80 usuários online |
| |
|
Poesias-->O BILHAR DE TATARANA -- 25/09/2006 - 10:57 (Délcio Vieira Salomon) |
|
|
| |
O BILHAR DE TATARANA
segundo Guimarães Rosa
(homenagem ao cinquentenário de GRANDE SERTÃO: VEREDAS de Guimarães Rosa]
Délcio Vieira Salomon
Riobaldo nunca jogara bilhar.
Mas jagunço atrevido
não regateia convite,
sobretudo se vem em desafio.
Entendeu o piscar de Advindo
e fez do taco carabina
confiando na boa pontaria que tinha.
Sem apoiar mão na mão ou no braço
Advindo acenava apenas
o rumo medido da vantagem.
Sem bobear um ceitil
encurvou o corpo,
amoleceu a barriga
e taqueou seu chofre
querendo aquilo no verde.
Foi só o justo repique.
Só se viu umas carambolas
de todos os estalos,
retruque e recompletas
com recuanço
ladeio perfeito
efeito produzido
e reproduzido
e o reprazer
de escutar
o rebrilhar
o concoco
daquelas
bolas
umas nas outras,
deslizadas
e neste dia recebeu
o apelido de Tatarana
o lagarta-de-fogo.
|
|