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Artigos-->O ser humano necessita de espiritualidade- mscx -- 29/09/2002 - 13:27 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POR QUE O SER HUMANO NECESSITA DE RELIGIÃO

Maria do Socorro Xavier



Costuma-se dizer que “todos os caminhos levam a Roma”. Aqui não

necessariamente àquela Roma dos idos do império romano, destruído principalmente por tantos desvairos éticos.O ser humano através dos séculos, logo que tomou consciência de ser dotado de algo mais que não apenas um ser animal, com instintos grosseiros e perversos – pois o humano ambivalente, nele se combate o bem e o mal. – Aí começou especular sobre suas origens e destino, o seu fim ou acerca do que se transformaria após o seu trajeto finito na terra.

Os povos nativos, no seu primarismo intelectual e espiritual elegeram os elementos da natureza, tais quais o sol, a lua, as árvores, a água, o fogo, como coisas sagradas e para os quais recorriam através de rituais, a fim de obterem o que desejavam ou por medo de forças que desconheciam.

Os primeiros povos civilizados escolheram estas ou aquelas divindades, a maioria de natureza politeísta para explicar o fenômeno de sua existência e fim. Os hebreus nesta esteira do politeísmo, evoluíram para o judaísmo mosaico do decálogo, adotando o monoteísmo, admitindo seu único Deus, Jeová.

A civilização grego-romana, parâmetro da cultura ocidental, antes de Cristo, também pagã, com seus vários deuses, mitos e crenças, após tantos infanticídios, exorcismos e holocaustos , a brutalidade do Coliseu romano, a mando de uma dezena de imperadores romanos anticristãos, a exemplo, o louco Nero, Diocleciano e outros que sacrificaram inúmeros cristãos, santos e mártires que seguiam o verdadeiro cristianismo primitivo, deixado pelo sermão da montanha, há dois mil anos pretéritos. Sacrificaram as vidas, crucificando S. Pedro, decapitando S.Paulo e S.João , entregando as feras nas arenas para divertimento público, S.Simeão, S, Inácio., S, Policarpo,S. Leônidas, S, Irineu, Santa Felicidade , Santa Perpétua, Saulo Alexandre, Saulo Estevão, São Cipriano, São Dionísio, S. Quintino, S. Victor e inúmeros outros santos e cristãos, que preferiram ser sacrificados, a negar sua fé.

A prova de coragem dos cristãos em professarem o cristianismo, foi não obstante se impondo, até que em 3l3 da era cristã, o imperador Constantino, mesmo pagão, decretou através do Edito de Milão, a tolerância ao cristianismo. Finalmente em 39l, o imperador Teodósio oficializou o Cristianismo, proibindo nas cidades de então, a prática do antigo paganismo.

Roma era a dona do mundo. Seu império prepotente e injusto alastrara-se pela Palestina: Galileia, Judéia, Egito, Grécia, Península Ibérica, todo mediterrâneo, península balcânica, Ásia Menor. A própria Roma adotou o universal cristianismo que se transformaria em Catolicismo (universal)-Igreja oficialmente organizada, tendo como centro burocrático, hierárquico e religioso, Roma, - aquela que ajudou, juntamente com os judeus, a condenar Cristo.

O que levaria o homem , seja ele ocidental ou oriental se organizar em religiões X ou Y? Será que todas as religiões levam a Deus? O sentido transcendental do homem que extrapola o lado meramente material, pragmático do ser, leva-o a interrogações acerca de sua existência, missão, finitude e infinitude.O Homo Sapiens, racional e sensível passa a acreditar numa outra dimensão.vários povos e civilizações adotaram esta ou aquela religião, seja o judaísmo, o Catolicismo, o Islamismo (estas , as três grandes religiões monoteístas), o protestantismo, Espiritismo, Budismo, Taoísmo, Xintoísmo, Confucionismo, Umbandismo e tantas outras seitas e crenças sincréticas. Muitos por convicção e fé em um Deus, através de determinada religião, ou por medo? Temor do desamparo, da fome, de doença, perdas, velhice, do vazio, da solidão etc. A realidade é que o homem sente necessidade de um elo que o religue, lhe concilie com Deus, por liames transcendentais, ou mesmo após ter cometido erros, desvarios; para não utilizarmos a terminologia “pecado”, conceito ultrapassado, tal qual “fogo do inferno” e outros tantos , que não se adequam ao mundo complexo e globalizado de hoje.

As religiões são perfeitas? Só em tese.

As propostas são originais e ideiais; são divinas, porém humanas.E por serem humanas são difíceis de se solidificarem em caminhos tortuosos , com pesos e omissões de tantos erros passados.Heresias, contestações, foram válidas, no sentido de contribuir com a evolução e aperfeiçoamento ético em seus corolários.

Historicamente verificamos elementos estranhos em muitas religiões, ainda decorrentes de seqüelas pagãs, materialistas e falíveis, porque humanas...Lacunas, elementos inexplicáveis, irracionais, que tentamos amenizar pelos seus contextos político, econômico e cultural de cada época. A Igreja Católica, por exemplo, hoje, vem se redimindo e resgatando sua verdadeira missão cristã, além da evangelização “ide e pregai o evangelho por toda parte, à toda criatura”, - o compromisso social de opção pelo oprimido e injustiçado. Sente-se uma mensagem mais humana e real.Tenta extirpar o farisaísmo esclerosante, bebe na fonte do cristianismo primitivo, adaptando-o ao Catolicismo, durante séculos, tão ritualístico, mecânico e a serviço do Estado.

A Igreja de hoje renovada, se empenha na conscientização do cristão, de modo que não apenas ore, mas se faça gente solidária e fraterna para com os excluídos da História. Assim a religião, via Igreja, além de ser válida como convergência do povo em assembléia ajuda o homem a freiar seus instintos selvagens. É o encontro espiritual, a contrição, o refúgio, mas sem perder de vista a realidade dos desesperançados da existência, através do evangelho cristão, reabilitar a cidadania da criatura humana.

Acredito que todas as religiões e quejandos admitem uma força metafísica, cósmica, que orienta o universo terreno, e para o qual os seres finitos almejam uma imortalidade (ressurreição, reencarnação ...). Só a fé numa outra existência, só a crença que esta nossa morada terrena é efêmera,urge nosso aperfeiçoamento ético, para o encontro inefável com Deus - seja este concebido como “bem supremo”, “verdade absoluta” ou “força infinita” leva o ser humano tão pequenino, limitado, a uma escatologia. E nesta longa caminhada áspera, com seu livre arbítrio , a humanidade escolhe, elege por onde chegar lá.

Estaríamos sendo maquiavélicos ao dizer que por vários caminhos chegaremos a Deus? Só sabemos que tudo é relativo. No sentido que aqui tomamos, é de que não importa a religião que o homem adote, mas a fé viva que o anima, os princípios humanos e morais que o norteia, a ação honesta e consciente do bem. O bálsamo do amor, da caridade, não tenhamos dúvida, este é o caminho que levará a Deus.

O sentido de Deus é o grito da nossa consciência vencendo o mero instinto animal , o egoísmo e a ambição. Desta forma chegaremos a felicidade, este estado catártico de união mística com Deus e reencontro com o lado mais sublime do ser humano.

Para concluir, não querer admitir Deus é mesmo que não admitir o homem. Espírito e Racionalidade comandam o Universo.

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