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Poesias-->Depois não reclama! -- 07/01/2007 - 13:08 (Silvio Guerini) |
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Não estranha...
quando um dia eu for embora
se de algum jeito
como talvez agora
sentir minha presença
machucando no teu peito
zombando da tua indiferença
como se você tivesse um dia
sem se dar muita atenção
de mim se impregnado
como um banho de perfume em demasia
que deixou meu cheiro adocicado
marcado fundo no teu coração.
Nesse dia talvez...
você me procure!
Pode ser até que minha ausência
teu coração torture
e então do nada suspeite
mesmo que sem coerência
que talvez até tua razão rejeite
mas que roga aos céus que te cure
do porque de tanta dor
desse negócio que tinha
mas não sabia o nome
e descobriu, depois, que era amor!
Minha presença
então
pode ter virado costume
mania
que não se deu conta
agonia
que agora te amedronta!
Minha presença
talvez
ficou na tua pele
que arrepiava no meu toque
apaixonado
num tesão que se impele
até hoje
no teu corpo suado
elétrico feito um choque
num sonho de prazer molhado!
Minha presença
quem sabe
ficou nos risos que demos
nas brincadeiras... na folia
estripulias adolescentes
dos sons que compusemos
nas canções que nosso amor escrevia
através de nossos corpos imprudentes!
Minha presença
provavelmente
ficou nos carinhos que te fiz
nas fantasias que brincávamos tanto
de tornar verdade
fantasiosa realidade
que hoje lavada no teu pranto
tua dor te contradiz!
Minha presença
decerto
pode ter, quem sabe
ficado nas canções que ouvimos
embalando nossos sonhos
que carinhosamente dividimos
nos poemas
devastadoramente apaixonados
intrincados teoremas
de um louco amor ornamentados
que escrevi com você no pensamento
coração na ponta do lápis
expondo meu sentimento!
Minha presença
certamente
quem diria
ficou nas caixas de papelão enfeitadas
pelo chão do teu quarto esparramadas
lembranças de tantas surpresas
que pareciam nunca terem fim
travessuras e gentilezas
que fizeram você... gostar de mim!
Minha presença
acredito
ficou nas cartas de um amor disfarçado
meio que escondido no meu desencanto
de um coração amordaçado
que em tantas vezes
com a tinta misturada no meu pranto
te escrevi
e na falta da tua resposta...
mais ainda sofri!
Minha presença
enfim
pode agora
estar cravada bem fundo
no teu coração inconseqüente
fazendo parte do teu mundo
agora... inexplicavelmente!
Pode estar para sempre
cerzida na epiderme do teu coração
como parte de mim em você agora
mas que no meio da solidão
te assusta... te devora!
Então...
quando esse dia um dia chegar
não estranha... não chora
não reclama
se eu já tiver ido embora!
Silvio Guerini
15 de setembro de 2006
guerinis@uol.com.br
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