Que faria um Xamã, preso num canto de chão com as águas a subir e logo iriam tomar aquele espaço no qual ele ainda estiva seguro?

Para mim, certamente ele se transformaria num peixe ou numa ave e iria embora. Não se assustaria frente a nova prova.

Ele, e eu, não ficaríamos presos a impasses duais. Entre ficar e morrer ou ir embora tentando se salvar.

Há só um caminho... Ao encetarmos uma direção, todas as outras possibilidades imaginárias daquele passado se esvaem juntas.

Não é razoável que o Homem leve tanto tempo para saber de si. Seria como um pássaro que, para voar, levasse mais que a metade de sua vida. Um desperdício.

Viver é simples e quase todas as funções se processam automaticamente.

Respirar, bombear o sangue, digerir alimentos... mas há uma cultura de dependência que faz com que muitos busquem com muita ansiedade por respostas que não sabem ler.

É professoral a cena do filme Os Deuses estão Loucos número 1. Quando o aborígene olha para o chão, lendo as marcas de para onde foi o carro, etc... e diz. Os brancos não sabem ler... Todos os sinais estão aí no chão (Não literalmente...)

A sensação de grupo acho que afeta menos o Xamã que outros. Corrija-me se eu estiver errado.

Sentir-se num grupo, seja ele qual for dá um certo alívio à Alma. Diminue-se a ansiedade pois se tem a sensação de que estamos num lugar mais seguro porque tem mais gente.

Mas, não é real.

Certo é, como bem faz um Xamã ou eu, olharmos cada momento como único e perceber o que o outro quer nos dizer.

Alguma coisa se perde no silêncio... Alguma coisa se ganha também.

Não temos que ser necessários. Apenas temos que estar lá quando for nossa hora de agir.

abraços,
[]s Mago_br – Ricardo Oliveira

PS. Sobre Amigos?! Eles podem tudo. Até nos traírem... São amigos e sempre serão assim considerados nos seus acertos e nas suas (deles) faltas.