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Textos_Religiosos-->Aparecida: Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano -- 21/05/2007 - 11:10 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Novo alento de Bento XVI à Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano
Pede oração a todos os fiéis pela grande reunião eclesial

www.zenit.org

CIDADE DO VATICANO, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI exorta todos os fiéis à oração contínua pela V Conferência do Episcopado Latino-Americano, cujos trabalhos, que o pontífice inaugurou em 13 de maio, prosseguem até o fim do mês.

Este domingo, na oração do «Regina Caeli», o Papa reiniciou seus encontros com os fiéis e peregrinos presentes em Roma.

Suas primeiras palavras, antes da oração mariana, foram para renovar seu agradecimento ao Senhor pela viagem apostólica que o levou, de 9 a 14 de maio, a terras brasileiras, e por todos os que o acompanharam na oração.

Como expressão de boas-vindas ao Papa, aplaudiram em seguida esta intervenção os dezenas de milhares de peregrinos que se uniram ao Santo Padre na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Ainda que na próxima quarta-feira, na Audiência Geral, Bento XVI se deterá com maior profundidade no que supôs esta viagem -- como ele mesmo anunciou, este domingo quis recordar momentos de seu itinerário, assinalando a oportunidade que teve de encontrar-se com «a grande comunidade católica brasileira».

Em particular assinalou a grande quantidade de fiéis (mais de 1,2 milhão) que participou em São Paulo, em 11 de maio, na canonização do primeiro santo nascido no Brasil: frei Antonio de Santa’Ana Galvão, homem de paz e caridade apreciado em todo o país.

«O motivo desta visita pastoral, como sabeis -- recordou aos fiéis este domingo -- foi a inauguração da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe» (VCG).

«Convido-vos a seguir orando» por este «grande evento eclesial» e «pelo caminho do povo de Deus que vive na América Latina», expressou antes de rezar o «Regina Caeli», momento que retransmitem cada domingo meios de comunicação de todo o mundo.

Depois da oração mariana, saudou peregrinos de Portugal e a comunidade brasileira em Roma, agradecendo todo seu apoio espiritual e material.

«Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que n’Ele nossos povos tenham vida - “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6)» é o lema da VCG, que celebram os bispos de quase a metade dos católicos do mundo em Aparecida (Brasil), de 13 a 31 de maio.

Seus participantes já fizeram chegar ao Santo Padre seu «agradecimento mais profundo por ter querido empreender esta fatigosa viagem para inaugurar pessoalmente» a Assembléia «aos pés da Santíssima virgem Maria, Nossa Senhora Aparecida», honrando-lhes com sua presença na «abençoada terra do Brasil».

Assim se desprende da carta que, datada de 18 de maio, dirigem a Bento XVI com as firmas do presidente da VCG -- o cardeal Giovanni Battista Re -- e de seus co-presidentes, o cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa e o cardeal Geraldo Majella Agnelo.

«Agradecemos desta forma as iluminadoras palavras recebidas de Vossa Santidade -- dizem ao Papa -- na Homilia da Santa Missa e no Discurso de inauguração da Conferência».

Os conteúdos de tais palavras -- confirmam -- «serão orientação e guia para nossos trabalhos».

Para os participantes da VCG, a presença e testemunho de Bento XVI como Vigário de Cristo e Sucessor de Pedro serviu para confortá-los e fortalecê-los.

Transcorridas as primeiras sessões de trabalho, escrevem ao Papa: «Vivemos nestes dias a forte presença do Senhor, pois se encontram cheios de oração e de fraternidade entre nós, no trabalho compartilhado, na proximidade espiritual e na solicitude pelos irmãos que Ele nos confiou».

«Desejamos expressar-lhe nossa profunda comunhão -- acrescentam: Queremos realizar nossa tarefa “cum Petro et sub Petro”. Estaremos unidos com Vossa Santidade e com toda a igreja especialmente na Eucaristia diária, pois “só da Eucaristia brotará a civilização do amor, que transformará América Latina e o Caribe para que, além de ser o Continente da Esperança, seja também o Continente do Amor”».

«Rogando-lhe sua oração e prometendo-lhe a nossa, invocamos de Sua Santidade sua Bênção Apostólica», concluem a carta.


*

Objetivo do Papa para Igreja na América Latina: que seja o «continente do amor»
Porta-voz vaticano analisa o discurso de inauguração de Aparecida

ROMA, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- O discurso de Bento XVI de inauguração da V Conferência Geral (VCG) do Episcopado da América Latina e do Caribe quis fazer do «continente da esperança» também «o continente do amor», explica o padre Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.

