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Cronicas-->Onde foi que eu errei? -- 21/03/2004 - 11:22 (sandra ethel kropp) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Sempre fui uma ótima mãe. Para vocês terem uma idéia, eu acordava as cinco da manhã para fazer café para o marido e os filhos. Até mamão eu cortava e punha na mesa. Sem falar no suco de laranja, fresquinho.
Tenho três filhos. Casei cedo, e meu marido me proibiu de trabalhar. Passava os dias em casa, fazendo o serviço. Ou vendo os programas femininos. Mas a verdade é que sempre achei tudo um saco. O casamento, o sexo, cuidar dos filhos. Nunca me senti reconhecida. E não era mesmo. Parecia estar fazendo não mais que a obrigação.
Um belo dia meu marido virou e falou que estava indo embora. Que tinha outra. Me largou com as crianças para cuidar. Eram adolescentes. Deixou só a casa para nós. A pensão era mínima . Só para eles. O meu trabalho em casa, depois de tantos anos, ele nunca reconheceu. E o pior que a outra que ele arranjou trabalhava, se cuidava, daquelas que ficava horas na academia malhando. Lógico, eu nunca pude. Com que dinheiro?
Tive que arregaçar as mangas e comecei a vender produtos de beleza, de porta em porta. Logo fui crescendo, montei a minha rede de vendas. O dinheiro começou a aparecer, eu comecei a me cuidar, surgiram os namoricos. E a ciumeira dos filhos.
Descobri que um dos meus filhos estava mexendo com drogas. Passou a não dormir mais em casa. E de madrugada era uma loucura. Ligava para todas as delegacias e hospitais de SP. Nada. As seis da manhã aparecia ele, todo belo e formoso. Eu ficava furiosa, fazia interrogatório. E ele mandava não encher o saco.
Meu namorado falava para eu não esquentar, que ia passar. Mas nunca passava, pelo contrário, piorou. Até que fui chamada na delegacia. Que vergonha. E descobri que quem vendia droga para ele era o meu namorado. Que horror. Como eu pude me deixar envolver por um traficante, que já tinha até passagens na polícia?
Tive que internar meu filho. A família ficou revoltada. Começaram a me culpar. Que eu não dava bola, não soube educar, não cobrava os estudos, ficava namorando por aí. Bem eu...
E o pai dele sumiu. Nunca mais quis saber dos filhos. Aparecia só em aniversário, natal, páscoa. E quando muito.
Entrei em depressão de ver meu filho daquele jeito. Tive que tomar remédios. E que caros eram. Estava trabalhando pouco, pois ficava muito na clínica com ele. O dinheiro começou a não dar, meus outros filhos começaram a me cobrar atenção, carinho...
Eu comecei a ir em uma Igreja, orar e pedir ajuda. Andava meio afastada da religião, e várias amigas do bairro tinham falado tão bem... Já na primeira vez que fui parecia que tudo começara a mudar...para melhor. Estava me sentindo mais forte para lutar contra os problemas.
E ia na Igreja todos os dias, as vezes passava o dia inteiro lá. Sem que percebesse, deixei o meu trabalho completamente de lado. As minhas vendedoras ligavam para casa e perguntavam o que estava acontecendo comigo. Havia acabado o período de tolerància, era hora de cair na real.
Finalmente meu filho se curou, acho que graças as minhas orações. E eu pude voltar a trabalhar. Arranjei outro namorado, só que desta vez tratei de conhecê - lo melhor. Os meus filhos gostam dele. Inclusive o que se drogava.
Ele só tem um probleminha. Esta desempregado, e anda me pedindo dimheiro emprestado. E só uma fase, ele me falou. É claro que eu estou emprestando. Sem meus filhos saberem, lógico. Mas sabem que a quantia anda aumentando, e eu não quero fazer muita pergunta, para não pressioná - lo, se não vou perdê -lo, que nem perdi meu primeiro marido...
Mas de novo o dinheiro não tá dando para pagar as contas.... E meus filhos não querem saber de trabalhar, apesar de a idade já permitir...
Me respondam: o que eu faço? Vocês já passaram por esse tipo de problema? Ou será que eu sou o problema?
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