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Cronicas-->Quem cai na rede, nem sempre é peixe... -- 26/03/2004 - 15:10 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aquele desenho meu no computador era uma verdadeira obra de arte. Eu havia conseguido desenvolver um modelo matemático para empresas de pesca e distribuição de peixes- um segmento novo, que comecava a despontar- que NUNCA me imaginara capaz.
Ele era capaz de identificar o ponto exato da localização do cardume de peixes de qualquer tipo, a qualquer hora do dia, em água doce ou salgada, levando em conta algumas variáveis como: posição do sol, temperatura, maré, e velocidade do vento. O computador calculava a velocidade media dos peixes levando em conta essas variáveis, e sabia definir, através de um modelo PERT-Cpm, qual a provável trajetória dos peixes para aquele aspecto de dia, e , com isso,localizar o local( num raio de 30 metros) onde o cardume estaria em determinado horário.
Os ganhos, então, seriam enormes:
- Aumento no volume da pesca em até 70%, sendo esse a redução de tempo que a equipe de pesca conseguiria até localizar o cardume de peixes, pois ao invés de ficarem parados algumas horas aguardando, o barco já sairia diretamente ao local.
- Consequente redução em até 30% no preço final do produto,
- Redução de até 30% nas quebras.
Eu fazia e refazia o modelo, e cada vez ficava mais empolgado. As simulações apresentavam resultados cada vez melhores, e imaginava que em pouco tempo ganharia fortunas de dinheiro, e logo os melhores peixes do nordeste chegariam a Porto Alegre a um custo baixíssimo.
Eu sabia dos cartéis de pesca nas grandes cidades litoràneas do nordeste, e me informara sobre o crescimento e enriquecimento destes grupos nos últimos quatro anos. Mas sabia também que os instrumentos de pesca ainda eram completamente rudimentares. E visualizara, através desta analise, este segmento com grande potencial de desenvolvimento tecnológico.
Quando vi que as simulações já chegavam em quase 80% de eficiência, o que considerava um bom numero, resolvi ir então para o nordeste. Marquei uma visita em cada principal empresa de pesca, empresas essas que faturavam mais de R$ 2 MILHOES /ano.
A minha primeira visita seria em Recife. O nome da companhia: COMPANHIA REGIONAL DE DSITRIBUIÇÃO DE PESCA LTDA.
Segui com um táxi, engravatado, até o escritório. Um calor infernal.
- Chegamos, falou o motorista.
- Já? Perguntei, olhando para o lado. Era uma casa velha, na beira da praia, e nem placa tinha.
- Aqui mesmo.
Paguei o táxi, desci e fiquei parado na porta. Quando vejo, um senhor vestido de maneira simples me abre a porta e pergunta:
- O senhor deve ser o tal doutor....
- Mesquita, respondo
- Isso mesmo. Por favor, entre e se sinta a vontade....
A vontade com certeza eu já não estava. Acomodei meu note- book e minha maleta encima da mesa, e começamos a conversar:
- O senhor me falou de um sistema para pesca.... me explique melhor..
- Isso, é um sistema PERT -CPM desenvolvido em linguagem avançada....
- Em que língua, porque em não falo inglês?
- Estou falando em linguagem de computador, Sr. Jose...
- Computador????Eu nem sei como liga um...
- O que?E como o senhor pediu para eu vir até aqui?
- O senhor me disse sistema.. Mas não explicou que era de computador. Mas vamos, me conte, porque se o treco for bom, meu filho mexe bem na maquina...
Comecei a contar, e ele foi ficando interessado. Falei que era através do tempo, posição do sol, da velocidade dos ventos...foi quando ele me interrompeu e perguntou:
- E a lua?
- O que tem a lua a ver com isso, Sr. Jose?
- O senhor não sabe que a pesca é noturna? Pra gente poder trabalhar, a lua tem que aparecer. Se não tem lua, não tem pesca boa...
- E agora, seu Jose?
- E agora , pergunto eu, Sr Mesquita?
- Agora eu vou embora , porque com certeza o senhor não caiu na minha rede, mas eu também sou longe de dar pra peixe.
E nos despedimos. Pra sempre.
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