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Cronicas-->Cronicas em Cores -- 25/02/2004 - 11:21 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Cores em Contextos
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

As cores explicam melhor. Como a imagem: valem mais do que mil palavras. Escritas ou pronunciadas. Mesmo que sejam engraçadas. Nas eleições, as cores são fundamentais. Na ultima de que temos notícia, as cores brilharam. O vermelho saiu na frente, embora com uma tonalidade amena: o branco da paz no discurso do candidato. O azul, que normalmente significa tudo em paz, tudo branco, veio com uma tonalidade mais agressiva, mais quente, como o fogo: avermelhou diante do vermelho embranquecido. No centro, o amarelo, indefinido, aguardava sua oportunidade de ser reconhecido. Na verdade, o centro tinha tonalidades de verde-esperança. E as cores foram se transformando no desenrolar da campanha eleitoral.

Aqui, acolá, um marrom aparecia em cena. Em forma de calúnias, de palavrões, enfim, na cor de porcarias. Veio o primeiro turno: e o amarelo tornou-se pálido, e ficou para trás. À frente, o vermelho e o azul. O vermelho, de branco, passou a tornar-se verde-esperança. E o azul, que não queria ser o azul de antes, passou a ser vermelho: a agredir o branco da paz. E acabou perdendo a eleição. Deu vermelho na cabeça.

E a festa foi quente como a chama. Vermelha, como o fogaréu. Com tonalidades que variavam do verde-esperança ao rosa e ao azul autêntico: o azul "tudo bem".

E o vermelho tomou posse. Assumiu o governo. Ainda com ares de branco da paz. De azul comedido. Do azul- infinito. Do azul prateado. Futurista. Até que vieram as promessas de mudanças. E o azul foi ficando, cada vez mais, parecido com o azul borrado. O azul velho e desgastado. O azul que deixava a cena. O azul que antecede ao vermelho. Vermelho que viera com tonalidades verde-esperança e branco-metálico que apontava para um futuro prateado e moderno: um futuro multicolorido. Um futuro espacial.

Mas não demorou a decepcionar. O vermelho foi ficando azul e desbotado. A cara do azul velho. Obsoleto e superado. Apesar de acenar com o novo. E o povo continuou vermelho. Grande parte. Mas, desta vez, o vermelho-vergonha. O vermelho sem sangue. O vermelho da desilusão. O vermelho anêmico. Cansado. Repetitivo. Quase parando. Parado. Até que o vermelho, de tanto amarelar, desapareceu por completo.

E cá estamos todos nós: sem cores. Desprotegidos. Perdemos a noção das cores. E o vermelho perdeu todo o brilho. Tantas foram as cores assumidas. Ficou invisível. Irreconhecível. Da cor do pecado.

Que atire a primeira pedra aquele que nunca viu essa cor: a cor do vermelho: vermelho visto de lado. Do outro lado da vidraça. Do lado de dentro do Palácio. Do Palácio da Alvorada. Da cor da manhã, sem sol: nublada.

25 de fevereiro de 2004









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