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Textos_Religiosos-->Conferência de Aparecida, ainda -- 21/05/2007 - 10:45 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
--- Conferência de Aparecida ---

www.zenit.org

Participação dos bispos norte-americanos na Conferência de Aparecida
Fala Dom Ricardo Ramírez, CSB, bispo de Las Cruzes (Estados Unidos)

APARECIDA, quarta-feira, 17 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Fala Dom Ricardo Ramírez, CSB, bispo de Las Cruzes (Estado de Novo México, nos Estados Unidos). Diocese com 75 mil quilômetros quadrados, 50 paróquias, 350 mil pessoas, sendo a metade católica.

--Como foi o convite aos bispos norte-americanos para participar da Conferência de Aparecida?

--Dom Ricardo Ramírez: Acho que a raiz do convite vem do Papa João Paulo II, que teve a iniciativa de congregar todo o hemisfério no Sínodo para a América, e depois no documento «Ecclesia in America» ele tentou unificar a todas as dioceses de toda a América, não só da América Latina, mas também do Norte. Esta é a razão pela qual agora estão incluídos os canadenses e os norte-americanos nesta Conferência. Somos quatro: o presidente da Conferência Episcopal e três outros, o presidente da Comissão para os assuntos hispânicos, o presidente da Igreja para a América Latina e eu, que trabalho na Comissão Central para a V Conferência.

--Como os bispos norte-americanos atuam nesta Conferência?

--Dom Ricardo Ramírez: Agora estamos apenas no segundo dia. Estamos como observadores, para ver de que maneira podemos ajudar. Porque não podemos impor-nos. Somos de um país muito grande, muito poderoso, de muita influência, mas temos de ser muito delicados na forma em que vamos atuar nesta Conferência. Sem querer impor-nos, contudo queremos contribuir com a nossa experiência, com o nosso conhecimento de um país que tem muita influência em todo o mundo e certamente na América Latina. Muito de bom, muito de ruim tem suas origens nos Estados Unidos. E por isso estamos aqui.

--Vocês vêm de um país muito poderoso, mas, por outro lado, falam também a favor de um povo hispânico que vive lá, muitas vezes em dificuldade, não?

--Dom Ricardo Ramírez: Estamos aqui também porque há mais de 40 milhões de hispânicos nos Estados Unidos atualmente, e a maior parte ainda é católica, ainda que muitos tenham saído da Igreja. Desses 40 milhões, há cerca de 80% a 85% de católicos, e temos de advogar por eles também. Temos de recordar aos bispos da América Latina que seus irmãos e irmãs que antes estiveram em seus países agora estão conosco, e tomara que os bispos no documento final enviem uma mensagem a nosso povo católico hispânico dos Estados Unidos.

--O senhor traz alguma preocupação especial a esta Conferência?

--Dom Ricardo Ramírez: Existem os problemas de evangelização, de pastoral; queremos também descobrir pautas da nova evangelização da qual falava João Paulo II. Creio que podemos receber alguma direção para o nosso país, ainda não sendo da América Latina, mas podemos aprender muito daqui. Medellín nos impulsionou também nos Estados Unidos. Inclusive Puebla teve sua influência. Santo Domingo nem tanto. Eu espero que Aparecida tenha uma influência em nossa pastoral nos Estados Unidos, especialmente com hispânicos, mas não somente com hispânicos, Aparecida pode enriquecer todo o continente.

--Como está a situação dos hispânicos nos Estados Unidos?

--Dom Ricardo Ramírez: O mais trágico é a questão dos indocumentados, que vivem na sombra da sociedade. Eles não podem viver sua vida normal. Têm medo, por exemplo, às vezes, de ir a uma igreja, porque lá podem também ser presos pela patrulha fronteiriça. Têm medo. Quando têm de colocar seus nomes e registrar-se para ser catequistas, rejeitam a oportunidade porque têm medo que a informação seja dada ao governo e tenham de sair. Estão aí com seus filhos que nasceram nos Estados Unidos, os filhos são cidadãos. Mas os pais são indocumentados. Se os pais têm de sair, o que vão fazer com os filhos?

