo a quem me insulta
36 ---- sem motivo nem razão
37 ---- pois até nem sei se são
38 ---- filhos crueis desta luta
39 ---- onde o suor da labuta
40 ---- procura uma cheminé
41 ---- ou quem sabe um salsifré
42 ---- e de novo o velho mundo
43 ---- não é culpado no fundo
44 ---- de ser aquilo que é!
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No ensejo, à guisa de bem intencionado
desafio aos diletantes do Cordel, aqui
lanço uma quadra-mote para quem porventura
queira desfiar os encantos da rima em
em acórdeão de versos:
------- Quem não aprender comigo
------- E faça pouco de mim
------- Vire à luz e como amigo
------- Instrua-me a jeito, sim?