É a síntese que o sacerdote sugere em seu editorial da última reunião de «Octava Dies», semanário produzido pelo Centro Televisivo Vaticano, do qual é também diretor.

No encontro de 13 de maio com os representantes de todo o episcopado latino-americano -- reunidos no santuário brasileiro de Aparecida pela VCG -- «Bento XVI invocou a assistência do Espírito Santo junto a um grande número de fiéis na Missa inaugural, evocando em uma esplêndida homilia os alvores da Igreja nascente», recorda o porta-voz vaticano.

«O discurso de abertura do Papa, muito amplo, mas pronunciado com extraordinária vivacidade e eficácia, traçou um marco vasto e articulado para o trabalho da Assembléia, respondendo às vivas expectativas de orientação sobre temas fundamentais -- constata --: a relação entre o anúncio da fé e as culturas, o centro da fé, a problemática pastoral proposta pelas seitas, a relação entre o dever da Igreja e a construção da justiça no âmbito social e político, a visão cristã da família».

«Discurso em linha com o Magistério precedente, mas caracterizado pelo “estilo Ratzinger” em sua marca sistemática e linear, em sua profundidade conceitual e em alguns temas cruciais, como a reafirmação de uma visão da realidade e da vida da qual Deus não deve ser marginalizado, e não pode sê-lo se não queremos correr gravíssimos riscos para a humanidade de hoje e de amanhã», acrescenta o padre Lombardi.

«Linhas-guia para um continente que, graças a sua história de fé, é -- como diz o Papa -- não só “continente da esperança”, mas também “continente do amor”. Bom trabalho, portanto, para a Conferência de Aparecida».


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Bento XVI exorta a pedir a efusão do Espírito Santo
Por ocasião da oração do «Regina Caeli», a uma semana de Pentecostes

CIDADE DO VATICANO, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- A uma semana da solenidade de Pentecostes, Bento XVI convidou ao recolhimento na oração, a exemplo dos Apóstolos junto à Virgem Maria, para pedir a efusão do Espírito Santo.

Uma multidão de fiéis e peregrinos acolhera este chamado na Praça de São Pedro, no Vaticano, em uma esplêndida manhã primaveral durante o encontro de oração do «Regina Caeli» com o Papa.

Aludindo à solenidade da Ascensão do Senhor -- que a liturgia recordou na quinta-feira passada, mas que em alguns países se celebra hoje --, o Santo Padre recordou que, com o retorno ao Pai, Jesus Ressuscitado «nos abre o caminho à vida eterna e faz possível o dom do Espírito Santo».

Por isso, «como então fizeram os Apóstolos, também nós, depois da Ascensão, nos recolhemos em oração para invocar a efusão do Espírito, em união espiritual com a Virgem Maria», convidou.

Referiu-se assim ao capítulo 1 dos Atos dos Apóstolos, cujos versículos (12-14), depois do relato da Ascensão do Senhor, narram o regresso dos apóstolos a Jerusalém e a perseverança de todos eles, em um mesmo espírito, na oração, em companhia de Maria, a Mãe de Jesus.

«Que sua intercessão obtenha para toda a Igreja um renovado Pentecostes», expressou o Papa referindo-se à Virgem Maria.

Bento XVI aproveitou também as saudações posteriores à oração do «Regina Caeli» em sua sintética preparação para a solenidade de Pentecostes, que a Igreja celebra no domingo próximo.

«Como os primeiros discípulos reunidos com Maria no Cenáculo, esperamos a chegada do Espírito Santo que nos dará força para ser testemunhas de Cristo ressuscitado no mundo», expressou em espanhol.

Em português invocou os dons do Espírito Santo sobre todos os fiéis para conseguir sua transformação em verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo, em meio das famílias e comunidades.

Aniversário de nascimento de João Paulo II

Na sexta-feira, 18 de maio, foi o aniversário de nascimento do Servo de Deus João Paulo II (1920-2005).

Da data fez também memória este domingo Bento XVI, entre os aplausos dos peregrinos na Praça de São Pedro.

Ao saudar em polonês os compatriotas do Papa Karol Wojtyla --sempre presentes em Roma--, lhes agradeceu sua oração pela beatificação de seu predecessor na sede petrina.


