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Cordel-->A PÁTRIA ULTRAJADA -- 05/02/2014 - 17:12 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A PÁTRIA ULTRAJADA


Naqueles tempos de antigamente
Quando trabalhar era uma viagem
Que se fazia a pé, de carro ou trem
E nem precisava de muita coragem
Pois se tinha o orgulho e o respeito
Pelo trabalho, não pela vadiagem.

Era tempo que sem a identificação
Que o comprovava ser trabalhador
O cidadão tinha de ser averiguado
Pois poderia até ser um malfeitor
Um elemento nocivo à sociedade
Um assaz e contundente predador.

Daqueles irritantes e usurpadores
Do dinheiro dos seus pais e avós
Tirando os sonhos e as esperanças
Porque pela evolução vieram após
Eles têm tudo pra serem melhores
E não que nas gotas deem os nós.

Tempo em que a carteira da CLT
Era um documento da grandeza
Maior que qualquer um cidadão
Queria ter depois do de nobreza
Pois na terra de tantos reinados
Rei bom só trabalhador podia ser.

Foram tempos que os japoneses
Os italianos, gregos e os alemães
Assim como os de outras etnias
Chegavam aqui com os corações
Braços fortes querendo trabalhar
E a vontade viril de suas emoções.

Um país formado por três raças
Que depois a outras que somou
Deu um caldo bem substancioso
Onde a operosidade transformou
Os minérios em grandes riquezas
As lavouras outros potes formou.

No país que os hábeis imigrantes
Criaram glórias em suas labutas
Que sejam as mentais ou braçais
Ou as das enxadas ou das batutas
Foram as que aqui logo somaram
As dos nativos nas primeiras lutas.

O martelo tirava o som do ferro
Que fundia as rodas das carroças
Como o mijo do boi pela estrada
Entoam as canções mais mornas
E levavam os produtos à cidade
Vindo da terra plantada na roça.

Eram as chaminés a esfumaçar
Nuvens habitadas por carneiros
E a sombrear todos os pomares
Onde os frutos davam dinheiro
E onde em se plantando tudo dá
Trabalho é meu pirão primeiro.


E vieram as usinas e montadoras
Até satélites e os computadores
Conduzindo na nova realidade
Novas intenções e novos vetores
O grande olhar da comunicação
Estabelecendo os novos valores.

Começaram novas possibilidades
No país que até já foi um império
Foi de reis e dividido por coronéis
Mudanças trocadas por mistérios
E que ninguém entendia o enredo
Falando até não ser um país sério.

Depois de passar por oligarquias
Que iam se alternando no poder
Trocando cana por café com leite
E os produtos que soubessem ser
Um fascínio para o papel moeda
Tirando honra que pudessem ter.


Talvez tenha sido o acontecido
Com uma que chegou de roldão
Levando muitos trabalhadores
Contando bem mais de milhão
A ficarem tontos e estarrecidos
Com o escândalo do mensalão.

Quando pelas fábricas e praças
Barbudos e jovens de macacão
Gritavam as palavras de ordem
Incitando trabalhadores a ação
Todos só acreditaram que essa
Seria do bem a nova revolução.

No país onde não se ensina lê
Todos até esquecem dos bichos
Que Orwell descrevera em 1945
Onde porco e homem no nicho
São tão iguais nos pensamentos
trocando nomes e não rabichos.


O poder é que tem mais elevado
Nos homens: ganância e riqueza
A ganância de ter o que não tem
Seja dinheiro ou alguma nobreza
Não se importando de que forma
Só saem enlameados com certeza.

Deputado algemado na câmara
Não é cena que a nação admite
Tampouco os que nele votaram
Embora é o regime que permite
Que sendo por eles estabelecido
Até o honesto e ético se omite.

As alianças com antigos opostos
Nos princípios e até na condução
De suas vidas públicas e privadas
Se aliam e novos eixos de gestão
São alinhavados para as políticas
Do agora antigo e novo padrão.

É como ser sem nunca ter sido
Apenas um engano ou intenção
De ludibriar com uma roupagem
O antigo como uma renovação
E o voto esse sim foi renovado
Trocado por nova enganação.

Só dois partidos antigamente
Mas apenas um que mandava
Depois vieram até outros mais
E somente um que comandava
Antes eram tanques e intrigas
Depois era a viúva que pagava.

Só os trabalhadores orgulhosos
De sua dignidade da sua labuta
Apesar dos enganos e da traição
Mesmo sem “bolsa” vão a luta
Pagando seus impostos em dia
Pagando a conta dessa “truta”


Sabedores mas não participantes
Por nem ganharem no mensalão
E não terem o vício ou sapiência
Em lidar com a tal da corrupção
Eles jamais conseguem ultrajar
Como os que saqueiam a nação.

Na verdade a inocência perdida
Deu lugar ao jeito desconsolado
E aceitar o contito nas coligações
Deixando sem forças e prostrado
E quando lembrar tempos antigos
Não mais aceitarás ser ultrajado.


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