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Poesias-->CANTO DE AMOR N° VIII -- 22/10/2006 - 13:59 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CANTOS DOS CANTOS DE AMOR

Lílian Maial





CANTO DE AMOR N° VIII







Por onde anda aquele por quem me deixei levar?

Aquele das promessas eternas, da fonte inesgotável de prazer, das noites aquecidas pela luz do olhar singelo?

O que tem almofadas nas mãos, de acarinhar sentidos, de aconchegar certezas, de apertar a carne.

Pastor de um rebanho de palavras desgarradas, obedientes ao cajado dos lábios, que encerram o segredo da minha vida, eu, a amada, a escolhida e benta dentre todas!

O que tem ânsia dos guerreiros cansados das batalhas, por onde insinuo, sequiosa, os braços de repousar e ebulir, e de encontrar a paz e a agonia eterna, sem alças ou grades, envolta nos mistérios de um coração menino.

Eu, tua amada, a primeira e a derradeira, a que deixou sua marca em cada pensamento e em cada paisagem deserta, à tua procura, meu doce eleito!

Aquele, cuja boca selada me sonega os beijos, que me são bálsamo, cujos olhos exprimem o conhecimento da felicidade e dos céus, nuvens onde mil anjos brincam de esconder o amor.

Eu, tua amada, a derramar lágrimas de sofrimento pela ausência de tua voz, a me penitenciar da ousadia de roubar-te o sono, deslizando minha volúpia em tua pele de palha e seda,

amado meu, homem dos meus delírios, abençoado fruto de um pomar de sonhos, que entra nos meus aposentos nas mil e uma noites de sedução, e expulsa a minha castidade e o meu pejo.

Percorre meu corpo e me torna escrava, bebe dos meus licores e me açoita com o vigor e a maldade.

Escolhe-me entre as santas e as madalenas, mulher de desejos e obediências, comando e servidão, para conceder-me, enfim, o indizível prazer de te ouvir vociferar meu nome.



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