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Textos_Religiosos-->Sobre Judas Iscariotes -- 22/05/2007 - 13:50 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Evangelho Segundo Judas Iscariotes

Maria Clara Lucchetti Bingemer

(Teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio. É também autora de "A Argila e o espírito - ensaios sobre ética, mística e poética" (Ed. Garamond), entre outros livros.)

Não é de hoje que os cristãos especulam sobre a figura de Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos que acabou por entregar Jesus nas mãos daqueles que o mataram. Agora, a tradução e análise de um manuscrito com mais de 1700 anos levanta a hipótese de que Judas, ao contrário de um traidor, seria o discípulo preferido de Jesus. As revelações foram feitas pela National Geographic Society, numa conferência de imprensa que deu a conhecer ao mundo, pela primeira vez, algumas páginas do famoso Evangelho de Judas.

Redigido em língua copta, o manuscrito - ou códice - data dos séculos III ou IV e constitui a única cópia conhecida do Evangelho de Judas, cujo original terá sido escrito em grego por um grupo de gnósticos, antes do ano 180. A análise das 26 páginas do papiro - 13 pranchas escritas de ambos os lados - sugere que Judas estaria, afinal, cumprindo os desejos de Jesus quando o entregou às autoridades.

Não é difícil imaginar o reboliço que esta descoberta suscita na imaginação de muitos. Estaria sendo derrubado definitivamente o mito sustentado durante tanto tempo de que Judas teria traído Jesus e que por isso seria uma figura maldita? A linguagem popular designa como Judas as pessoas em quem não se pode confiar. E a agressividade, sobretudo em meios rurais ou mais populares, no sábado de Aleluia, faz sua catarse na tradicional “malhação do Judas”, quando um boneco recebe golpes e bordoadas de crianças e jovens pela traição cometida pelo apóstolo.

Mas as especulações do documento vão mais longe. Trazem uma interpretação gnóstica para explicar a relação entre Jesus e Judas. Este na verdade não teria sido um traidor. Mas longe disso, seria o apóstolo privilegiado que teria a missão de entregar o Mestre a fim de libertá-lo do corpo que o revestia e liberar a divindade que o habitava.
Nada mais distante daquilo que mais de vinte séculos de cristianismo experimentaram e proclamaram como o núcleo mais profundo da Boa nova do Evangelho. A Encarnação de Deus em Jesus de Nazaré em nenhum momento é um peso abrumador ou algo negativo do qual é preciso libertar-se. O mistério da Encarnação diz justamente que o amor de Deus pela humanidade é tanto que Ele não se contenta em amá-la desde a sua divindade, mas vem ao encontro de sua criatura e entra na sua condição finita e mortal, fazendo-se carne e nascendo de mulher como qualquer outro ser humano sem deixar de ser Deus.

A maravilha do mistério de Jesus Cristo é justamente revelar que o único caminho autêntico e coerente para a comunhão com o verdadeiro Deus passa pela pobre carne humana, finita, mortal, limitada e sensível. E é assim que aquele que tinha a condição divina aprende a falar, a caminhar, sente frio, fome, come, bebe, vai a festas, chora pelo amigo morto, alegra-se por ver que aos pobres é anunciada a Boa Nova. E finalmente enfrenta o conflito que sua pessoa provoca, sendo fiel e obediente até a morte de cruz.

As Escrituras cristãs são sóbrias porém claras ao mostrar um Jesus que caminha para Jerusalém sabendo o que o espera e assumindo a angústia e a dor de sua hora confiante no amor do Pai que nunca o abandonara, mas que lhe permite ir até o fim em sua entrega amorosa e total. Em nenhum momento pretende escapar de sua condição humana naquela que entende ser a sua “hora”. Em nenhum momento renega sua solidariedade total e absoluta com o ser humano. E porque assumiu em tudo a condição humana, a tudo redimiu.

A Ressurreição será a palavra definitiva de Deus Pai sobre aquela vida e aquela morte, iluminando com luz definitiva a pessoa de Jesus e proclamando a retumbante novidade de que o amor é mais forte que a morte.

Os discípulos que acompanham assustados o drama que não entendem têm diferentes tipos de atitudes. Muitos fogem, poucos ficam. Sobre Judas as informações que se tem são muito poucas. Algumas correntes da exegese bíblica identificam seu nome – Iscariotes – como uma corruptela de sicário, que seria uma facção radical daqueles que se opunha à ocupação romana e acreditavam na retomada de Israel por caminhos inclusive violentos.
Talvez Judas esperasse que Jesus fosse o Messias que finalmente derrubaria o poder que oprimia seu povo. Ao constatar que o Mestre optava por um messianismo de serviço humilde e uma entrega não violenta da vida se decepcionara e o entregara. O relato posterior que os evangelhos fazem de sua morte por enforcamento sugere que se arrependera de seu gesto.

