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Cordel-->O SUMIÇO DA ÁGUA E A DOIDEIRA NA CALÇADA -- 23/03/2013 - 21:30 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O SUMIÇO DA ÁGUA
E A DOIDEIRA DA CALÇADA


Moça! pelo amor de Deus
me dê um caroço d’água?
Ontem o filho que era meu
agora tem apenas a alma
pois o seu corpo já morreu
que a sede mata sem calma.

É certo que é muito antiga
essa secura tão inclemente.
Até o clima que nos fustiga,
a periodicidade incoerente
de suas chuvas é que castiga
com ferocidade toda gente.

E quando não é a natureza
que só atua com sabedoria
se o Homem sem a torpeza
que impede a sua maestria
deixa ela usar de nobreza
em suas ações de fidalguia.



Pois até uma indústria criou
chamada de seca, cruelmente.
Milhões de reais que ganhou
não molhou a boca da gente,
as nossas terras não irrigou,
só a sede deixou de presente.

A indústria começou feroz
em sua ação de demolidora:
corrente, moto-serra atroz
e de aço guarnição tratora;
produz desmatamento algoz
de nascente; é devastadora.

A indústria do desmatamento
destrói fontes de água pura,
vital à vida, que no momento,
ao desabrochar nos assegura
toda eternidade pelo tempo
que Deus permitir tal ventura.



Pois que é boa aventura viver
sem a sede como companhia.
Água, o homem não sabe fazer
mas se soubesse, respeitaria?
Sem ela e não podendo viver,
essa dádiva ele desperdiçaria?

As fontes de água doce? Poluir?
-não estariam em suas intenções,
tampouco mananciais destruir?
se o só viver em suas emoções
é o poder, o ter, o mais possuir,
atiram nos pés e nos corações.

Construir nas margens dos rios
impedindo que o fluxo das águas
siga seu destino sem os calafrios
produzido pelo esgoto e a mágoa.
Pelas intervenções que os brios
se machucam na carne e na alma.



São as veias, vida da terra
se entupindo pela ganância
da ocupação que se encerra
na morte, ainda na infância
de sementes, frutos da era,
findada por esta infâmia.

Estar vivo com dignidade
não é praxe do ganancioso;
mais dotado de veleidade,
como o político ambicioso
que falta com a verdade
até se fazendo caprichoso.

Quase tudo é prometido:
bica, cisterna, caixa d’água;
açude, o mais concorrido
ou a transposição de águas.
E a seca do rio mais sofrido
só traz sofrimento e mágoa.



Sabe moça, tá secando tudo
e a seca, só mata por matar
porque o seu maior reduto
é o insensato, que sabe faltar
com respeito, porém, contudo
sabe muito bem desperdiçar.

Deixa caixa d’água vazando
e até o cano de água furado.
Deixa as torneiras pingando,
a bóia e o registro estragados.
Calçadas, só varre, lavando,
com líquido à vida destinado.

O produto da seca é a morte
e o homem é o seu produtor
quando extermina no corte
a floresta e seu maior gestor:
o clima, e determina a sorte
de todos, até da singela flor.


Aí o sertão virando mar
e o mar virando sertão;
homem aprende a nadar
e os peixes aprenderão
bem depressa a caminhar
pra não cair em extinção.

Pois na verdade vos digo
ninguém pode controlar
um caos com tanto perigo:
se a natureza descontrolar
não haverá maior inimigo
que o homem possa se dar.

Um inimigo a sua altura
pela soberba de atitudes
tomadas por imposturas
insensatas por maldade,
perdendo a compostura
por viver com falsidade.



A marcha da insensatez
no passado foi iniciada
na Europa, primeira vez
e na América acelerada.
Agora, na Ásia, se refez
e ficou mais alucinada.

Multiplicaram por mil
até mesmo por milhões
a chaminé, o falo senil
estuprador com borrões
do nosso céu primaveril
provocando convulsões.

E a natureza revoltada
tá provocando confusões,
na África a seca danada
ceifando muitos milhões
e, também já espalhada
em todo canto e regiões.



No Brasil é história antiga
a compra de voto nessa cena
com promessa de bicas.
É agora bolsa que dá pena;
e a transposição do petista
é o engodo desse esquema.

O certo é que o desperdício
também gente está matando
e a falta d’água está difícil.
Aos bem pobres dizimando
que até um de seus artifícios,
o voto, não está melhorando.

Moça, agora que ainda varre
esta calçada com mangueira
e, antes que a água se acabe,
me dê um gole que a tonteira
já fustiga um corpo que sabe
que o desperdício é doideira.



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