--Esses hispânicos são uma força muito grande no catolicismo lá?

--Dom Ricardo Ramírez: Cada vez maior. Crê-se que em umas duas ou três décadas, o maior grupo católico nos Estados Unidos será de hispânicos. Mais de 50%.

--O que os católicos hispânicos que moram nos Estados Unidos podem esperar da Conferência de Aparecida?

--Dom Ricardo Ramírez: Devem esperar um estímulo, uma palavra de ânimo dos bispos da América Latina, que os motivem, que permaneçam católicos, que permaneçam unidos nas famílias, que mantenham suas tradições e seus valores que levam daqui da América Latina. Creio que uma palavra de estímulo dos bispos da América Latina para os imigrantes seria algo muito bom.


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Importância da oração para formar discípulos e missionários, segundo superior jesuíta
Pe. Ernesto Cavassa explica contribuição da espiritualidade «contemplativos na ação»

APARECIDA, quinta-feira, 17 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Segundo um superior jesuíta, a espiritualidade «contemplativos na ação», característica da Companhia de Jesus, pode ser uma grande contribuição para formar discípulos e missionários no seio da sociedade.

«Assim como um atleta tem de se exercitar para ganhar um campeonato mundial, o discípulo e missionário que quer encontrar a Deus na cidade, nos acontecimentos, nos fatos históricos tem de se exercitar», afirmou Pe. Ernesto Cavassa, S.J., peruano, presidente da Conferência dos Provinciais da Companhia de Jesus na América Latina.

O sacerdote participa da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, no Santuário de Aparecida, como superior de Congregação. Ele substitui o padre Peter-Hans Kolvenbach, superior-geral dos jesuítas, que não pôde participar por razões de idade.

Segundo o sacerdote peruano, para aprender a ver a Deus no dia-a-dia é preciso ter disciplina. «Não é simplesmente pura inspiração. Há que ir fazendo diariamente o exercício».

«E a própria oração pouco a pouco vai introduzindo neste encontrar a Deus. Os exercícios são a escola para a oração. E Deus é o mestre dessa escola», disse a Zenit esta quinta-feira.

«É Ele que vai-nos formando, inclusive quando dormimos, quando parece ser que estamos mais passivos. Há que se deixar formar por Ele. Essa é a melhor maneira de ser um aluno aplicado de Deus», afirmou.

Padre Cavassa explicou que muitos leigos assumem a espiritualidade de Santo Inácio e a exercitam, seja de modo individual ou coletivo, para depois vivê-la no mundo.

«O Espírito do Senhor nunca nos abandonou --afirmou--. Uma frase que Jesus sempre diz nos Evangelhos é: “Não temam. Eu estarei com vocês todos os dias até o fim do mundo.” Essa é Sua promessa. E por isso nos envia o Espírito.»


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Bispos fazem análise social, econômica e política da América Latina


APARECIDA, quinta-feira, 17 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Os cerca de 260 bispos e convidados participantes da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe tiveram nesta quinta-feira uma jornada dedicada a estudar e fazer uma análise social, econômica e política da América Latina.

Os delegados dividiram-se em 15 grupos. Um moderador coordenou os trabalhos. No início de noite, um redator responsável de cada grupo levou ao plenário os resultados da análise, que embasará os trabalhos das Comissões. Três delas já haviam sido definidas essa quarta-feira: de Redação do Documento Final, de Comunicações e da Mensagem Conclusiva.

A manhã desta quinta-feira iniciou com uma celebração eucarística presidida por Dom Robert Kurtz, CR, bispo de Hamilton em Bermuda e vice-presidente da Conferência Episcopal de Antilhas.

Em sua homilia, o prelado afirmou que o discípulo sempre cresce na convicção de que Cristo e seu Espírito estão presentes e ativos, por isso nunca pode desanimar.

Nesta sexta-feira, os membros do Departamento de Comunicação do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), terão um breve momento de confraternização com os jornalistas, em virtude do Dia das Comunicações.

