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Poesias-->Seja lá onde isso for... -- 07/01/2007 - 13:23 (Silvio Guerini) |
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Esse nó que não desata
da gravata
da garganta
choro e não adianta
um choro que compele
que me deixa à flor da pele
e mesmo que eu tente
d’um absinto experimente
querendo o que sinto domar
não afogo essa amargura
que malogro na ventura
da mais pura inocência
inconseqüência de quem ama
de uma chama que reclama
que sorve todo o ser
e toma, até não mais poder
conta de cada pedaço do coração
sentimento camaleão
refletindo na cor
reluzindo impostor
quando do prazer à dor
basta um segundo
e ninguém no mundo
por mais louco que seja
deseja uma vida sem nele
sua vida dispor
num louco e terno amor
que faz das tripas coração
te acorrenta sem perdão
que vira a gente do avesso
feito moleque travesso
que só quer da vida brincar
e no canto do olhar
captura num momento
o brilho do sentimento
decorando a geografia
daquele corpo de mulher
pelo qual tudo faria
nem recuando sequer
perante tal complexidade
pois na verdade
corpo e alma se completam
como arroz com feijão
alma e corpo se fundem
celebrando a paixão
num terno e louco amor
que faz da vida uma canção
pondo teu ser em vibração
virando o mundo de pernas pro ar
e como o balanço das ondas do mar
fazendo carinho na areia
e como o canto da sereia
que encanta o mais duro dos mortais
e nem durante os temporais
que o ar dos céus incendeia
feito lume na candeia
deflorando a escuridão
que outrora havia no coração
iluminando agora
o pedaço de você que mora em mim
fundo dentro do peito
grudado na alma d’um jeito
num amor que não tem mais fim
e amiúde aos deuses rogo
pra que um dia enfim
pra que logo
o tempo asas possa ter
e do teu lado me leve
pois no teu colo quero ser
mesmo que breve
um inocente passarinho
aconchegado no ninho
sentindo o toque das tuas mãos
toque bendito
que busco aflito
pro meu fogo acender
pro meu desejo devorar
pois no teu colo quero ser
pássaro livre a voar
sentindo o toque das tuas mãos
como água benta
nesta chama que arde
e clama
como água pura
que no coração derrama
feito éter que se inflama
viciando minh’alma sem perdão
destino de quem ama
fim de quem perdeu o juízo
mas do meu mundo
os fantasmas exorcizo
pois no fundo
é onde me eternizo
pois de tudo
o que mais preciso
é do toque suave do teu olhar
que apazigua minha dor
é do teu doce jeito de tocar
que encandece meu desejo
e no ensejo do teu amor
ser levado ao infinito
seja lá onde isso for...
Silvio Guerini
23 de maio de 2006, 17h30
guerinis@uol.com.br
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