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Cronicas-->Pontualidade é indisprezavel, melhor, INDISPENSAVEL.... -- 28/03/2004 - 23:12 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Palmira estava extravasando felicidade. Finalmente conseguira ingressos para aquela peça tão comentada, em cartaz a mais de dez anos.
Há muito tempo não ia ao teatro. E percebera como mudara. As instalações estavam mais modernas, o som , mais nítido, até o palco parecia maior e as pessoas mais bonitas. Fora uma das primeiras a chegar e a entrar. Queria ficar admirando tudo aquilo, pois durante o espetáculo não haveria tempo.
Tocou o primeiro sinal. O segundo. Logo iria começar. Todas as cadeiras ocupadas. A do seu lado, vazia. "Alguém que deve ter tido algum problema", pensou ela.
Quando se abrem as cortinas, tudo escuro, uma luz de lanterna invade seu rosto. Era o lanterninha. Atrás dele, uma mulher extravagante, com roupas esvoaçantes e sapato de salto altissímo. Começa a percorrer a fileira, pedindo licença. O seu é o terceiro lugar, o dela, o quarto. Enquanto anda pelo corredor espremido, bate nas cabeças dos espectadores da frente, que reclamam sem parar. E a mulher tampa a visão de Palmira, que não consegue ver absolutamente nada. A essa altura, os atores já estavam no palco, ela apenas ouve vozes e vê a tal na sua frente, que fala:
- Licencinha , por favor...
E Palmira pensa com seus botões para onde ela poderia ir, e nisso a mulher pisa no seu pé com toda a força. Agora que ela não vai conseguir aproveitar mesmo. A dor vai incomodar....
A mulher senta, e Palmira consegue ouvir nitidamente a respiração ofegante dela. Já se passaram alguns minutos de espetáculo, e Palmira irrita -se por não estar entendendo a história.
A mulher ao lado começa mexer na bolsa, como quem vai pegar alguma coisa e logo vem a pergunta:
- Deseja uma bala? Oferece ela, colocando o pacote de bala e sua mãozona na frente do rosto de Palmira.
- Não, obrigada. Gostaria de ver a peça, responde Palmira secamente.
Palmira percebe que sua resposta deixa sua vizinha de espetáculo desconcertada. Começa a se mexer na cadeira sem parar. A cadeira parece estar apertada para ela.
Não que tenha se arrependido de responder grosso, mas fica com um certo remorso.
Logo em seguida pergunta para ela se está gostando da peça. E não ouve nenhuma resposta.
Quando a peça termina , a tal já está de pé, pronta para ir embora e quem sabe pisar no pé de todos novamente.
Palmira tenta se desculpar , mas a mulher pisa de antemão no seu pé, desta vez de propósito.
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