Livro Pequenos Anarquistas - parte II Grupo Escolar
Grupo Escolar Pacífico Vieira
A fila, Hino Nacional, deu o sinal todos para sala.
A professora autoridade máxima.
Sala nº 1, amigos e grandes amigos.
As meninas eram de pouca conversa.
Sala nº 2, vários colegas e um grande amigo.
Sala nº 3, sala de meninos especiais e de pouco contato.
A Diretora, nunca falou comigo, não sei se era eu, que tinha medo dela
ou ela medo de eu.
As serventes, sempre a vigiar.
Merenda escolar; sopa de arroz, doce de amendoim, pão com maionese
(feita no grupo), Toddy na época do frio.
As festas, cada sala fazia a sua, não havia entretenimento.
Meninos e Meninas, todos iguais, não me lembro de ricos, lembro de nobres.
Hora do recreio. Todos em formação militar, saindo em fila, e, quando
a porta abria era aquela gritaria, meninas no banheiro e meninos furando
fila para comprar merenda. Outros merendavam dentro da sala,
(café com leite e pão com manteiga).
Tudo era muito simples.
Poucas brigas. Cospe aqui! Me espera lá fora! Você vai ver!
O sinal toca, acabou a aula. Mães a esperar e meninos a brigar.
Fala o que você falou lá dentro! E os outros punham fogo.
Faziam uma linha no chão, um punha a mão aberta no meio dos rostos
e quando um cuspia tirava a mão, e acertava o outro.
Então o pau quebrava, era um empurra daqui e dali.
Uns gritavam vai lá!
Outros eu quero ver é sangue!
Ai, chegava a turma do deixa disso.
E os brigões, saiam um para cada lado com seus amigos,
contando mentiras e glórias.
No outro dia ficava um clima, mas nada acontecia.
Uma vez por semana ou por mês vinham àqueles meninos e meninas
de branco da quarta serie.
Achavam-se médicos ou enfermeiras.
Pelotão de Saúde, piolhos vão procurar e unhas vão cortar até o sabugo.
Todos meninos e meninas sonhavam em chegar a 4º serie só para se vingar.
Ninguém tinha mochilas de luxo ou carrinhos para empurrar.
Autor: Marco Túlio de Souza
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