Neste Dia Mundial das Comunicações, a Igreja celebra «As crianças e os meios de comunicação social: um desafio para a educação», segundo título da mensagem de Bento XVI para a ocasião.


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Intervenção do cardeal Cláudio Hummes em Aparecida
Prefeito da Congregação vaticana para o Clero

APARECIDA, quinta-feira, 17 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a seguir a intervenção feita pelo cardeal Cláudio Hummes, Prefeito da Congregação vaticana para o Clero, nesta quarta-feira, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.


1. Situação social e econômica

A globalização, hoje vigente no mundo, chegou também à América Latina e ao Caribe, mas com altos custos sociais. De fato, para adequar-se aos novos tempos em que o mercado é soberano, os países emergentes tiveram que fazer grandes ajustes para a abertura de sua economia ao mercado globalizado e isto exigiu enormes custos sociais, entre eles, uma devastadora destruição de lugares de trabalho, gerando um novo exército de desempregados que se somou ao já crônico desemprego. O desemprego é talvez a maior e mais resistente chaga social do continente. Não se nega que a globalização tenha trazido também benefícios e progresso, mas para uma parte significativa de nossa população trouxe um desemprego sem perspectivas. Meses atrás foi publicada em São Paulo uma pesquisa social que mostrou haver na Grande São Paulo um milhão de jovens sem trabalho e sem escola, não porque não queiram trabalhar e estudar, mas por falta de oportunidade. Infelizmente, muitos destes jovens terminam na droga e na violência.

Tudo isto indica que a Igreja deverá empenhar-se ainda mais na solidariedade para com os pobres, à luz de Jesus Cristo. A opção pelos pobres, não ideológica mas orientada pela Doutrina Social da Igreja, continua atualíssima. Aliás, o Santo Padre em seu discurso inaugural desta V Conferência sublinhou que “a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica”.

2.A nova situação política

Hoje, num mundo globalizado, em que se formam novos agrupamentos de países, mediante tratados de livre comércio e mesmo certa união política, também a América Latina busca unir seus países, seja com tratados de livre comércio, como o MERCOSUL, seja buscando também uma união política do continente, a semelhança da União Européia. Esta busca de maior unidade tornou-se imperativa, promissora e positiva para que o continente tenha um futuro real. A Igreja Católica, que desde o tempo colonial sempre uniu estes povos sob aspecto religioso, poderia oferecer sua experiência e sua luz evangélica para este processo de união.

3. A nova situação religiosa

De um lado, a cultura pós-moderna e urbana está em expansão na América Latina e faz sentir-se principalmente nas camadas mais instruídas da população, na mídia e na política. Ela caracteriza-se por um individualismo e subjetivismo extremados, que se exprimem no pluralismo, no relativismo, no secularismo, no permissivismo moral, sob o pretexto de uma autonomia subjetiva que rejeita a normatividade de uma verdade fundante e universal. Ao mesmo tempo, cresce um laicismo militante e anti-religioso.

Por outro lado, as Seitas pentecostais e neo-pentecostais se expandem. De fato a Igreja Católica perdeu, p.ex., no Brasil, nas últimas décadas anualmente cerca de 1% de seus membros, sabendo-se que a maioria passou para as Seitas. Acrescente-se que as Seitas cresceram principalmente nas periferias urbanas pobres.

Não se trata de fazer um conflito com as Seitas, mas de perguntar-nos o que podemos nós fazer para ir ao encontro dos católicos afastados e dos pobres de nossas periferias para revitalizar sua fé católica. A falta de evangelização daqueles que nós batizamos é a causa principal deste fenômeno. Também a pobreza e o desenraizamento social e religioso do povo que veio do campo para as periferias pobres da cidade, são outra causa. A todos estes, as Seitas procuram atrair.

Urge também uma evangelização adequada dos jovens e do mundo da educação. Ali se forma o futuro da sociedade.Igualmente, precisamos evangelizar o mundo da mídia, os grandes meios de comunicação, que formam a opinião pública.

