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Artigos-->Momento mediúnico... -- 26/09/2002 - 12:42 (•¸.♥♥ Céu Arder .•`♥♥¸.•¸.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Após a minha publicação de um poema, “SÓ UMA PALAVRA”, psicografado por Chico Xavier, o maior médium que a humanidade já conheceu, exemplo de humildade e caridade, chegaram-me alguns e-mails, talvez por curiosidade, a perguntar-me se eu sou praticante da Doutrina Espírita, de Allan Kardec...

Não sou.

E, como já tenho me pronunciado, em alguns textos, não sou adepta, e nem pertenço a nenhuma religião, ou facção religiosa.

Fui criada na Igreja Católica Apostólica Romana, da qual nunca consegui entender o propósito dogmático. Apenas, via-me... Criança assustada, a absorver ensinamentos de um “Deus Juiz” que só nos perdoaria os pecados ante o arrependimento profundo das calamidades que cometêssemos. E eu, criança pura e sem malícias, atemorizava-me.

Mesmo na fase de menina-adolescente, desarvorava-me em culpas, quando pensamentos libidinosos, tão comuns, naturais e sadios aviltavam a minha “pureza original”. Algo assim... Que me fazia um grande mal e que impedia que eu desenvolvesse a minha personalidade, frente às coisas mais benéficas da vida...

Quanta hipocrisia! Quanto tempo perdido, em crenças que nada acrescentavam ao desenvolver espiritual... Pois, se espírito há, ele faz parte de um todo, onde a matéria tem prioridade. Pelo menos no presente tempo em que ela se encontra a “serviço” de algum projeto da natureza.

Pessoas há, que confundem FÉ com religiosidade. E o ser humano necessita da fé, em todos os empreendimentos da vida, por mais ínfimos que pareçam...

É preciso ter FÉ, para que uma refeição seja elaborada e, de algum modo, vá agradar ao paladar daqueles que irão saboreá-la.

Não falo aqui da fé transcendental, que coloca o ser na superconsciência do Criador... Falo da fé em si mesma, esta força criadora (e criativa) que vem de nosso interior e, de alguma forma, foge ao nosso entendimento por fazer parte de “algo maior”.

Por extensão, é nessa FORÇA que eu creio, a despeito de as religiões tomarem, mais e mais, um sem-número de adeptos que cresce, sem muito sentido.

O ser humano, tão dependente de milagres para ter uma prova de que a vida está além daquilo que se vê, vive às cegas à procura de algo em que possa agarrar-se.

E a vida é tão simples: assim como se nasce, morre-se, após, cumpridas algumas tarefas, independentemente, ou não, de nossa vontade.

O que da vida fazemos, só a nós próprios diz algum respeito. E as contas que devemos prestar de nossos atos são, simplesmente, juros e dividendos de algum crédito que, com nossos empreendimentos humanos, fizemos por merecer.

Se Deus “criou a criatura”, ou se a criatura “criou Deus”, isso é o que menos importa.

Somos seres, indefesos, à revelia de inúmeras calamidades “programadas”.

Vivemos, por assim dizer, num rodízio repetitivo de acontecimentos, onde a mola propulsora que os desencadeia é mantida por alguma programação invisível, premeditada cujo mecanismo, se alterado, pode gerar grandes complicações para a “máquina mestra”.

É assim que eu entendo a vida. Atualmente. E poucas coisas conseguem me surpreender...

Acredito na FELICIDADE, entremeada de tristezas e provações necessárias ao nosso desenvolvimento pessoal. São as desventuras, na maioria das vezes, que nos dão a grande subida no podium da existência. E não é por acaso... O Japão ascendeu da nefasta poeira de urânio... Um menino, quando reprovado na escola, esmera-se em estudar mais, para conseguir aprovação; e isto o torna, vez por outra, um dos mais aplicados alunos na série em curso. Pois ele aprendeu com os próprios erros, ou uma “força interior” o preveniu: “Quem não luta contra a correnteza, certamente afoga-se nas águas turbulentas do rio...”.

Vou encerrar o meu ensaio à moda de Machado de Assis, antes que me achem “enfadonha “ (se já não acharam):

Sei que estás, agora, amado leitor, a pensar com teus botões: “Por que diabos esta escritora perdeu-se totalmente do tema proposto no título?”

É que em nossa mente a idéia ensaia-se, forma-se, e os dedos vão por aí, sem obedecer às nossas primeiras intenções. Creio que esta é a peculiaridade da idéia e a sina irrevogável do escritor: transmitir o que tem de ser transmitido; deliberar sobre a vida que não é, senão, um mundo de idéias, encadeadas e confusas, que se vão delineando no espírito magno da PALAVRA.

Sempre tive uma ligação muito simpática com minha saudosa mãe, falecida há cinco anos. Júlia era o meu esteio, neste mundo. Meu maior amor... E alvo de um grande sentimento, que tão bem soube implantar em meu espírito. Era uma ligação de “mãe e filha caçula”, sempre a predileta em seus cuidados, por haver nascido com um espaço de tempo distante, entre outras duas irmãs...

Dessa ligação forte, nasceu uma sintonia muito grande. Minha mãe sabia, mesmo à distância, quando alguma coisa me perturbava o ânimo. E onde eu estivesse, ela surgia para acolher-me em seus braços e me assegurava uma vida doce e de proteção desmedida. Esse detalhe, embora confortável na época de criança, fez-me dependente, o que me prejudicou, de algum modo, quando, a caminho da Universidade, tive de me distanciar do seio acolhedor.

Passei agruras terríveis, à noite, por algum mal-estar que me assomava. Precisava de um chá, ou de uma massagem, e não tinha...

Ah... Como era compensadora a saudade, ao discar o número de casa e por aquela voz melodiosa ouvir “Dorme, filha amada, que a dor vai passar”... E cantava para mim. Quantas vezes eu amanhecia, desperta pelo toque de telefone ocupado que eu deixara cair das mãos... “E não é que a dor foi mesmo embora, sem que eu houvesse percebido?”

Sua partida foi dolorosa para mim. Custei muito a me acostumar com a lacuna da ausência.

Há algum tempo, durante a noite, tive uma crise de vesícula que me atormentava o sono. Não me levantei, por não querer incomodar, nem preocupar ninguém. E a dor, já dilacerante, cada vez aumentava... No auge do pavor, meu pensamento foi para minha mãe adorada... Fechei os olhos e memorizei algum momento em que me havia aliviado com massagem de álcool canforado. Sempre resolvia naquele tempo.

Imbuída desta lembrança, no escuro, senti “uma presença” sentada ao meu lado. E uma mão leve envolveu-me rosto e pescoço. “Devo ter morrido – pensei – e estou na eternidade...”

Adormeci. E pela manhã, ao acordar, nunca me senti tão disposta e preparada para enfrentar um longo dia de trabalho.

Creio, com convicção, que desses momentos mágicos é feita a ETERNIDADE...







OBS.

Minha referência à religião católica é puramente fruto

de uma vivência muito particular.

Herdei de minha mãe, católica praticante

e muito devota, os princípios morais

em que fundamentei minha vida... Mas, na data presente,

não acho que a religião me faça falta. Em minhas declarações

não vai nenhuma ofensa, mesmo que velada. Respeito muito

os credos (ou não credos) das pessoas.
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