Acordei hoje, sem querer, com o espírito de Neruda:
tomei Canto General em minhas mãos e li poemas;
acarinhei Confesso que vivi
e me encontrei sentado num belo jardim
sob uma árvore de folhagem rica e verde
protegendo-me do forte calor de um verão
nova-iorquino, sempre com o seu sol brilhante
a dançar num céu azul e límpido
Céu azul, céu azul que serve de pista de bailados
de ensandecidas nuvens sem destinos certos
Céu azul, céu azul que virou cartão-postal
ou lembrança fatídica de um certo 11 de setembro
Corro do terror e lembro o poeta. Como um pão de aveia
cozido ao mel, disponho a pasta de salmão
com folhas de hortelã e comungo o mesmo gosto,
o mesmo cheiro, as mesmas cores que toda boa comida
deve oferecer ao faminto forasteiro deste mundo
12 de julho, parabéns Pablito. Se vivo fosse,
confesso que viveria hoje 99 anos