4. Proposta

Tudo indica que o tema desta V Conferência “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que n’Ele nossos povos tenham vida”, foi uma escolha muito acertada. De fato, a Igreja na América Latina e no Caribe precisa decidir-se a ser resolutamente uma Igreja missionária dentro de seu próprio território, para sair em busca dos católicos afastados e de todos que pouco ou nada conhecem de Jesus Cristo e seu Reino. É preciso organizar os leigos das paróquias, dar-lhes uma formação básica sobre o kerigma evangélico e com uma metodologia missionária adequada enviá-los a visitar as famílias, sobretudo nas periferias pobres. É preciso ouvir as pessoas que tanto têm a nos dizer sobre seus sofrimentos e misérias, suas alegrias e aspirações, depois rezar com elas, anunciar-lhes de novo a pessoa de Jesus Cristo e conduzi-las a fazer um forte encontro pessoal e comunitário com Cristo, para despertar a adesão pessoal a Ele e assim tornarem-se seus discípulos. Nosso povo precisa sentir mais o calor e a proximidade de sua Igreja. Ao mesmo tempo, será preciso exercer uma solidariedade concreta e eficaz para com os pobres, pois evangelização e promoção humana não podem separar-se.

Esta V Conferência deveria, portanto, decidir-se por uma grande missão continental permanente, como lhe vem sendo sugerido por muitos que participaram vivamente de sua preparação.

Para esta missão os presbíteros e os diáconos permanentes serão agentes fundamentais e indispensáveis nas paróquias e nos diversos ambientes da sociedade . Eles serão decisivos para o êxito da missão. A formação em nossos seminários e a formação permanente do nosso clero deveriam assumir como tarefa urgente o despertar deste espírito missionário.

[Texto fornecido pelo CELAM]


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Intervenção do cardeal Darío Castrillón Hoyos em Aparecida
Presidente da Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei»

APARECIDA, quinta-feira, 17 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção do cardeal Darío Castrillón, presidente da Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei», pronunciada nesta quarta-feira na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.


Queridos e venerados irmãos:

Permito-me apresentar um breve relatório sobre a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e sobre o estado da realidade pastoral que o Santo Padre colocou sob sua competência.

Esta Comissão foi instituída pelo Servo de Deus João Paulo II em 1988, quando um grupo notável de sacerdotes, religiosos e fiéis que tinham manifestado sua desconformidade com a reforma litúrgica conciliar e se congregaram sob a liderança do Arcebispo francês Marcel Lefebvre, separaram-se deste porque não estiveram de acordo com a ação cismática da ordenação de Bispos sem o devido mandato pontifício. Eles, então, preferiram manter a plena união com a Igreja. O Santo Padre, mediante o Motu Proprio Ecclesia Dei Adflicta, confiou a esta Comissão o cuidado pastoral destes fiéis tradicionalistas.

Hoje a atividade da Comissão não se limita ao serviço daqueles fiéis que em tal oportunidade quiseram manter-se em plena comunhão com a Igreja, nem aos esforços encaminhados a pôr fim à dolorosa situação cismática e a obter a volta destes irmãos da fraternidade São Pio X à plena comunhão. Por vontade do Santo Padre, este Dicastério estende, além disso, seu serviço a satisfazer as justas aspirações de quantos por uma sensibilidade particular, sem ter tido vínculos com os dois grupos citados, desejam manter viva a liturgia latina anterior na celebração da Eucaristia e dos outros sacramentos.

Sem dúvida alguma, o empenho mais importante, que cabe a toda a Igreja, é a busca de pôr fim à ação cismática e reconstruir, sem ambigüidades a plena comunhão. O Santo Padre, que foi durante alguns anos membro desta Comissão, quer que ela se converta em um organismo da Santa Sé com a finalidade própria e distinta de conservar e manter o valor da liturgia latina tradicional. Mas se deve afirmar com toda claridade que não se trata de um voltar para atrás, de uma volta aos tempos anteriores à reforma de 1970. Trata-se pelo contrário de uma oferta generosa do Vigário de Cristo que, como expressão de sua vontade pastoral, quer pôr a disposição da Igreja todos os tesouros da liturgia latina que durante séculos nutriu a vida espiritual de tantas gerações de fiéis católicos. O Santo Padre quer conservar os imensos tesouros espirituais, culturais e estéticos ligados à liturgia antiga. A recuperação desta riqueza se une à não menos preciosa da liturgia atual da Igreja.

