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Cordel-->A MALDIÇÃO DA CACIMBA -- 13/04/2015 - 08:11 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MALDIÇÃO DA CACIMBA

Conta-se uma lenda recente
E cuja origem é nordestina
Que um cabra bem tinhoso
Dos que não fogem sua sina
Que fixou na mente a ideia
A de fazer a que se destina.

Acreditava ser uma verdade
E se achava até o portador
Para uma injúria se vingar
E como tal seria vingador
Levando o ódio tão grande
Que também seria o credor.

Era menino e acabrunhado
A maldizer sempre sua vida
Até a rouquidão de sua voz
Ou sua canela sempre ferida
Da vida dura de um menino
Que chegava já com partida.

Era a caminhada da cacimba
A procura da água no sertão
Na chance de ser encontrada
Era começada sua escavação
Quando ela aflorava no poço
Aí se começavam louvação.

Em as ladainhas de orações
E os agradecimentos pela fé
Que um povo sem tecnologia
Só contava era com São José
E carregar pelo sertão a água
É coisa de menino e mulher.

Muitas léguas de caminhada
Até a sua cacimba encontrar
Encher bem de água a cabaça
Para a volta e novo caminhar
Em casa chegar com a água
E não deixar ela se evaporar.

Jamais esquecendo os dias
Quando começou germinar
Aquela que seria a vingança
Que iria pela vida alimentar
Um ódio ao povo do sudeste
E que este um dia iria pagar.

Quando iniciou sua viagem
A visagem de sua migração
Foi no sacolejar inexorável
Da carroceria de caminhão
Que levava uma família roda
Ate seu bicho de estimação.

São muitas estória pra contar
Pois foi longa a sua jornada
Até que o seu destino traçado
Tenha a parte um terminada
Para a segunda tão mais crua
Ser finalmente logo iniciada.

E foi de trabalho muito duro
E não dava tempo de estudar
Era em acertos e desacertos
Que a vida pode lhe ensinar
Às vezes tinha até de bater
Em outras tinha de apanhar.

Até na universidade da vida
Chegou a ser um catedrático
Como um urubu malandro
Teve momento de dramático
Pra convencer umas pessoas
Para ouras era o enigmático.

Trabalhou até se machucar
O que lhe deixou encostado
Não se sabendo se esse “se”
Foi um arranjo já arrumado
Em vista do objetivo maior
Que era um alvo o tramado.

Então começaram bravatas
O que é fácil ao palestrante
Sabedor de dúbias palavras
E como fazê-las instigantes
Que no labirinto das ideias
Promessas são irrelevantes.

Alguns anos já no Sudeste
Na região do Sul Maravilha
Andou até fazendo arapuca
Mas não caiu em armadilha
Nunca esqueceu a cacimba
Nunca perdendo sua trilha.

Acreditou sempre num erro
Histórico no tempo passado
Preconceituoso e até racista
Por seus critérios adotados
Em investimentos públicos
A que foram contemplados

Um povo com boa mistura
E uma terra tão abençoada
O mesmo fluxo migratório
Teve na maneira planejada
Alcançando a sua precisão
E não o que não valia nada.

Todo investimento era aqui
Desde o tempo do Império
E que tudo era pro Sudeste
O Sul-Maravilha do critério
De todas as melhores fatias
Pra riba era só do cemitério.

Mas se um dia houver jeito
Eu me tornando o poderoso
Eles vão sentir o que é água
Ou da água um mais poroso
Pois que a água de cacimba
Tem até um gosto horroroso.

Enquanto pensava se vingar
Ia escolhendo o melhor jeito
Quando soube da Amazônia
E os voadores rios perfeitos
Que da evaporação da mata
Traziam um aguaceiro feito.

Estava traçado o seu plano
E só faltava o enredo final
Até que pensando no voto
Que seria difícil mais fatal
E não haveria contestação
Pois era sufrágio universal.

Depois de muitas tentativas
Inclusive de ética e coração
Usando a gente profissional
Dessas que vivem da ilusão
Ele se torna todo poderoso
Mesmo “O Cara” campeão.

Depois que tudo controlado
E eliminado se era peçonha
Ou que pudesse atrapalhar
Sem barulho ou cerimônia
Começa um desmatamento
Gradual de toda Amazônia.

E sem florestas e folhagens
Nem haverá na transpiração
Que possibilita toda a chuva
Para os rios voadores então
E graças aos ventos levarem
Águas que ao sul inundarão.

E sem um bem tão precioso
Por mais que demore ainda
O povo lá do sul maravilha
Vai beber água de cacimba
E aí, eleitores e camaradas
É que a sua vingança finda.
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