Usina de Letras
Usina de Letras
192 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62270 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10381)

Erótico (13573)

Frases (50661)

Humor (20039)

Infantil (5450)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6204)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Arquitetura e vida -- 03/03/2004 - 11:10 (Manoel Carlos Pinheiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, será construído o Centro Cultural Municipal Oscar Niemeyer. Aos noventa e seis anos de idade, Niemeyer faz por merecer esta e outras homenagens.
Serão dois prédios equipados com ar-condicionado central. O prédio do teatro, com dois pavimentos e o outro, com três pavimentos, que abrigará biblioteca, galeria para exposições, quatro salas oficina, copas e banheiros públicos.
Com espaço para eventos ao ar livre, o Centro Cultural é um projeto arquitetónico do próprio homenageado, nosso maior arquiteto.
Nas paredes do seu escritório, numa cobertura da Avenida Atlàntica em Copacabana, Niemeyer fez alguns traços e escreveu algumas frases, numa delas ele diz que "a arquitetura não é importante, mas a vida".
Sempre que fui ao seu escritório o tema das reuniões era a vida e não a arquitetura.
A única exceção foi na época que estava sendo construído o Sambódromo do Rio de Janeiro.
Havia uma intensa campanha de toda a mídia contra o projeto que acabaria o monta-desmonta de arquibancadas.
O interessante é que o custo do Sambódromo equivaleu a dois anos de monta-desmonta.
Para atender o pedido de Darcy Ribeiro, Niemeyer impós uma condição: criar, no próprio Sambódromo, um espaço para escolas.
Resultado: mais seis mil vagas em escolas municipais.
A imprensa, em sua campanha, afirmava que não haveria desfile de escolas de samba porque o Sambódromo não ficaria pronto a tempo; que havia risco de cair.
A TV Globo recusou-se a transmitir o desfile e propiciou à Manchete elevadíssimos índices de audiência.
Quando a população do Rio ainda estava perplexa, na condição de Secretário Geral do Instituto Cultural Brasil África, cujo Conselho Niemeyer presidia, reuni todos os presidentes de velha-guarda de escolas, entre eles o Seu Walter, da Portela, Carlinhos Vovó, do Império Serrano, Babaú, da Mangueira, Seu Geraldo do Salgueiro.
Ainda alguns notáveis do mundo do samba como Roberto Ananias.
Foi uma reunião maravilhosa.
Pela animação, parecia um grupo de crianças.
Niemeyer, como sempre, foi um grande anfitrião: paciente, atencioso e simpático.
Ele mostrou todo o projeto, fez traços em grandes folhas de papel (eu deveria tê-las guardado), acolheu sugestões.
Houve até quem fizesse um partido-alto elogiando o Sambódromo, ainda sem este apelido definitivo dado por Darcy Ribeiro, e o seu criador.
A partir de então, o Sambódromo tornou-se irreversível; pouco a pouco, a partir da velha-guarda, a aceitação do projeto foi absoluta.

Publicada com fotos em
http://www.agrestino.blogger.com.br/
no dia 20/02/2004
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui