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Contos-->O SEQUESTRO -- 06/12/2005 - 21:39 (carlos alberto affonso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
_Ó’lá, mano! A mina tá de bobeira.
_Tô ligado! Vamos pegar.
Tilico e Guidão, dois jovens delinqüentes que aterrorizam a região com seqüestros seguidos de morte. Este que acabaram de fazer é o quarto num período de seis meses.Atuavam na área fazendo pequenos furtos, aí conheceram um grupo da pesada e foram contratados para capturar as vítimas e leva-las para o cativeiro, onde há um casal, aparentemente insuspeito, que cuidam delas.Informam o chefe, Nico, do sucesso da ação, que entra em contato com os parentes do seqüestrado para negociar o resgate.Daí pra frente ficam aguardando informações da finalização do seqüestro e do pagamento de suas partes.Jaiminho, outro integrante do grupo, é quem pega a grana no lugar combinado e os dois têm que acom -panha-lo como segurança.
_Vamos lá, mina. Toca a bagaça pra frente, aonde a gente mandar. Não banca a espertinha, que não vai te acontecer nada. Nós só queremos a grana.Não queremos matar ninguém.
_Mas, a gente gosta de matar também, se for o caso.Só que antes a gente brinca de papai e mamãe. Depois a gente corta as orelhas, pra não ouvir demais.E se falar demais, a gente corta a língua. E se chamar a gente de fedido, nós cortamos o nariz.
_Qual é seu nome?
_Shara.
_Hum,...Shara! Pois é, Shara, é só ser boazinha com a gente, que não tem erro.Você é bonitinha, gostosinha, e a gente não gosta de passar vontade com tanta carne pra comer.
Se o seu papai não for legal, ficar enrolando pra pagar, a gente não vai agüentar.Aí o seu papai vai ser vovô.Fala pra ele pagar logo, se não, vai criar filho meu.
_Pára aí Sharinha, na beira desse mato.Daqui pra frente a gente vai no nosso carro.Você vai ficar ceguinha por um tempo, pra não ver aonde a gente vai.Amarra os pés e as mãos dela, mano, e deita ela no chão do porta malas.Agora é comigo.Essa bagaça vai voar.
Chegaram no cativeiro faltando poucos minutos para a meia noite.Estacionaram o carro na garagem, e levaram Shara, ainda amarrada e vendada, para dentro da casa.
_Da. Maria, tem uma nova hóspede pra senhora. O Seo João já foi dormir? Vou levar ela pro quartinho, aproveitar pra dar uma, que tô com tesão atrasado.
_Que nada, mano! Desta vez eu que vou primeiro, tá ligado?
_Acho bom vocês não fazerem mal pra essa menina. Vocês já mataram três, e o Nico avisou que se acontecer de novo, ele mata vocês.
_Da. Maria vai cuidar do Seo João, aquele velho bêbado, que dela a gente cuida.
_Vamos lá pro quartinho. Amanhã cedo, a gente avisa o Nico que deu tudo certo.Agora , eu quero comer carne fresquinha.
_Sharinha, você é virgem? Já era.Vamos fazer um netinho pro vovô.
_Um netinho, não, dois: um Tiliquinho e um Guidinho.
Desamarraram os pés e as mãos dela e a levaram para o quartinho e, só lá, tiraram a venda de seus olhos.Não perceberam, mas os olhos dela estavam vermelhos rubros, cheios de nervuras latejantes, demoníacos, impregnado de ódio. Preocupados em se despirem, não viram que ela estava transfigurada.Quando se voltaram, quase tiveram um enfarto, ela já estava deitada nua na cama esperando por eles. Larvas saiam de sua vagina, sanguinolenta, virulenta, escorrendo pus misturado com sangue.Por todo seu corpo larvas e bichos saiam por fendas abertas, pelo nariz, olhos, boca, ouvidos, a língua comprida e fina, parecia uma serpente se movendo.
_ Vêm meus amores, vêm comer carne fresquinha.O vovô quer netinhos.
Eles estavam aterrorizados, tentaram fugir, mas não havia porta, não havia como sair daquele quartinho.Pegaram os revolveres e apontaram para Shara, ou para aquilo que mais parecia o demônio.
_Não, não atirem, isso não.
A coisa implorava para eles não atirarem, como se temesse. Eles atiraram, descarregaram os revolveres em cima dela, confiantes que assim a aniquilariam. Ela explodiu: pedaços de carne com pus, sangue e larvas se esparramaram por todo recinto e um fedor de podre e enxofre encheu o ar.Eles ficaram lavados de sangue, pus, larvas andando na cabeça, na cara, na boca, não paravam de vomitar. Olharam para a cama e ela ainda estava lá, do mesmo jeito.Imploraram pela vida. Um culpava o outro pelo que cometeram.
_Eu pedi pra não atirarem. Das outras vezes, também, lembram? Elas imploraram, choraram, fizeram tudo que mandaram; os pais já haviam pago os resgates, mas mesmo assim as mataram.Vocês são dos meus: eu gosto de gente cruel, que aterroriza as vítimas antes de sacrifica-las. Enganei vocês, acharam que tinham me seqüestrado, mas eu que os seqüestrei.Eu gosto de brincar, também. Hummm...e vocês são fofinhos. Vou leva-los para o meu cativeiro: o inferno; sabem quem vai negociar o resgate? O demônio.
No outro dia, encontraram os dois nus, com vestígios de morte por overdose de cocaína e tinham sido estuprados por alguém super dotado.Os revólveres estavam descarregados e as cápsulas espalhadas pelo chão.O casal hospedeiro nada ouviu. Um cheiro fétido e de enxofre pairava no ar. Nenhum sinal da menina seqüestrada.

carlinhosaffonso@aol.com
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