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Bento XVI: Inaceitável na mídia violência ou vulgarização do sexo
Recorda este domingo, Jornada Mundial das Comunicações

CIDADE DO VATICANO, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- «Inaceitáveis»: assim qualifica Bento XVI os conteúdos violentos da mídia, anti-sociais ou que degradam a sexualidade, afirmando sua gravidade pela influência que exercem na educação.

Na Praça de São Pedro, no Vaticano, milhares de fiéis acolheram esta denúncia com um forte aplauso.

Grande parte de sua intervenção, antes de rezar a oração mariana do «Regina Caeli», a dedicou o Papa ao uso dos meios de comunicação, pois este domingo se celebra a 41ª Jornada Mundial das Comunicações, centrada em «As crianças e os meios de comunicação: um desafio para a educação».

O tema, ao qual Bento XVI dedicou uma mensagem (cf. Zenit, 24 de janeiro de 2007), «merece mais reflexão e oração».

A influência dos meios de comunicação é tal que compete com a escola, com a Igreja e inclusive, segundo o Papa, com a família. Daí que, no contexto educativo, as ferramentas de mídia propõem já por si um desafio.

Por isso a chave está na formação «essencial» no uso correto dos meios de comunicação, e na colaboração em tal sentido de pais, professores e comunidade eclesial.

Três âmbitos aos que chama o Santo Padre a implicar-se na educação de crianças e jovens para que estes sejam «seletivos» e amadureça neles «uma atitude crítica, cultivando o gosto pelo que é estética e moralmente válido».

Consciente de que os meios têm igualmente um papel fundamental nesta tarefa educativa, Bento XVI lhes assinala seu dever de promover «a dignidade da pessoa humana, o matrimônio e a família, as conquistas e as metas da civilização».

«Os programas que incutem violência e comportamentos anti-sociais, ou vulgarizam a sexualidade humana, são inaceitáveis, tanto mais se a propõem aos menores», advertiu.

«Renovo portanto o chamado aos responsáveis da indústria da mídia aos agentes da comunicação social, a fim de que salvaguardem o bem comum, respeitem a verdade e protejam a dignidade da pessoa e da família», concluiu.

No marco desta Jornada Mundial, o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, o arcebispo John Patrick, Foley, afirma a necessidade de «formar as crianças para que sejam consumidores inteligentes dos meios de comunicação» e saibam «distinguir entre os programas que podem ajudá-las e os que buscam explorá-las».

Nos microfones de «Rádio Vaticano» o prelado fez também uma sugestão específica para os progenitores: «Devem saber o que estão vendo as crianças; não podem utilizar a televisão como brincadeira».

A Jornada Mundial das Comunicações é a única celebração mundial que estabeleceu o Concílio Vaticano II por recomendação dos bispos do mundo; na maior parte dos países acontece no domingo antes do Pentecostes.

A iniciativa se orienta ao maior fortalecimento do apostolado multiforme da Igreja sobre os meios de comunicação social, a formar aos fiéis acerca de seus deveres neste campo, e a convidá-los a orar e a contribuir materialmente para sustentar e fomentar, segundo as necessidades do âmbito católico, as instituições e iniciativas promovidas pela Igreja neste terreno (cf. Direito conciliar Inter mirifica sobre os meios de comunicação social, n. 18).


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Choque palestino-israelense: «Em nome de Deus, que se detenha a violência», suplica Papa
Intervenção após a oração do «Regina Caeli»

CIDADE DO VATICANO, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI suplica o cessar da violência palestino-israelense e pede às autoridades políticas respectivas e à comunidade internacional assumir sua responsabilidade no caminho da paz.

«Os choques entre facções palestinas na Faixa de Gaza e os lançamentos de artilharia contra os habitantes de cidades vizinhas israelenses, aos que se reagiu com a intervenção armada, estão provocando uma sangrenta deterioração da situação, que deixa consternação», alertou o Papa este domingo, após rezar o «Regina Caeli» junto a uma numerosa multidão de fiéis e peregrinos que foram este domingo à Praça de São Pedro, no Vaticano.

«Uma vez mais, em nome de Deus, suplico que se ponha fim a esta trágica violência», expressou o Santo Padre.

Igualmente reiterou publicamente sua «solidária proximidade» e assegurou sua «recordação orante» «às provadas populações palestina e israelense».

