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Poesias-->Senda Zen Vergonha -- 22/10/2006 - 21:07 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130952247984705600
Eu sou você, hoje

Caminhando na chuva

Complex cidade e irreverência

Mitos e perigos de usuário

Da vida que a gente tem

Eu sou você hoje e amanhã

Na fila de emergência do INPS

De madrugada na calçada

Improviso, como um nômade do Ceasa

Uma tenda pra obter um crachá

Uma consulta para depois de 2012

Na feira da Previdência. Um dia

Depois do mundo ter acabado

Eu sou você, hoje, vexado

Os sonhos fluindo dentrededos

Em direção ao próximo milênio

Todas as bocas caladas pelo enredo

Todas as almas penadas no degredo

Pasmam com a conquista de Marte

No universo paralelo do próximo domingo

Entusiasmo de torcedor de futebol

Eu sou você, hoje, confederado

De frente para o crime semelhante ao

Peixe mordendo a isca no anzol

Nas esquinas e fronteiras

Combatente das encruzilhadas

Jogador de paraia, frescobol

Desarmado, acelero nas curvas

Tamburellos da 3ª Guerra Mundial

Protótipos invandem a sala de jantar

A 300 quilômetros por hora. Mais. Mas

Você fica no pó romântico e escatológico

Nem percebe que sua cabeça rola

Vendo os animais pastar na grama

Ganhando milhões de dólares

Para correr atrás de uma bola

Eu sou você, hoje, rola-jostas

O salário congelado, os preços altos

Defendendo-se de todo tipo de assalto

Comendo frango resfriado

Que o diabo, muito bravo, amassou

Nos conchavos entre o Planalto

E os deputados que o Judiciário mamou

Eu sou você, hoje, punido com Harry Potter

Na tela da TV. Vítima das excelências

No buraco negro da idade

Em direção à poeira do Tempo

Ao mausoléu da previdência

As esperanças o vento levou

Eu sou você, hoje, tenho de votar

E surfar nas trilhas da cidade

A cara de sertão do eleitor

Os olhos de peão, amanhã

No rio, senhor da 3ª Margem

A lua flutua sozinha, nua

Na noite transmantiqueira

Nesta cidade de carne, arde

Essa realidade de diversões e sorrisos

Do 1° de abril

Eu sou você, hoje

No carinho que se diluiu

Como um castelo de teias

À beira morna do rio

Seus ativos financeiros

Nos fios de cabelo

Nas imagens do filme noir

Afirmaram-se no continuum

As palavras do "velho de Restelo"

Vendo a telenovela na sala de jantar

Eu sou você hoje

A abrir os olhos para outro dia

Mesmo que este outro dia seja ontem

Nas bocas tagarelas

Das garotas banguelas

Que o vento da madrugada levou

Na programação tatibitate

Elas também vão ser atrizes de novela

Imitando aquelas donzelas nos motéis

Dos filmes pornôs

Via controle remoto

Chega enfim, o sábado sem fim

Porque hoje prossigo sendo você

Na pele fria do buraco negro da tv

Meu corpo sob o cobertor de elétrons

Protesta a falta de orgasmos reais

Vendo a programação do domingo

A próxima semana chegou

Os próximos sete dias estão aí

O tempo dilui-se, voa

Com sua licença, agora

O Peregrino precisa

Ganhar a segunda-feira

Vencer os medos inacreditáveis

As realidades intransitáveis

A Guerra-Fria pela sobrevivência

Como uma bomba de nêutrons

A realidade explode a cada passo

No salto alto das aparências

Bom ter em chamas este fósforo

Conduzindo este cigarro de feltro

Em direção ao fundo infinito do cinzeiro

Na grande Pirâmide da Banana

Vai começar a semana do senhor Neutro

Nem a favor nem muito pelo contrário

Correndo atrás do dinheiro

Meu filho, meu avô materno me dizia:

“Homem se mede pela largueza dos chifres”

Outra vez apago esse cigarro

No cinzeiro fabricado de matéria lunar

Nessa seção da madrugada

Nas mucosas desse dia que nasce

Na manhã dessa 2ª feira solar.
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