Por estas razões o Santo Padre tem a intenção de estender a toda a Igreja latina a possibilidade de celebrar a Santa Missa e os Sacramentos segundo os livros litúrgicos promulgados pelo Beato João XXIII em 1962. Por esta liturgia, que nunca foi abolida, e que , como dissemos, é considerada um tesouro, existe hoje um novo e renovado interesse e, também por esta razão o Santo Padre pensa que chegou o tempo de facilitar, como o quis a primeira Comissão Cardinalícia em 1986, o acesso a esta liturgia fazendo dela uma forma extraordinária do único rito Romano.

Há algumas boas experiências de comunidades de vida religiosa ou apostólica erigidas pela Santa Sé recentemente que celebram em paz e serenidade esta liturgia. Em torno delas se congregam assembléias de fiéis que freqüentam estas celebrações com alegria e gratidão. As criações mais recentes som o Instituto de São Felipe Neri em Berlim, que funciona como um Oratório e se fez presente também, com boa acolhida, na Diocese do Tréveris; o Instituto do Bom Pastor de Burdeos que reúne sacerdotes, seminaristas e fiéis, alguns saídos da Fraternidade São Pio X. Estão muito adiantados os trâmites para o reconhecimento de uma comunidade contemplativa, o Oásis de Jesus Sacerdote, de Barcelona.

Na América Latina, como sabemos muito bem, devemos agradecer ao Senhor pela volta de toda uma Diocese, a de Campos, antes lefevriana que agora, depois de cinco anos, apresenta frutos bons. Foi uma volta pacífica e os fiéis que se inscreveram na Administração Apostólica, estão contentes de poder viver em paz em suas comunidades paroquiais; mais ainda, em efeito algumas dioceses brasileiras fizeram contatos com a Administração Apostólica de Campos que colocou ao seu dispor sacerdotes para a atenção pastoral dos fiéis tradicionalistas em suas igrejas locais. O projeto do Santo Padre foi já parcialmente provado em Campos onde a coabitação pacífica das duas formas do único rito romano na Igreja é uma bela realidade. Temos a esperança de que tal modelo produza bons frutos, também em outros lugares da Igreja onde vivem juntos fiéis católicos com sensibilidades litúrgicas diversas. E esperamos, além disso, que tal modo de viver juntos atraia também àqueles tradicionalistas que ainda estão longe.

Os membros atuais da Comissão são os Sres. Cardeais Julián Herranz, Jean-Pierre Ricard, William Joseph Levada, Antonio Cañizares, e Franc Rodé. São consultores os Subsecretários de alguns Dicastérios.

Até agora estiveram sob a Ecclesia Dei várias comunidades dispersas pelo mundo. 300 sacerdotes, 79 religiosos, 300 religiosas, 200 seminaristas e várias centenas de milhares de fiéis. Curiosamente aumenta o interesse dos jovens na França, Estados Unidos, Brasil, Itália, Escandinávia, Austrália e China. No momento do retorno, de Campos voltaram 50 sacerdotes, uns cinqüenta seminaristas, 100 religiosas e 25.000 fiéis.

Hoje o grupo dos lefevrianos consta de 4 Bispos que foram ordenados por Dom Lefebvre, de 500 sacerdotes e 600.000 fiéis. Ao grupo se uniram igualmente vários monastérios contemplativos e alguns grupos religiosos masculinos e femininos, têm paróquias (chamam-nos priorados), seminários e associações. Estão presentes em 26 países.

Peçamos ao Senhor que este projeto do Santo Padre possa realizar-se logo para a unidade da Igreja.