«Faço um chamado ao senso de responsabilidade de todas as autoridades palestinas para que, no diálogo e com firmeza, reiniciem o não-fácil caminho do entendimento, neutralizando os violentos», acrescentou.

Em seguida, convidou «o governo israelense à moderação».

À comunidade internacional exortou «multiplicar o compromisso a favor do relançamento das negociações».

«Que o Senhor suscite e sustente agentes de paz!», concluiu.


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Reunião Israel-Santa Sé na segunda-feira


CIDADE DO VATICANO, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- A Comissão permanente bilaterial entre Israel e a Santa Sé se reunirá novamente na Cidade do Vaticano, dia 21 de maio, depois de cinco anos, para esclarecer alguns pontos legais fiscais e de propriedade que a Igreja Católica reclama.

São questões que se contêm no Acordo Fundamental de 1993, com o qual a Santa Sé reconheceu plenamente o Estado de Israel, e com o qual estabeleceu também relações diplomáticas, recorda “Rádio Vaticano”.

A delegação israelense não se traslada à Cidade do Vaticano desde 12 de março de 2002.

A próxima reunião no Vaticano se havia fixado para 29 de março passado, mas Israel anulou devido às “circunstâncias políticas internacionais”.

Segundo o padre David Maria Jaeger -- porta-voz da Custódia franciscana da Terra Santa e um dos interlocutores com as autoridades israelenses --, em declarações à agência dos bispos italianos (SIR), o fato de “ter retomado as negociações é algo muito positivo”.

O sacerdote franciscano acrescentou que é difícil saber se poderá obter algum resultado da reunião, posto que estas negociações necessitam de muito tempo e trabalho tendo em conta que se devem escrever textos jurídicos e de caráter legislativo.


***

--- Conferência de Aparecida ---

Cuidados para não instrumentalizar a Quinta Conferência
Entrevista a Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (Brasil)

APARECIDA, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Interpretações incorretas da Conferência de Medellín, realizada em 1968, levaram o Papa João Paulo II a pedir, ao abrir a Conferência de Puebla, em 1979, que os delegados vigiassem «pela pureza da doutrina».

Sobre a fidelidade da Conferência de Aparecida ao Magistério da Igreja e os cuidados que se devem tomar para não instrumentalizar essa reunião eclesial a favor de interesses particulares conversou com Zenit Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (Brasil), delegado no evento. O arcebispo é presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Doutrina da Fé da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

--A advertência de João Paulo II de vigiar pela pureza da doutrina mantém sua atualidade, não?

--Dom Walmor Oliveira de Azevedo: A fidelidade à doutrina da fé é um princípio do qual nunca se pode abrir mão, mesmo quando se abre um espaço, como é importante, para a discussão, a reflexão e na busca de clarificações importantes acerca da realidade, das mudanças e das novas respostas que a Igreja tem de dar. Portanto, fidelidade doutrinal é princípio do qual não se abre mão. Quando falo de fidelidade doutrinal, refiro-me a uma riqueza inesgotável que está nas verdades da fé, exigindo de nós tanto do ponto de vista de um exercício racional, intelectual como espiritual, uma busca, para que essa verdade, na sua pureza, ilumine o que nós estamos buscando, já que nós não possuímos em nós mesmos esta verdade, mas somos permanentemente peregrinos na sua busca. Portanto, o Papa, os bispos e toda a Igreja velam, nas suas diferentes competências e responsabilidades, pela fidelidade à fé, à sua verdade e aos seus princípios.

--Nesse sentido, o que dizer do discurso inaugural de Bento XVI?

--Dom Walmor Oliveira de Azevedo: O discurso inaugural do Santo Padre foi importante e de modo muito inteligente, e ao mesmo tempo simples, toca aquilo que é essencial, abrindo caminhos para nós, como Igreja, na atuação e no diálogo com outros segmentos da sociedade. Ele pergunta: «Quem conhece Deus?», e prossegue mostrando a questão fundamental do risco e, portanto da mutilação, da compreensão da realidade quando afasta a questão de Deus da compreensão da própria realidade. Por isso, ele afirma que prescindir de Deus na abordagem na compreensão da realidade é mutilar essa compreensão, porque Deus é a verdade, que para nós se revela como amor, e amor que nos é revelado e dado em Cristo Jesus. De tal maneira que a experiência da fé em Deus, sua busca, permite para nós a apropriação, a conquista da verdade, na medida em que ela revela para nós, ilumina para nós o caminho que devemos seguir: as opções sociais, políticas, econômicas, a defesa da vida e, portanto, especialmente, uma experiência de intimidade profunda com Deus, fazendo-nos, em Cristo, comprometidos com a vida, a qual nós temos de promover de todas as maneiras.

