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Artigos-->Mulher, das correntes para a liberdade-mscx -- 29/09/2002 - 13:12 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MULHER: das correntes para a liberdade

Maria do Socorro Xavier



Durante muitos séculos, a mulher exerceu um papel passivo. Sempre foi vista como inferior ao homem. Aceitava tudo;era no entnto a rainha do lar, a procriadora. A alienação lhe soterrava.

Na sociedade primitiva a matrilinearidade é substituída pela patrilinearidade, tão logo se estabelece a propriedade privada. Sob a mitologia grega, o Deus supremo era masculino e sob a religião católica era submissa, obediente ao seu marido.

Às vésperas do século XXI com a tecnologia alcançando um avanço extraordinário, no que diz respeito a conceitos e valores morais, ainda se vê um arraigado preconceito em relação as mulheres, herança de uma educação patriarcal.

Indiscutivelmente hoje, a mulher tem ocupado lugar de destaque navida sócio-política e econômica, como grande força social. Tem ocupado um espaço cada vez maior no mercado de trabalho, nas greves, nas mobilizações populares, nas lutas em prol das minorias, no debate político . Enfim em tantas situações.

Esta tendência da mulher se rebelar, buscar, inquietar-se, não é tão nova quanto possa parparecer. Na Atenas clássica do século V, as mulheres fizeram movimentos, subvertendo a ordem,como atestam as peças teatrais: “A Revolição das Mulheres” e a “Greve dos Sexos” (Aristófanes) e “Medeia”, tragédia de Eurípedes. Nelas, vê-se Lisístrata, Praxágoras, Medeia, cheias de astúcia, inteligência, coragem e rebeldia, se movimentarem contra a opressão dos homens da época.

Assumindo atitudes hostís contra os homens, anteciparam a mulher moderna, a qual sente necessidade de amor e de afeto, ao contrário da função meramente procriativa ou de satisfação apenas das necessidades física dos homens. Daí a “Greve dos Sexos”, na qual Lisístrata reuniu as mulheres para se absterem de se relacionar com seus homens, como protesto as suas longas ausências, participando das guerras como soldados.

Na realidade Aristófanes em suas comédias, alertara para o fato da mulher ser um barril de pólvora em potencial. Se elas sabiam administrar bem a casa, por que não também a cidade?

É este poder que a mulher hodierna conseguiu obter, não mais a de atacar os homens com as fivelas dos seus cintos, como o fizeram as mulheres gregas, mas a da força da persuasão, da capacidade de trabalho, com inteligênciua igual a do homem, com direitos e chances iguais, como reza a Organização dos Direitos Humanos.

Longe de se querer defender a superioridade da mulher, os feminismos exagerados, a libertinagem, não é por aí. Nem muito menos digladiarem-se homens e mulheres pelo poder. As mulheres devem querer o respeito e a colaboração mútua, somar esforços para a construção de um mundo mais sólido.

A mulher deve respeitar o seu corpo, da sua alma e do seu espírito. Plena de energia cósmica, entre outros poderes acrescentados a si, continua com o poder maravilhoso de procriar, de mãe, de mulher e cidadã.

O mundo agora, mais que nunca é da mulher.A sua igualdade com o homem, a cidadania conseguida ao longo da História.

Quantas mulheres fantásticas e fortes desfilaram pela História! Joana Dar’c, na França destacou-se na Guerra dos Cem Anos, também mártir, queimada viva na fogueira da Inquisição. As mulheres francesas do século XVIII, que invadiram a Bastilha e outras mulheres notáveis.

A paraibana Branca Dias, do Engenho Gramame, em João Pessoa, Paraíba, século XVIII é bem retratada pela peça tezatral o “Santo Inquérito”. Quanta violência contra a mulher! Mas a própria mulher brasileira, colonial, não era tão passiva, como a historiografia oficial costuma retratar. Participaram de inúmeros conflitos e reações contra a política colonial, bem como de levantes de escravos. No século passado, no Brasil, aparecem várias escritoras, articulistas femininas, tendo a educação da mulher, como uma das principais metas, nos jornais e discussões da época.

Também no movimento pró-abolicionista, a participação das mulheres foi relevante, e quando se inciava a nível nacional, sua participação nas campanhas pelo sufrágio universal femininoe contra a carestia do início do século.

Mulheres de valor, como Nísia Floresta (RGN – 1885) defendia nas palestras, por todo país, idéias em defesa do abolicionismo e da República. Maria Amélia de Queiroz (1880) pernambucana, fazia conferências pregando a abolição da escravatura. O Jornal feminista A Família” de 1889, tece elogios à escritora. Maria Firmina dos Reis (maranhense- 1917) escritora mulata escreveu o romance “Úrsula” e o Conto “ Escrava”,nos quais condena o cativeiro. Compôs um hino à abolição da escravatura.

Destarte vemos que o lugar a mulher, são todos os lugares. Seu lugar é na História. Para que a mulher alcance tal meta, é imprescindível a educação.Mostrar nas Escolas, que as diferenças entre homem e mulher, as discriminações não contribuem com o avanço, pelo contrário, aumentam as desigualdades sociais entre os sexos, desarmonizando a sociedade.

A mulher continua mãe e é sublime sê-lo. O poder de gerar um novo ser, ainda lhe é exclusivo. As mulheres que não são mães, geralmente anseiam por serem;mesmo sem companheiro ou marido, desde que tenham estrutura interior forte sem complexos de culpa.

Maravilhosas mulheres brasileiras! Já foram “Amélias”, “Penélopes” e hoje há as “Medeias”, “Lisístratas” e “Praxágoras”. Cada uma com sua sofreguidão e sonho próprio, concernentes às épocas e contextos históricos.

Urge uma conscientização crescente, sem radicalismos tanáticos, sem exclusivismos, em busca de uma sociedade maia harmônica e plena de diversidades. Possam mulheres e homens darem-se não só fìsicamente, mas social e espiritualmente.

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