[Texto em língua portuguesa distribuído pelo CELAM]


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«Como pastores devemos ser salvaguarda da Verdade do Evangelho», diz cardeal López Trujillo
Intervenção na Conferência de Aparecida

APARECIDA, quinta-feira, 17 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a seguir a intervenção feita pelo cardeal Alfonso López Trujillo, durante os trabalhos da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, no dia 16 de maio passado.


Queridos irmãos no episcopado, no sacerdócio e no batismo: a pastoral da família e da vida tem dois campos complementares: Um, pastoral, dentro da Igreja, por fortuna já vigoroso na América Latina, embora seja preciso fortalecê-lo, para fazê-lo mais dinâmico, coordenado e eficaz, tanto nas Conferências Episcopais, nas Dioceses com uma boa ação paroquial, com a preciosa colaboração dos movimentos. O sábado passado na Itália teve lugar o Family Day, com mais de um milhão e meio de pessoas. Também na América Latina em alguns países se realizam encontros similares. Seria importante que em todos se realizasse um dia da família e da vida. Em nosso dicastério, pelo contínuo estímulo do Santo Padre, difunde-se nosso Lexicon, em várias línguas, inclusive em árabe. Já se terminou em português e esperamos dá-lo a conhecer nestes dias. Será sem dúvida de grande utilidade, pois é o mais completo para esclarecer em mais 1200 páginas as ambigüidades e a linguagem falaz orweliana. Temos dois livros volumosos de mais de 700 páginas, sobre os cursos realizados em quase toda a América Latina e no mundo.

Queria agora me referir ao segundo campo, referido à família e à sociedade. Distribuiremos agora um subsídio que preparamos para esta Conferencia sobre as legislações na América Latina até abril desse ano inclusive. Poderemos ver o imenso desafio que temos por uma mentalidade contra a família, com novos e enormes desafios, nunca antes conhecidos, em contra da vida. Como Bento XVI lembrou, com a penosa ausência de políticos cristãos, decididos a dar um necessário testemunho. Muitos anos trabalhei no CELAM, da Conferência de Medellín. Nunca imaginei que houvesse tão dolorosa transformação dos governos e os parlamentos, em uma conjuração que converte o delito em direito. Querem introduzir falsos novos direitos em nome da não discriminação. São poucos os países que representam até o momento honrosas exceções. Preparamos o IV Encontro Continental de políticos e legisladores, depois dos do Rio, México e Buenos Aires com participantes de todos os partidos políticos. Os bispos têm que dialogar e, no possível persuadir com uma gramática básica a que se referiu o Servo de Deus João Paulo II na ONU, com quem tem uma responsabilidade para o bem comum dos povos. É dever nosso lembrá-los do número 83 da Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis sobre a coerência eucarística que deve interpelar gravemente a políticos e legisladores obrigados moralmente a dar um testemunho coerente e quando são eles a fonte de leis iníquas não devem receber a eucaristia negando valores imprescindíveis sobre os quais a Igreja não pode negociar. Os governos, os meios de comunicação e tantos que escavam a nossa sociedade não podem nos silenciar. O perigo cresce. Somos todos suficientemente conscientes do grande desafio? As leis revelam uma visão do homem, uma “moral” implícita que procura impor projetos contra o bem do homem e a mulher no bem comum dos povos? Aparecem o tempo todo lado falsas “definições” da família e da vida, que aprisionam a verdade em novas ideologias. Como pastores devemos ser salvaguarda da Verdade, do Evangelho e ser portadores de esperança que tomara não a roubem aos nossos povos. Fazem falta políticas familiares, sobre tudo para proteger e ajudar às famílias pobres castigadas por uma economia desumana no mundo e nos nossos países.


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Intervenção do cardeal Paul Poupard na Conferência de Aparecida


APARECIDA, quinta-feira, 17 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a seguir a intervenção realizada pelo cardeal Paul Poupard, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, durante os trabalhos da V Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho (Conferência de Aparecida), no dia 16 de maio passado.


Muito eminentes e muito excelentes irmãos no Episcopado,

Queridos irmãos e irmãs no Senhor,

Diante dos gigantescos desafios que se apresentam à Igreja na América Latina e o Caribe à alvorada do Terceiro Milênio, gostaria de compartilhar com os senhores a alegria de ser discípulos e o privilégio de ser missionários de Jesus Cristo, participando cinco pontos de orientação para uma pastoral da cultura em chave transversal, para uma autêntica evangelização inculturada, seguindo o modelo de Maria, em quem a Palavra se fez carne.

1) Ante a difusão midiatizada de imagens deformes sobre Deus, o homem, a mulher, a família e a vida, a pastoral da cultura propõe a antropologia cristã, nascida de uma experiência de nova iniciação na fé. A força do kerygma, a catequese, a liturgia, a homilia dominical e a comunhão são os alicerces sólidos para reformular uma hodierna cultura cristã que dê nova seiva às famílias e às comunidades de fé. 2) Ante os afastados por ignorância religiosa, relativismo e secularismo, que alimentam as diferentes formas de seitas, sincretismo e indiferentismo, a pastoral da cultura propõe a experiência existencial da “proximidade” e o acompanhamento em pequenas comunidades de fé que gerem uma cultura de comunhão e arraigo compartilhada com alegria.

3) Ante a erosão da vida cristã, a pastoral da cultura propõe a apresentação atraente do Mistério de Cristo, Filho de Deus e Filho de Maria. Tanto a devoção popular, como a via pulchritudinis, são um excelente instrumento pastoral para tocar efetivamente e expressar culturalmente a dimensão do inefável na vida cotidiana de uma fé, plenamente acolhida, totalmente pensada, fielmente vivida.

4) Ante as situações tremendas de miséria e desamparo, desigualdade social e pobreza, ante o desemprego e migração dos jovens e a violência, a pastoral da cultura promove uma cultura da solidariedade fraterna a todos os níveis da vida social: familiar, local, de instituições governamentais, públicas e organismos privados. Uma cultura da solidariedade fraterna que afirma que seu amor preferencial pelos pobres implica: “promover a todos os homens e a todo o homem”, como enfatiza a encíclica Populorum progressio que o Papa Paulo VI, pediu-me que apresentasse em minha primeira Conferência de Imprensa, há quarenta anos, na terça-feira de Páscoa de 1967. A cultura da solidariedade fraterna vai junto a uma adequada diaconia da inteligência.

5) Ante a avalanche de informação mediática e a mentalidade virtual que geram confusão, desorientação e uniformidade cultural, inclusive nas comunidades indígenas e afro-americanas, a pastoral da cultura propõe para uma adequada educação humana e cristã, que abranja da família à paróquia, assim como, da escola à Universidade, os centros culturais católicos, como lugares privilegiados, para identificar e propor, novos horizontes e linguagens que toquem a fibra existencial dos latino-americanos em uma nova cultura áudio-visual.

Aqui, junto à Mãe Aparecida, “em direção a uma pastoral da cultura renovada pela força do Espírito”; a seiva do Evangelho de Jesus Cristo, possui um suplemento de alegria e beleza, de liberdade e sentido, de verdade, de bondade, de amor para as culturas da América Latina e o Caribe. Viver e participar a amizade com Cristo, é evangelizar a cultura com a parresía própria do apóstolo, enchendo os ambientes da família, a educação, a comunicação, a vida pública, os cenários de migração, de culturas rurais, indígenas e afro-americanas, e a cultura adveniente nas grandes megalópoles, com a experiência de fé no Ressuscitado. Evangelizar a cultura nasce do amor apaixonado a Cristo encontrado na oração, celebrado na liturgia eucarística dominical, mais conhecido e amado na homilia que acompanha ao Povo de Deus na missão de inculturar o Evangelho na história, ardente e infatigável na caridade samaritana que conforta aos irmãos feridos na vida.

[Texto em língua portuguesa distribuído pelo CELAM]




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