--Que cuidados é preciso ter para não instrumentalizar a V Conferência ou partes dela?

--Dom Walmor Oliveira de Azevedo: Penso que nós estaremos sempre diante do desafio de interpretações, muitas delas parciais, outras inclusive inadequadas, e muitas também errôneas. Estamos em um contexto cultural plural, em um contexto em que a liberdade de opinar e naturalmente os contextos a partir dos quais se compreende as coisas, estamos nesse conjunto portanto desafiados a interpretações inadequadas. Mas, para que isso não aconteça, é preciso que haja uma honestidade intelectual e um conhecimento sempre profundo dos contextos, para que as pessoas possam compreender adequadamente aquilo que se diz, aquilo que a Quinta Conferência vai definir e aquilo que realmente é importante enquanto vivência da fé e enquanto Igreja comprometida com a vida, com a pessoa humana, e comprometida de modo muito especial para isso no anúncio do Evangelho. O que dará a fidelidade e não manipulação do que a Quinta Conferência vai dizer é o entendimento global e bem contextuado daquilo que nós, à luz da Palavra de Deus, à luz da nossa fé, compreendemos da realidade e nela queremos estar presentes dando nossa resposta como discípulos de Jesus Cristo.


*Mensagem da Quinta Conferência a Bento XVI


APARECIDA, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a mensagem que a Quinta Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe enviou a Bento XVI.

À Sua Santidade
Bento XVI
Cidade do Vaticano

Beatíssimo Padre:

Os participantes na V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, desejamos lhe fazer chegar uma saudação filial e afetuosa e lhe expressar o agradecimento mais profundo por ter querido empreender esta fatigante viagem para inaugurar pessoalmente nossa Assembléia aos pés da Santíssima Virgem Maria, Nossa Senhora Aparecida, nos honrando com a sua presença nesta bendita terra do Brasil.

Agradecemos deste modo as iluminadoras palavras recebidas de Sua Santidade na Homilia da Santa Missa e no Discurso de inauguração da Conferência, cujos conteúdos serão orientação e guia para nossos trabalhos. A vinda de Sua Santidade, seu testemunho como Vigário de Cristo e Sucessor de Pedro e o dom do presente que nos fez, confortaram-nos e nos fortaleceram.

Vivemos nestes dias a forte presença do Senhor, pois estão cheios de oração e de fraternidade entre nós, no trabalho compartilhado, na proximidade espiritual e na solicitude pelos irmãos que Ele nos confiou.

Desejamos lhe expressar nossa profunda comunhão. Queremos realizar nossa tarefa cum Petro et sub Petro. Estaremos unidos com Sua Santidade e com toda a Igreja especialmente na Eucaristia diária, pois “só da Eucaristia brotará a civilização do amor, que transformará a América Latina e o Caribe para que, além de ser o Continente da Esperança, seja também o Continente do

Rogando sua oração e prometendo a nossa, invocamos de Sua Santidade a Bênção Apostólica.

Filialmente,

+ Giovanni Cardeal Battista Re
Presidente da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe

+ Francisco Javier Cardeal Errázuriz Ossa
Co-Presidente da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe

+ Geraldo Majella Cardeal Agnelo
Co-Presidente da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe


*

Expectativas da Igreja na Bolívia frente à Quinta Conferência


APARECIDA, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção do cardeal Julio Terrazas Sandoval, CSSR, presidente da Conferência Episcopal da Bolívia, do dia 15 de maio, na Conferência de Aparecida.


Obrigado pelo privilégio de poder lhes dizer uma palavra sobre meu país e a Igreja na Bolívia.

Na Bolívia estamos vivendo mudanças profundas, uns nos convidam a olhar a marcha com esperança e confiança e outros nos preocupam e suscitam interrogantes e dúvidas.

O ciclo do domínio do liberalismo econômico que nunca pôde obter resultados palpáveis, chegou a seu fim em dezembro do 2005.

O atual Presidente alcançou uma votação jamais obtida nos anos de vigência democrática: irrompem assim, na condução do país, os indígenas, camponeses e setores sociais quase sempre relegados e esquecidos.

Em seu discurso programático anunciou mudanças radicais no social e político. Desejava assim terminar com a exclusão histórica dos povos originários e criar um Estado social-comunitário.

