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Contos-->A Abelha E A Mamangava -- 03/10/2005 - 23:15 (wagner araujo da silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Abelha e a Mamangava – 30.Setembro.2005 – 01:54

Pela aerodinâmica ela não poderia voar. Mas voa. Voa e assusta, pelo zumbido provocado e pela aparência que aterroriza.
Porém, ao voar pela ilha que de lar lhe servia em busca de maracujá, sua fruta favorita, a mamangava acaba se machucando em uma das poderosas asas. Ferimento que normalmente a faria definhar, mas não sem antes ser transformada em delicioso banquete por seus predadores.
Ao tentar subir em uma belíssima procol harum, para quem sabe sua última polinização, a mamangava encontra uma falante e prestativa abelhinha.
Percebendo a depressão e tristeza que dominam a mamangava, a abelhinha começa a conversar com ela, explicando-lhe que a vida nos sorri a todos, mesmo em situações adversas como aquela.
Após muita conversa, a mamangava começa a nutrir simpatia acentuada pela abelhinha, mesmo quando esta, inadvertidamente, a abandona por quase uma hora para resolver problemas pessoais que trouxeram outras dúvidas à bombídea.
Assim, a abelhinha ajuda a mamangava polinizar e com isso ela melhora e se fortalece.
Com a asa parcialmente recuperada, a mamangava toma o seu rumo, jurando agradecimento eterno à abelhinha.
Algum tempo depois, ao voar pelos campos, ouve um pequeno sussurro de socorro. Olha pra baixo e vê a abelhinha presa em uma teia de aranha, prestes a ser devorada. Não pensando duas vezes, desce voando com toda sua força e se choca contra a teia, arrebentando os poderosos fios da aracnídea. A abelha então se solta e sai a voar ao lado da mamangava.
O negro da mamangava somado ao amarelo da abelha somam uma poderosa força. Como a de um tigre aurinegro. Elas se consideram amigas e sempre voam juntas, provocando comentários maldosos de seus pares. Cores diferentes, tamanhos diferentes, eras diferentes, papéis diferentes na natureza. O mundo de uma não pertenceria ao da outra.
Uma amizade que poderia ser frutífera e duradoura, mas que vai sendo corrompida por perturbações e mesquinharia.
O que fazem elas juntas? Por onde voam? Sobre o que falam?
Ainda há o respeito e o sentimento mútuo, embora a abelhinha agora se questione o que mais a bombídea poderia lhe oferecer. E a mamangava se pergunte o que aquele pequenino inseto himenóptero teria a dar, embora no fundo de seu coração soubesse que não seria pouco.
As coisas começam a ficar estranhas. Mau humor de um lado, indiferença de outro. Até que o inevitável acontece. O que seria uma bela relação vira um tormento para a mamangava. Tudo de novo, mesmos seres, mesmos métodos. Mesmas amizades.
Para ela, nada crescia mais além da tristeza. E desiste da abelhinha. Resolve voar por céus distantes, longe de pessoas de personalidade dupla, que ploriferam demais por aquela região.
A abelhinha certamente deu graças a Deus por se livrar daquele pegajoso ser cujo único pecado era querer ficar por perto e ter sua companhia.
A pobre bombídea só tinha certeza de que um novo lar era obrigatório para alguma forma de alegria conhecer. Nada de saudades. Viver presa ao sentimento da saudade só lhe trazia e traria tristeza, mágoa, rancor.
A abelhinha que fosse feliz em sua apatia e falta de coragem para ser feliz.
Para a mamangava não mais dúvidas em seu coração havia. Não se pertenciam, não se pertenceriam. Dois corações que se colidiam. E sai a voar para novos rumos, longe de sua ilha de utopia.



Wagner -
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