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Poesias-->DE MINHA VIDA SEM MIM -- 07/10/2006 - 21:24 (Tereza da Praia) |
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DE MINHA VIDA SEM MIM
Tereza da Praia
Não é simples dizer tudo que se pensa.
É preciso saber onde está o limite da ofensa.
Que adianta ser sincero
E semear mágoas pelos quatro cantos, pondero.
Será esta uma forma certa de pensar?
Vendo o filme “Diários de Motocicleta”
O médico que hospedou Che Guevara e seu amigo
Perguntou-lhes, sem muito etiqueta,
Se eles haviam gostado do seu livro.
Che respondeu que o livro era ruim,
Muitos chavões, muito lugar comum.
Pensei que foi uma crueldade, enfim,
Ele ter dito aquilo ao autor,
um jeito de agir incomum.
Será que lhe faltou caridade, amor?
Mas será mesmo que foi crueldade?
Poderia ter sido mais delicado, usado de bondade.
Bondade? Não seria uma espécie de hipocrisia?
Mas ele preferiu a frieza da sinceridade.
No filme, “minha vida sem mim”, que é quase uma poesia,
O personagem descobre que vai morrer.
Faz uma lista de coisas que gostaria de fazer.
Uma delas era dizer sempre a sua verdade
Sem importar com a polidez do vernáculo.
Esbarrou num primeiro obstáculo:
Uma balconista disse que queria ser igual a Cher
Ao que a protagonista respondeu: “Você quer ?
Isto é uma coisa ridícula e sem propósito.”
A decepção da balconista foi tanta e tão clara
Que ela disse que estava brincado, recolocou a máscara.
Qual dos personagens estaria correto?
A final o que é certo e o que errado?
Ah, mas não era disto que eu queria falar.
Queria apenas comentar
Sobre os amigos que apareceram pelo meu caminho
Que se tornaram tão especiais e importantes.
Uma espécie de carinho.
Pessoas edificantes
Sem hipocrisia
Só com poesia
E pura sinceridade
Afeto e amorosidade.
Tereza da Praia
Série: poesia nos pratos de rosa, prosa na balança de Lia.
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