Para isso, entre outras medidas, impulsionou a Assembléia Constituinte para refundar a Bolívia com uma nova Constituição, promulgou a Lei Terra e Território Produtivo, em favor de indígenas e camponeses, e a Lei contra a corrupção e impunidade. Também se empenhou na recuperação da propriedade e comercialização do gás e os recursos naturais para reafirmar o sentido de soberania nacional e obter melhores lucros. Isto indubitavelmente beneficia ao país.

Em geral este início causou gozo e esperança em uns, sofrimentos e desilusões em outros. A pouco mais de um ano deste processo, constata-se em diversos setores sociais e regiões uma certa pressa para exigir os benefícios econômicos profusamente publicitados, multiplicando desta maneira pressões e conflitos.

A isto se acrescenta o despertar de um indigenismo sobre tudo andino, desconhecedor da forte mestiçagem boliviana. Suscitam-se posturas revanchistas, a incitação às confrontações e até se fala de resistências armadas.

Esta polarização e o centralismo estatal que debilita o ideal autonómico das regiões, paralisam o país incidindo fortemente na Assembléia Constituinte e afastando a possibilidade de contar com uma nova constituição dentro dos termos propostos.

Apesar da vigência da lei que impulsa a transparência e dos melhores ganhos pela venda do gás, não diminuiu a pobreza nem estamos livres de sinais de corrupção e de divisão. A pura retórica não melhora a qualidade de vida do povo em geral e por isso não cessa a emigração maciça de tantos bolivianos em busca de dias melhores.

Além disso suscita temores a atenção, muito chamativa por parecer desinteressada, que manifestam alguns dignatarios deste continente pelo que acontece a Bolívia. Ninguem desejaria sair de uma dependência extrangeira para cair em outra.

Propaga-se o discurso de “descolonizar a Bolívia” e se considera a Igreja como co-autora do colonialismo. Isto é evidente na nova visão de país que se defende, uma mostra clara é a nova lei educativa estatista e laicista.

Neste ponto a Igreja na Bolívia não defende privilégios, a não ser o direito à liberdade religiosa para seguir anunciando o Evangelho da vida.

Nesta situação nós pastores devemos responder à perplexidade e aos temores que expressam os crentes. Não desejamos evasões nem cúmplices neutralidades, tampouco compromissos cegos ou fundamentalistas.

Sabemos que a Verdade nos fará livres.

Faremos toda a nossa obra que defenda e beneficie a dignidade do homem ainda a custa das incompreensões que sempre provoca o Evangelho de Jesus. Nós o faremos dando testemunho de nossa fé com valentia, denunciando proféticamente tudo o que atenta contra a vida e a pessoa humana.

Por isso é preciso:

- Olhar a realidade com uma metodologia que permita ver, julgar e atuar como autênticos discípulos e missionários de Jesus.

- Aprofundar e realçar os conteúdos da mensagem evangélica que correspondem ao conceito de pessoa, de vida humana e de liberdade.

- Promover um estudo para detectar as raízes culturais, filosóficas e ideológicas dos fenômenos sócio-políticos em ato, para não cair em ingenuidades.

Os Bispos na Bolívia também esperamos luzes desta V Conferência que reafirmem e orientem as respostas pastorais aos desafios que nos propõe o mundo de hoje:

- Que se destaque a urgência da formação de discípulos e missionários com identidade católica, em particular os laicos para um compromisso mais decidido na transformação das realidades temporárias de acordo ao Plano de Deus, com esmerada atenção aos temas da vida e a família.

- Particular preferência e atenção merecem os jovens, que, de uma espiritualidade profundamente ancorada em Cristo, tomem consciência de que nossos povos e Igrejas estarão muito em breve sob sua responsabilidade.

- Que se apóiem e reavivem com maior força as CEBs, primeira célula eclesiástica, dinamizadora da vida na paróquia, para que esta seja verdadeira Comunidade de Comunidades.

- Que se retome o tema da formação de sacerdotes que responda às necessidades atuais de nossas Igrejas, e também refletir a respeito da escassez dos presbíteros que impede a participação na Celebração dominical da Eucaristia de tantos batizados.

- Que se indiquem linhas de uma verdadeira inculturação da fé, perante a emergência dos povos indígenas e sua atitude questionadora para com a Igreja.

