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Poesias-->DE MIM PARA COMIGO -- 07/10/2006 - 21:48 (Tereza da Praia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DE MIM PARA COMIGO



Tereza da Praia



Se eu lhe disser, singela flor,

Que na vida precisamos correr risco,

Sair sem destino, tomar chuva e não chuvisco,

Encontrar pessoas, conhecer gente, dar-se em amor.



Se eu lhe disser, ferido passarinho,

Que na vida é preciso sair do aprisco,

Não ter medo de se perder no caminho,

Não ter receio de escrever seu rabisco.



Se eu lhe disser, singela flor,

Que a vida é bem mais que isso,

que todas cidades têm seu esplendor,

Que todo lugar tem o seu feitiço.



Se eu lhe disser, ferido passarinho,

Que a dor que arde no peito é um espinho,

Não é dor do coração, também não é faniquito.

Apenas o desejo de ir e o de ficar, em conflito.



Se eu lhe disser, singela flor,

Que Itabira não é longe, Drumond não é fraco.

Se eu lhe disser: “Olha o amor subiu no muro.

O amor subiu na árvore, em tempo de se estrepar.”



“Pronto. O amor se estrepou.

Esta ferida, meu bem, às vezes

não sara nunca,

Às vezes sara amanhã”*



Se eu lhe disser, ferido passarinho,

Que é melhor, na estrada, ser a flor pisada,

Que o pé que a pisou, desatento no caminho.

Que a ferida vai sarar, vai parecer uma piada.



Singela Flor, não adianta querer ser borboleta,

Se não se desgrudar do galho, sair do casulo.

Não adiante imaginar voar, sem ousar, seguindo a etiqueta.

Querer amar, sem no escuro dar o pulo.



Passarinho, é preciso correr algum risco.

Sua índole não pode ser de uma alma cativa.

“Ne me qui te pás” no amor é quase confisco.

Quem ama não implora fica. “Vá”, incentiva.



Passarinho, flor singela,

se eu lhes disser que tudo é relativo

eis o único princípio absoluto.

Não pensem que brinco, sou apenas objetivo.

(*inserção "O amor bate na aorta" - Carlos Drummond de Andrade)







Texto : ® Tereza da Praia

SERIE: Cenas Insanas





























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