DALVA
NA DANÇA DO SORRISO
Ponho-te palavra por palavra
Consoante indago na pose teu sorriso
E vejo sucessivo o paraíso
Planar feliz sobre o Inverno
Capaz de ultrapassar qualquer inferno
Que a onda vivente entreabra...
Onde começa o colo descubro uma cruz
Donde teus braços pendem num abraço
Que também sorri para o espaço...
Uma cruz que nada crucifica
Se estreita elegante e até concita
Que me sinta nela teu Jesus...
E sabes?!... Não sou crente
Mas sou capaz de amar e perdoar a toda a gente
E às vezes sou voraz como onda no mar
Que se encrista mas desce a espraiar
Serenidade e doçura... Como o teu olhar
Se espraia em mim tão fluente...
E vamos por aqui... Vem...
Algures... Aquém... Além...
No corpo das palavras ternamente
Voar sem asas e deixar que vente
Por entre o verbo o maestro inconsciente
Que só a inocência guarda e tem.
Torre da Guia