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Poesias-->Desencontro -- 23/12/2006 - 03:38 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Poema classificado em 2o lugar no Concurso Antologia Delicatta

Dezembro 2006



DESENCONTRO



No sabor da madrugada, compilo.

Guardo as perguntas-

e como alma que esbarra na escada

me nego a perder teu silêncio.



De sorte de ser parte tua,

abandono esse lado da estrada e sem rima

ou apenas dançando na sala,

desfaço-me : artérias e veias.



Tenho dois candelabros sem vela que apenas

esperam, te invocam...

Trazem teus olhos abertos

como pedras preciosas que lembram



Imagino pessoas e bocas e cantos e mãos:

já não sei se sair nesse mundo buscando teu cheiro

acalma ou me mata.

Não me destes teu salvo conduto

Mas fincastes em mim teu anzol.



Nesta estrada do meu coração

há camisas, relatos, compassos.

Há canções tingidas de afeto

e uma lua com nome e com voz.
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