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Cronicas-->Da varanda da minha casa -- 11/04/2004 - 03:02 (Érica) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Da varanda da minha casa, dá pra ver um monumento - é o Obelisco. Enorme, branco, ereto.
Em noites claras, ele aparece todo iluminado, pronto para impregnar a noite das mais deliciosas delícias. Nuvenzinhas núbias, delicadas e quase transparentes nas suas roupagens tênues, curvam-se para ele, lhe sorriem, fazem trejeitos, chegam a encostar-se nele, as assanhadas!

Em noites nubladas, as severas nuvens escuras o cercam como patrulhas ideológicas, moralistas e cerceadoras, impedindo-o de ser ele mesmo, que seria esticar-se pela noite cheia de pedras que rolam sobre si mesmas, faiscando raios em meio aos trovões. O Obelisco se mantém sério, esperando as fúrias passarem. Elas passam, frustradas por não o terem feito curvar-se.

Descendente de egípcios embrutecidos na escravidão, fruto de fantasias francesas e pretensões americanas, o Obelisco é um signo fálico que é puro Nelson Rodrigues, de tão óbvio e ululante.

A lua lhe dá uma piscadela malandra, ao passar pela curvatura do céu para onde o Obelisco aponta - mas não apronta, porque ele do chão não sai. Já esteve cai-não-cai, mas foi amparado por mãos verdes e desejosas - quando não invejosas - de sua soberania sobre o mundo feminil.

Obelisco dos meus sonhos, olhe aqui pra este lado - há uma moça na varanda, olhando pra ti - e daí? - perguntarás. É o que me pergunto também.
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