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Erotico-->Inocência -- 03/02/2004 - 16:07 (José J Serpa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Minês era menina e moça... à moda
antiga, isto é... ainda era donzela!
Dos frutos do amor não tinha ela
provado ainda a cornucópia toda.

Beijos que a punham de cabeça à roda,
que o Tó lhe dava, e alguma apalpadela
com que ele ia explorando as prendas dela...
o mais guardavam para o dia da boda!

Beijos sim. E que beijos. Uns portentos
aqueles beijos que ele lhe dava...
que quando eram mais longos, suculentos

faziam aumentar aquela trouxa...
na verilha do Tó... que ela notava
se avolumando contra a sua coxa.



Minês sente-se toda estremecer...
E quanto mais, meu Deus, ela o sentia
mais decididamente lhe crescia,
uma vontade imensa para o ver!

Um dia, foram-se ambos esconder
atrás duma giesta, que floria
num canto do jardim, e os encobria
como se os quisesse proteger...

Sentam-se ali, num banco, a se beijar...
Beijam-se mais e mais. Minês aquece...
num arroubo de amor vai se sentar

no colo dele... e a saínha dela
subiu tanto, tanto, que aparece
a cuequinha exígua e amarela...



E aquelas pernas nuas, tão viçosas...
e as nádegas sobre ele... tentação...
esmagam-no de gozo... O Tó, então,
tenta reter a suas mãos gulosas...

Mas tenta em vão, porque elas de nervosas
ganham vontade própria e intenção...
E, como que sozinhas, aí vão
em busca de delícias... mais gostosas...

sumindo-se no cós das cuecas dela.
Minês retrai-se toda, vai fugir...
mas logo aquele afago doce, leve,

inebriante, dilui toda a cautela...
de novo descontrai, deixa-se ir,
já não lhe quer fugir, já não se atreve...



E, alheados do tempo que corria,
sorvem, com juras de afeições eternas,
com beijos e carícias, as mais ternas,
os sucos do amor e a magia...

No colo do rapaz, Minês gemia,
desfalecendo quase, e sem se ter nas
suas, cai de joelhos entre as pernas
dele, na relva, ali, que rescendia...

Que quadro mais tocante! Que doçura
se evolava dos dois, assim tomados
dum êxtase de amor e de ternura!

Como é que Eros, o deus dos namorados,
pôde insuflar nos dois tanta candura,
pôde tê-los assim transfigurados?



Que quadro mais tocante, que doçura!
Sentado o Tó, no banco, tem Minês
de joelhos, na relva, a seus pés...
toda abraçada a ele, na cintura.

Oculta o rosto a doce criatura,
ou por amor, ou de pudor talvez,
no peito dele. Ele, com mão cortês,
afaga-lhe os cabelos, com ternura.

Minês, os lábios húmidos, frementes,
era só beijos, beijos, beijos nele...
grandes beijos, molhados e ardentes.

Empolgava-se assim no cheiro dele
e no gosto dos beijos, beijos quentes,
cujo calor, ao Tó, sabia a mel...



E toda debruçada sobre o moço,
no doce amplexo, sente entumescer,
contra o seu peito, aquilo... E crescer...
Até lhe dói, meu Deus, ai, já não posso...

e cresce mais e mais... parece um osso
,
pensou Minês, eu tenho de o ver...
e vou vê-lo agora... tem de ser!

E dando-lhe outro beijo no pescoço,

afasta-se um pouquinho, as mãos tremendo
de forte excitação, profundo anseio,
e abre as calças do Tó... Ele, temendo

o trágico desfecho, aquele enleio
tenta quebrar em vão: Que estás fazendo?
Pára! Minês! Não abras!... Ai!... Tão cheio...



Minês não pára... Abriu... e de repente...
Salta aquilo de lá, melado e tenso,
para as mãos dela, a palpitar... imenso...
Meu Deus, assim tão liso... assim tão quente...

Sentindo as contracções, rapidamente,
o Tó tenta acudir... Puxa dum lenço...
Tarde demais! Explode o jacto denso
no rosto dela, morno, intermitente...

Chocada, as mãos ambas espalmadas
a proteger as faces orvalhadas,
olhos surpresos... uma coisa assim!...

Perdão, Minês, desculpa-me, meu bem!
Não me pude conter... Mas tu também...
não lhe devias ter pegado assim!



E o Tó, apreensivo, na incerteza
de quão profundamente aquela tarde
ia ferir Minês, mesmo apesar de
sentir-se um tanto ufano da proeza,

sofre aquele embaraço... e a vileza
do que lhe acontecera... Tudo lhe arde
no coração, fá-lo sentir cobarde,
envergonhado e cheio de tristeza...

Minês toma-lhe o lenço, limpa o rosto
daquele odor pungente, acidulado,
e vendo-o triste, põe-se a rir com gosto.

Beija-o, e ri... dum riso bom, contente.
E exibe o lenço a rir... todo molhado...
O Tó, de vê-la rir, ri juntamente.



E foi assim, que numa tarde amena,
Minês, pequena, e o Tó, pouco maior,
se deram um ao outro, ali, de amor
uma linda lição... e não pequena...

Que, quando não nos minga a alma, a pena
de sermos o que somos é menor.
Que a rudeza de Eros e o furor
se adoça, se mitiga e se serena

no calor dum carinho, na doçura
duma palavra amável... Que nesta arte
de amar, o dom dos deuses é, somente,

o tema - a forma, o estilo e a ternura
são nossa condição e melhor parte!
Por isso conto a estória... tão contente...

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