A razão do meu tormento é quase sempre um gesto, um apego, um momento
um ser que cruza meu caminho tortuoso de relance
pronto para despedir-se em um instante.
É o oposto, é o semelhante, é quem me acaricia a face ou ignora meu olhar
é quem deseja ir embora, ou quem deseja apenas ficar.
Quase sempre um mero espectador de minha vida construida de cacos de emoções,
meros coadjuvantes em meio as minhas contradições,
rostos breves que serão esquecidos a qualquer instante nesse meu caminho
vozes que não reconhecerei
bocas que nunca beijei
e se beijei, hei de esquecer.
Quase sempre meras lembranças, quando ainda isso resista a minha pouca memória
Seres que talvez saiam de vez da minha estória,
ou que gerem estórias apenas para me entreter.
Seres que não são nada diante de você,
que imaginei que fosse apenas mas um andarilho
vagando sem destino nesse meu tortuoso caminho
à procura de nada, sem espectativas
Que abandona-me assim como eu faço, de maneira inóspita e furtiva,
levando uma parte de mim, deixando-me desprotegida,
e deixando em mim inspiração, e uma alma perdida. |