148 usuários online |
| |
|
Poesias-->A GRANDE VULVA -- 17/12/2006 - 00:27 (Joel Pereira de Sá) |
|
|
| |
O mundo é uma grande vulva
Que trepa, goza e emprenha
É uma formidável grelha
Que assa a carne humana
Com mísseis, fome e lenha
De tapuias, pimenteiras
O formigueiro se assanha.
Dentro da grande vulva
Meu falo não ejacula
No útero, nessa fornalha
Fujo da enorme vagina
Pra me envenenar num mundo
Os olhos não vêem a linha
Que o menino faz voar
Com a pipa em nuvens esparsas
Tenta ele alcançar
A grande vulva se fecha
Ninguém mais pode entrar.
O tapuia se acoita
Naquela vulva sombria
Fugindo dos arcabuzes
Da cobiça e da covardia
Barbudos vestidos de couro
Tangendo bois, colhendo ouro
Dizimam os aborígines
Decretam a escravaria.
---Joel de Sá---
|
|