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Poesias-->CONVERSA COM FERNANDO PESSOA -- 07/10/2006 - 00:54 (Tereza da Praia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CONVERSA COM FERNANDO PESSOA

- Pobre Feliz? Faze-me rir!



Tereza da Praia



“Tenho dó dos pobres. E também tenho dó

Dos ricos." (Fernando Pessoa - in Escritos biograficos

e Reflexão Pessoal).



Ah, meu caro Fernando,

Pessoa da minha estima

Como és tolo.

Riqueza não traz felicidade,

Somente manda buscar

Este é o dito popular.

O rico não é feliz

Porque quer sempre mais,

Anda procurando a paz,

Preocupado com seu sossego.;

Vivi morrendo de medo

De que mexam em seu queijo.

Aves de rapina,

Abutres enrustidos.

Olha com olhos de ver, Fernando.

Que tamanha debandada,

Todos eles incomodados

Com os ares de mudança

Que sopra por cá,

Pelas bandas da América latina

Que sempre serviu de latrina

Para os ricos arrogantes.

Fernando, longe de tua aldeia,

A onde a vista, não te avista

Um tempo cruel se homenageia.

Com ares de saudosismo

Dizem que bom tempo foi aquele,

Que a última palavra era deles.

Quando imperava o cinismo

De uma falsa moralidade.

Tudo acontecia outrora

Como acontece agora,

Com o detalhe,

Todos sabiam,

Todos faziam

Mas não comentavam.

Ficava na memória feito entalhe.

Os meios de comunicação de massa

Gozavam da liberdade

De publicar o que os ricos lhes mandavam.

Ah liberdade... Liberdade...

Em seu nome, fizeram tanta barbaridade,

Quanta falsidade, Pessoa...

Todos eles numa boa

Dizendo que pobre é feliz...





Fragmento II



"Os pobres são felizes:têm uma ilusão_crêem que o

alfaiate, o ourives, o dono do restaurante caro

são os dispensadores de felicidade" - Fernando Pessoa.



Sim. É feliz

Na ignorância que atravanca o país.

Pobre é feliz,

Porque lhe dizem e ele acredita

Que só há impunidade

Que não existe verdade,

Nem remédio, nem solução...

Só se voltarmos ao tempo do império

De preferência retornarmos à escravidão.

Pobre é feliz, Fernando

Porque ignora os mandos

E os desmandos

Dos ricos que o exploram.

Pobre não importa com a pobreza,

Já faz parte de sua sina a tristeza

De querer para si e não ter

E ter para dar à riqueza.

Quem importa com a pobreza é o rico, meu Pessoa.

Dizem eles, a pobreza é poluente

Vamos acabar com esta gente.

Depois, pobreza demais é ameaça

À opulência devassa.

Pobre é feliz

Isto é o que se diz

Porque nele colocam mordaça.



Fragmento III

"Nunca vi homem rico mais feliz que um

pobre." (Fernando Pessoa)



Fernando, grande poeta,

Nada somos, nada seremos,

Mas poderemos querer tudo,

Porque temos todos os sonhos do mundo.

Nesta seleta

De palavras,

Da minha e de tua lavras

Não é a pobreza de pessoas

A que me refiro.

São nações

Que buscam a autonomia,

A auto-determinação

Que não são só futebol,

Carnaval e alegria...

Tango ou petróleo,

Safaris e lutas tribais.

É muito, muito mais.

Não estamos vencidos,

Mas sabemos a verdade,

Estamos lúcidos

Mas não estamos a morrer...

Estamos perplexos

Achamos e não esquecemos

Atiramos a roupa suja que somos

Sem hipocrisia,

no cesto do lixo da existência,

num gesto de nobreza

E nos vemos nus, numa nudez absoluta,

Uma franciscana pobreza

Mas o ideal não morreu.

Não estamos de luto.



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