Quando, na esquina em frente ao cemitério,
o carro paro, à espera de avançar,
vejo, por sobre o muro, a me fitar
a figura de um santo airoso e sério...
Por que me observa o santo singular?...
Quer algo me dizer?... Qual o mistério
que traz consigo em seu olhar etéreo
de inanimada estátua em seu altar?...
Há um convite na sua bonomia?...
Quer que vá ter com ele um breve dia?...
(Que horrível pensamento funerário...)
Mas não busco resposta para tal,
perder alguns minutos não faz mal:
já decidi mudar o itinerário...
10/2006
Página 2006-176 de “O Poeta Eletrônico” |