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Cordel-->O JUSTO VERDEDICTO -- 28/07/2013 - 18:55 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O JUSTO VERDEDICTO

Deus está ao lado do pobre
Seja de noite ou de dia
E sempre guia seus passos
Na tristeza ou alegria
Assim o mundo caminha
Por uma viela estreitinha
Que se alarga numa via.

No reino da Fonte Fria
Cujo príncipe infante
Cometeu um homicídio
Ao matar a sua amante
Por ciúme descontrolado
E pra não ser condenado
Culpou o seu vigilante.

Levando o plano avante
Com perfídia e maldade
Denunciou o guarda costas
Um homem de idoneidade
Pobre e pai de família
Que só fazia a vigília
De Sua Real Majestade.

Mentira contra a verdade
Sai à frente na corrida
De pernas curtas vai longe
Numa disputa renhida
Verdade vem logo atrás
E o seu percurso perfaz
Para ganhar a partida.

O que eu conto em seguida
É lição pra todos nós
Em que o Bem vence o Mal
Na guerra fria e feroz
Pois no fim o jogo vira
Pernas curtas tem mentira
Verdade vence a algoz.

Sempre em disputa atroz
O homem é belicoso
Voltemos agora ao caso
Do príncipe criminoso
Que por ser inconsequente
Denunciou um inocente
Por seu ato delituoso.

Desde o rei majestoso
Até o súdito comum
Todos criam no embuste
Porém ninguém ou algum
Estava ao lado do pobre
Prisioneiro do rei nobre
Sem defensor nenhum.

Até o Juiz número um
Foi ao júri já comprado
Pra condenar o vigia
A um trabalho forçado
Na extração de carvão
Até morrer de exaustão
Sedento e esfomeado.

Foi o júri subornado
A peso de ouro e prata
Pelo príncipe homicida
Alma fria e ingrata
Que com calúnia pagava
Àquele que o guardava
Nas noites de serenata.

Ao chegar a hora exata
Do esperado julgamento
Compareceu algemado
O vigilante detento
Com sua cabeça erguida
Para entregar sua vida
Se lhe contrário o vento.

Só que a todo momento
Sopra o vento aonde quer
Uma surpresa aguardava
Cada homem ou mulher
Da plateia que assistia
O julgamento do dia
Para o que der ou vier.

Bem-me-quer ou malmequer
É a sorte contra o azar
O inocente vigilante
Pôs-se o juiz a interrogar
Simulando um juízo justo
Pra logo mais dar um susto
E a sentença pronunciar.

"Nada tenho a declarar
Exceto minha inocência"
Disse o réu ao magistrado
Que com grande insolência
Respondeu: "Vou lhe propor
Um indulto em seu favor
Com cautela e clemência.

"Se na paz da consciência
Convencer este jurado
Que é inocente do crime
Pelo qual é aqui julgado
Além de ser absolvido
Será grande herói remido
De todo este reinado.

"Proponho jogo de dado
Pra definir sua sorte
Neste jogo está em jogo
Sua vida ou sua morte
Escrevo em dois papéis
Selados com meus anéis
Você escolhe e se conforte.

"Por desagravo à Corte
Você terá de apontar
O autor do crime horrendo
Que estamos para julgar
Eu juro que o culpado
Será mesmo condenado
À prisão em seu lugar".

"Nada tenho a reclamar"
Disse o réu em sua defesa
Escolho um dos papéis
E o que sobrar sobre a mesa
Não ditará a sorte minha
E sim da alma mesquinha
Que irá pra fortaleza".

O juiz com safadeza
Arrogante respondeu:
- Num dos papéis eu escrevo:
"Um inocente sou eu"
- Noutro papel será escrito:
"Culpado e serei proscrito"
- Sua escolha é a que mereceu.

Só que o juiz escreveu
Na mais vil trapaceada
Nos dois papéis uma frase
Que já estava programada:
"Sou culpado do delito
E aceito o veredito
Minha sorte está lançada".

O pobre nesta emboscada
Não encontrava saída
Mas teve uma intuição
Frente a justiça falida,
Aproximou-se da mesa
Com rapidez e destreza
Mudou a sorte definida.

Para salvar sua vida
Um dos dois papéis pegou
Botou na boca e o engoliu
Só um dos papéis sobrou
Sobre a mesa dobrado
E o juiz desconcertado
Para o réu perguntou:

- E agora como vou
Descobrir o inocente
Ou culpado deste crime
Para julgar justamente?
"É simples" disse o pobre
"Resta um papel, desdobre,
E o leia solenemente.

"Sendo eu vigia presente
Sou testemunha ocular
Desse crime passional
E venho testemunhar
Que o príncipe infante
Assassinou sua amante
Numa noite de luar.

"Mas se acaso duvidar
Cumpra o que prometeu,
Abra o envelope e leia
A sentença que escreveu:
Se neste constar "culpado",
Este será o condenado
E absolvido estou eu".

Libertou o juiz ateu
O inocente prisioneiro
E em seguida condenou
Aquele príncipe herdeiro
Para o trabalho forçado
Que de príncipe abastado
Tornou-se um mero mineiro.

Sou um poeta guerreiro
Que luta pela justiça
Canto e encanto a mulher
Que canta durante a missa
Para inspirar meu verso
Sem saber da missa um terço
Por me amar com preguiça.

BENEDITO GENEROSO DA COSTA
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