Sufoca-me a metrópole e, se agüento
é por razões que fogem à razão,
porém, é onde trabalho, meu sustento
não permite ir viver noutro rincão...
Tudo é difícil, grande é o sofrimento,
há o perigo de assalto, a poluição,
perde-se tempo em congestionamento
– não recomendo a quem se sinta são...
Mas coisas há que dão-me inda alegria,
como hoje, em meio ao trânsito sofrido,
o rádio do meu carro após ligar
pegar no meio grande sinfonia
e dizer, dois acordes tendo ouvido,
“ Isto é Bruckner!”, sem medo ter de errar...
08/2006
Página 2006-149 de “O Poeta Eletrônico”
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