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Cronicas-->Sobrenome em crise, amor revive. -- 26/03/2004 - 14:19 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quem sou eu ? Espero que você nunca tenha se aprofundado muito em uma pergunta como essa, tentando encontrar a resposta.
Somos simples nomes e sobrenomes constando em Listas Telefónicas, dividindo paginas e paginas com milhares de nomes. Ao mesmo tempo, seres únicos, exclusivos de quem convive conosco.
Nossa identidade se forma à medida que crescemos e evoluímos. Vamos agregando novas habilidades, atitudes, maneiras de pensar conforme acontecimentos marcam nossas vidas, como o casamento.
Quando casamos, esperamos aprender com o outro e crescer.
O sobrenome pode diminuir. Há casos em que se deixa o sobrenome de solteiro, agrega-se o de casado de tão complicado que o anterior era.
Nossa carteira de identidade terá que ser modificada. Passaremos a ser outra, com nome novo. Mas nossa origem continua a mesma, pois o casamento é apenas um acontecimento, no meio de nossa história.
Não há felicidade maior que olhar a novo documento quando somos recém casados. Se pudéssemos, colávamos ao peito, para que todos notassem nosso novo nome. Nosso parceiro é nossa fonte de orgulho, e nunca passaria pela nossa cabeça que a mudança de sobrenome pudesse remontar-nos a que somos "propriedade privada de fulano de tal".
Mas isso uma hora acontece. Ah, se arrependimento matasse, na primeira briga....Eis os pensamentos que surgem:
Afinal, porque tenho o sobrenome dele? Ele é melhor que eu? Sou inferior à ele? Porque não pensei melhor e mantive meu próprio sobrenome, sem alterar minha identidade?
Recolhemos estes pensamentos quando as águas acalmam, mas sendo a identidade um documento que usamos todos os dias, sempre que soletramos nosso nome de casada nos arrependemos por não termos mantido o de solteira.
O homem não entende o quão benevolentes fomos ao aceitar trocar de sobrenome, homenageando a quem tanto amamos, ou amávamos. Talvez pelo fato da sociedade não ter instituído a troca do sobrenome ao homem, ele não entenda nossas Crises de Identidade, achando que é tudo frescura.
Ele não dá valor à essa mudança sofrida que fizemos e não nos entende. A mamãe nos entenderia muito melhor, e certamente apoiaria a nossa troca de nome, voltando a usar o sobrenome de solteira.
Neste momento nos damos conta que não foi só a mudança do sobrenome, mas abandonamos também a casa da mamãe. Mas espera aí, a mami também não trocou o sobrenome dela? Então, melhor é conversar com ela como agir quando me vejo nessas "nóias". E sabe o que ela me fala?
"Nossa qualidade feminina em oscilar no humor e exagerar na dimensão dos problemas transforma um simples documento na mancha negra de nossas vidas. Filha, as manchas não são negras. A gente pode ir apagando ao longo do tempo, e nem lembrar-nos delas..."
Mas eu não concordo. Acho que o documento de identidade que traz nosso nome de casada deveria ocupar uma área de 2500 metros quadrados, para acomodar todas as manchas negras de nosso casamento. Afinal, a mulher tem a habilidade de guardar todos os ressentimentos e nos momentos oportunos mostra o que as manchas negras que o parceiro( e seu maldito sobrenome) conseguiram causar.

Os homens percebem a esperteza e habilidade feminina em "carregar a memória do casamento" com elas. Irritam-se, mas também aprendem com isso. Primeiro, com as crises de suas mulheres(mãe, esposa, etc) sempre se vêem forçados a lembrar que nós os homenageamos quando incorporamos seu sobrenome ao nosso.
Segundo, melhoram um pouco a capacidade de memorizar fatos, porque eles mal se lembram o que comeram ontem. Por isso que não entram em crise.
O tamanho da crise é proporcional à capacidade de nossa memoria.
Por isso também, ela não nos permite esquecer o quanto admiramos e amamos nossos parceiros, e a convivência nos leva a agir muitas vezes como eles. E sabemos disso. Mas infelizmente, acho que gostamos de entrar em crise. Por isso estamos sempre nos questionando. Sempre nos perguntando: "Quem sou eu?". Se valeu a pena mudar de sobrenome. Eu posso dizer que sim, e muito.


Sandra Ethel Kropp

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