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Cronicas-->Suco de Tomate -- 22/03/2004 - 08:27 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Suco de Tomate

Estou num restaurante chique de São Paulo. Eu e meu marido aguardamos no bar um casal de amigos.Tenho vontade de tomar um suco de tomate.
Chamo o garçom fazendo um gesto com o dedo.Ele vem em direção á nossa mesa.
- Pois não, senhora. Em que posso ajudar?
- O que o senhor tem de aperitivo sem álcool?
- Senhora, nenhum de nossos aperitivos leva álcool.
- Ah, não.... Mas e se eu quiser uma caipirinha de vodka?
- Mas a senhora quer uma bebida ou um petisco?
- Quero uma bebida.
- Ah, sim, pois não. Pois não, pensei que a senhora quisesse comida.... Aqui está nossa carta de vinhos, senhora...
- Mas eu não quero vinho. Quero suco de tomate bem fresco.
- Suco de tomate fresco nós não temos.
- Como assim?
- Não.Tomates frescos usamos apenas nas saladas e molhos das massas.
- Mas pode ser de garrafa.
- Ah, a senhora quer na garrafa mesmo?
- Meu rapaz, você trabalha aqui a quanto tempo? Não sabe atender uma mesa? Pergunto, irritada.
- Senhora, eu sou o garçom mais antigo do restaurante.
- Então, o senhor sabe me servir um suco de tomate. Deve ser uma brincadeira.
- Eu sirvo como a senhora preferir. No copo ou na garrafa?
- Ainda não acabou a gozação?
- Mas quem está gozando da senhora... Deixe- me esclarecer: se a senhora quiser, trago um copo de suco. Se não, posso trazer a garrafa de 300 ml e um copo. Nós servimos o suco da própria garrafa.
- E para que essa frescura? Me traga logo um copo com suco e pronto, respondi, irritada.
- Está bem. Pega aquele "leitor ótico"de restaurante, começa a mexer as paginas do cardápio para fazer o pedido.
Eu, como toda curiosa excessiva, logo pergunto:
- Para que os senhor muda tanto as paginas para pedir apenas um simples suco de tomate?
- Eu tenho que pedir: tomate, depois suco, depois excluir a garrafa e acrescentar que é servido no copo. Isso para que o barman me coloque exatamente o que foi pedido.
- Mas não é mais simples ir até o bar e pedir o senhor mesmo?
- Mas é que quando a casa está cheia, fica mais fácil desta forma.
- Ah, entendi....olhei para os lados e só havia mais duas mesas ocupadas. No bar , somente nós.
- Pois não, a senhora deseja mais alguma coisa? E o senhor?
- Não, obrigada, respondeu meu marido enquanto eu ainda achava aquela historia de "leitor otico" uma falta de necessidade total.
- Posso fazer o pedido?
- Sim, respondi.
- Com licença.
Meu marido olhou para ele com um ar de aprovação. Quando ele se afastou, apenas ouvi:
- Da próxima vez que você tumultuar o meio de campo, me levanto e vou embora...
- Mas você viu que era o garçom que não sabia atender...
- Está certo. Ele estava com certa dificuldade. Mas você não colabora em nada. É muito "cricri."
- Eu tenho direitos . Estou pagando e quero ser bem atendida.
No meio de nossa discussão, o garçom reaparece com o copo de suco maravilhosamente servido, uma taça de vinho para meu marido e ainda um prato de canapés para nós.
- Isto é por conta da casa. Desculpe o transtorno.
Olho e fico constrangida. Realmente fui "cricri" demais. Mas acho que da próxima vez posso voltar a este restaurante e tumultuar mais um pouco. Quem sabe assim eu não ganhe o jantar de graça?
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