Judas foi escolhido por Jesus para segui-lo onde ele fosse, tal como os outros. No meio do caminho, a relação se rompeu, passando Judas de amigo a traidor. Jesus foi até o fim no destino que sentia como sendo o seu. E certamente, sua última palavra sobre o amigo perdido foi de misericórdia, amor e perdão. Não há que invocar privilégios para Judas a fim de resgatá-lo do lugar de maldição que a tradição lhe designou. Basta para isso a fé na misericórdia de Deus que salva traidores e traídos, carrascos e vítimas e que quer vida em abundancia para todos.

Mais esclarecimentos sobre "O Evangelho de Judas"

Pe. Thomas D. Williams L.C., decano da Faculdade de Teologia da Universidade "Regina Apostolorum"

Diante das tantas notícias chegadas à imprensa e veiculadas pelos meios de comunicação em todo o mundo, sobre o descobrimento de um suposto texto chamado "O Evangelho de Judas", Pe. Thomas D. Williams L.C, explicou que "embora se deva ainda verificar a autenticidade do manuscrito, provavelmente se trata de um texto do IV ou V século, cópia de um documento anterior, redigido pela seita gnóstica dos Cainitas".

"O documento apresenta Judas Iscariotes de maneira positiva e o descreve como alguém que obedece a uma ordem divina, ao entregar Jesus às autoridades, pela salvação do mundo", sublinhou Pe. Williams, numa entrevista.

Após afirmar que "pode se tratar de uma cópia do "Evangelho de Judas", citado por Santo Irineu de Lyon, em sua obra "Contra as Heresias", escrita por volta do ano 180", o especialista considerou que o texto não apresenta nenhum desafio à fé da Igreja, nem abalará os fundamentos do Cristianismo, já que "os evangelhos gnósticos (e há muitos outros) não são documentos cristãos em si, pois procedem de uma seita sincretista, que incorporou elementos de diferentes religiões, incluindo o Cristianismo.

"O chamado Evangelho de Judas seria um documento de grande valor histórico, pois contribui para o conhecimento do movimento gnóstico, mas não implica nenhum desafio para o Cristianismo" _ enfatizou Pe. Williams. (MZ)

Esclarecimentos sobre o "Código da Vinci"

Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo de São Salvador da Bahia e Presidente da CNBB

A difusão do livro “O Código Da Vinci”, de Dan Brown, e do filme baseado sobre a obra, tem suscitado em muitas pessoas perplexidades, dúvidas e confusão a respeito de algumas verdades fundamentais da fé cristã referentes a Jesus Cristo e à Igreja.

A CNBB, consciente de sua responsabilidade em relação à defesa da verdadeira fé da Igreja, vem a público para prestar alguns esclarecimentos.

Não devemos esquecer que a obra em questão é de ficção e não retrata a história de Jesus, nem da Igreja. Não se pode atribuir verdade às afirmações claras ou veladas do autor. O que é fantasia deve ser lido e entendido como fantasia. As únicas fontes dignas de fé sobre a vida de Jesus e o início da Igreja são os textos do Novo Testamento, da Bíblia. A história da Igreja, depois dos apóstolos, está retratada em obras de caráter histórico, cujas afirmações são respaldadas pelo rigor do método histórico.

Alertamos, portanto, que a obra, no seu gênero fantasioso, apresenta uma imagem profundamente distorcida de Jesus Cristo, que está em contraste com as pesquisas e afirmações de estudiosos de diversas áreas das ciências humanas, da teologia e dos estudos bíblicos, ao longo de dois mil anos de história do cristianismo.

É lamentável que a obra, com roupagem pseudocientífica, se ponha a versar de maneira leviana e desrespeitosa sobre convicções tão sagradas para os cristãos. Muitos cristãos sentem-se feridos em sua fé e nas convicções que lhes são profundamente caras. Outras pessoas são induzidas à dúvida sobre verdades da fé pregadas pela Igreja, desde sua origem, e transmitidas de geração em geração, com zelosa fidelidade à doutrina dos apóstolos. Ainda outras são levadas, inclusive, a levantar suspeitas sobre a honestidade da Igreja nas afirmações de fé sobre Jesus Cristo, seu divino fundador.

Diante disso, afirmamos, com toda convicção, que a Igreja, de forma alguma, ocultou no passado, nem oculta no presente, a verdade sobre Jesus Cristo e sobre a origem dela própria. A Igreja não pode deixar de afirmar o sagrado patrimônio das verdades a respeito de Jesus Cristo e sobre si mesma, que ela recebeu dos apóstolos.

Convidamos todos a lerem os Evangelhos e demais textos do Novo Testamento da Bíblia, para encontrarem aí a imagem de Jesus Cristo, assim como é anunciada pela pregação da Igreja desde as suas origens. Por outro lado a leitura de algum bom livro de história da Igreja – e existem muitos! - poderá ajudar a conhecer a verdade histórica sobre a Igreja, que não é oculta nem subtraída ao conhecimento de quem quer que seja.

Extraído do site da CNBB
Publicado em 10/04/2006 - 02:09
Enviado por maria josé zanini tauil – rio de janeiro


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