- Que se aprofunde nas relações com outras Iglesias cristãs em apoio a um ecumenismo claro e são, e tomando consciência do dinamismo das mesmas.

Olhemos com olhar novo a todos os que professam a fé em Cristo, longe de nós as atitudes de condenação, de exclusão ou de sentimentos de retomada de espaços perdidos. O diálogo e a proximidade fraternal nos permitirão caminhar juntos, rumo à unidade da Igreja.

Compartilhei com vocês irmãos Bispos, nossas preocupações pelo que estamos vivendo na Bolívia, porque sabemos que esta problemática se está impondo em outros países do Continente, porque sentimos seu interesse e solidariedade fraterna e porque juntos podemos compreender melhor esta realidade complexa e sobre tudo para que ofereçamos umas palavras alentadoras e orientadoras aos nossos povos.

Que todos sejamos autênticos “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que os nossos povos nEle tenham vida”.


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Expectativas da Igreja na Colômbia frente à Quinta Conferência


APARECIDA, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção de D. Luis Augusto Castro Quiroga, presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, do dia 15 de maio, na Conferência de Aparecida.


Os Bispos delegados e demais convocados da Colômbia, chegamos a Aparecida com imensa esperança. Ela brota da certeza de que nos guia o Senhor Ressuscitado, Jesus Cristo vivo, por meio de seu Espírito, em meio das mudanças que hoje vivemos.

MUDANÇA CULTURAL

Damo-nos conta de que não estamos experimentando umas mudanças em nossa época mas sim é a mesma época a que está mudando. Não estamos enfrentando mudanças dentro da casa cultural em que vivemos, mas constatamos que estamos trocando de casa. Este novo paradigma nos interpela, pede-nos outro tipo de respostas pastorais e sobre tudo, outro estilo de ser pastores.

Nosso desejo é que aqui em Aparecida possamos desenhar esse novo estilo de vida, de atitudes pastorais e de itinerários espirituais necessários hoje.

CONVERSÃO DO DISCÍPULO

Reconhecemos quão acertado e inspirado é o tema de discípulos e missionários de Jesus Cristo para fortalecer a nossa identidade cristã. A tempos difíceis, discípulos novos. Fazemos alusão a um novo Bispo, um novo sacerdote, um novo diácono, um novo religioso consagrado e um novo leigo. Esperamos que Aparecida tome em especial consideração os processos formativos de todos estes discípulos frente aos novos desafios religiosos e socioculturais do continente.

CONVERSÃO PASTORAL

Nosso desejo é que possamos desenhar, criativa e comunitariamente, essa nova pastoral que dê a devida prioridade ao anúncio de Jesus Cristo e aos processos de iniciação cristã. Vislumbramos uma pastoral de processos e não simplesmente de ações momentâneas. Tomamos em consideração a dificuldade dos processos longos, quando a mentalidade light de tipo pós-moderno só quer assumir compromissos brandos, sem muito passado e sem muito futuro. Queremos sonhar com uma pastoral realizada por todos e para todos sem exclusões. Assim vai-se construindo a unidade na diversidade.

Insistimos em que se dê forma a uma visão pastoral onde o leigo na Igreja e com a luz do Espírito, seja de verdade protagonista na pastoral e não só fiel executor da mesma.

CONVERSÃO ESPIRITUAL

Com genuína humildade e com atitude de escuta devemos enfrentar as novas realidades latino-americanas.

Além disso, não podemos nos reduzir a chegar unilateralmente à cabeça de nossos fiéis com ritos, normas, leis e doutrinas. É a hora do coração. É a hora do primado do amor. É a hora da imaginação que acompanha as migrações intelectuais e o mundo virtual. É a hora da beleza e da simpatia como caminhos para chegar com a verdade de Jesus.

Esperamos que se faça ênfase em quatro realidades, vida, família, educação e bem comum que, segundo Bento XVI, não são negociáveis. Tenhamos também em consideração que não desenhamos uma resposta só para os adultos, mas acima de tudo para as crianças e jovens construtores do futuro. Eles, com a sua sede de ideais e de razões para viver, esperam muito de nós.

MUDANÇA SOCIAL

O continente latino-americano vai crescendo economicamente. Mas este crescimento não se traduz em desenvolvimento que inclua, integral e eqüitativo. Portanto, é indispensável que reafirmemos nossa opção pelos pobres. Mas esta opção não basta. Devemos optar também pela evangelização do mundo político, do mundo empresarial, do mundo dos capitais para que nestes mundos penetre o sentido ético como solidariedade com o outro em necessidade.

A Igreja na Colômbia trabalha sem descanso, não a partir da política, mas do Evangelho, para alcançar a paz nos corações, nas famílias, na nação toda. Esperamos da Aparecida uma luz solidária que nos guie.

MUDANÇA MISSIONÁRIA

O Reino de Deus nos apaixona e nos convoca na América Latina. Cada discípulo desde seu ângulo e perspectiva está chamado a servir ao Reino de Deus comprometendo-se nesses elementos próprios da missão como são o testemunho, o anúncio e o ajudar ao nascimento de outras comunidades; a liturgia, a oração e contemplação; o trabalho pela paz, a justiça e a integridade da criação; o diálogo interreligioso, a inculturación, o ministério da reconciliação, a animação missionária e a acolhida dos que retornam à fé católica. É indispensável identificar bem os destinatários da missão.

A missão é substancial no discípulo desde seu batismo, não é arandela ou acidente. Por isso, ninguém deve concentrar-se exclusivamente em sua própria perfeição. Aquele que busca a si mesmo se perde. Em troca a fé se fortalece dando-a.

Por isso, invocamos ao Espírito Santo Evangelizador para que transforme a Aparecida em outro maravilhoso Pentecostes.


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--- «Regina Caeli» ---

Papa pede orar por novo Pentecostes, América Latina e bom uso dos meios de comunicação
Intervenção por ocasião do «Regina Caeli»

CIDADE DO VATICANO, domingo, 20 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos as palavras que Bento XVI pronunciou este domingo ao rezar a oração mariana do «Regina Caeli» junto aos fiéis congregados na praça de São Pedro, no Vaticano.


Queridos irmãos e irmãs!

Desejo primeiramente renovar meu agradecimento ao Senhor pela viagem apostólica ao Brasil, que realizei de 9 a 14 de maio, e ao mesmo tempo agradecer a todos que me acompanharam com sua oração. O motivo desta visita pastoral, como sabeis, foi a inauguração da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Mas antes deste grande evento eclesial, tive a oportunidade de encontrar q grande comunidade católica brasileira. Muitos fiéis, com efeito, reuniram-se para a ocasião na cidade de São Paulo, especialmente para a canonização do primeiro beato nativo do Brasil: Frei Antonio de Sant’Ana Galvão. Conto com expressar-me mais amplamente sobre esta viagem na próxima quarta-feira, durante a Audiência geral. Enquanto isso, convido-vos a seguir orando pela Conferência que está sendo celebrada em Aparecida e pelo caminho do povo de Deus que vive na América Latina.

Um ulterior motivo de reflexão e de oração nos oferece hoje a celebração anual da Jornada Mundial das Comunicações Sociais, que tem por tema «As crianças e os meios de comunicação: um desafio para a educação». Os desafios educativos no mundo atual estão freqüentemente unidos à influência dos mass media, que fazem concorrência à escola, à Igreja e inclusive à família. Neste contexto, é essencial uma adequada formação no uso correto dos media: os pais, os professores e a comunidade eclesial estão chamados a colaborar para educar as crianças e os jovens a ser seletivos e a amadurecer uma atitude crítica, cultivando o gosto pelo que é estética e moralmente válido. Mas também os meios de comunicação devem levar sua contribuição a este empenho educativo, promovendo a dignidade da pessoa humana, o matrimônio e a família, as conquistas e as metas da civilização. Os programas que incitam à violência e a comportamentos anti-sociais ou vulgarizam a sexualidade humana são inaceitáveis, tanto mais se se propõem aos menores. Renovo portanto o chamado aos responsáveis da indústria dos media e aos agentes da comunicação social a fim de que salvaguardem o bem comum, respeitem a verdade e protejam a dignidade da pessoa e da família.

Queridos irmãos e irmãs: a solenidade da Ascensão do Senhor, que a liturgia recordou na quinta-feira passada, em alguns países se celebra hoje. Jesus ressuscitado volta ao Pai; nos abre assim o caminho à vida eterna e faz possível o dom do Espírito Santo. Como então fizeram os Apóstolos, também nós, depois da Ascensão, nos recolhemos em oração para invocar a efusão do Espírito, em união espiritual com a Virgem Maria (v. Atos 1, 12-14). Que sua intercessão obtenha para toda a Igreja um renovado Pentecostes.

[Traduzido por Zenit]




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