Quadrienal de Praga
De 7 a 27 de junho, no Palácio Industrial, em Praga, Tchecoslováquia, acontece a IX Quadrienal de Cenografia e Arquitetura Teatral. É uma exibição única no gênero, de carácter mundial, reunindo as artes cenográficas por completo.
Nascida em 1967, a Quadrienal já teve oito edições reunindo os melhores talentos dos mais variados países participantes. Não importa o tamanho do país ou seus recursos financeiros para a participação. O júri é composto por críticos e cenógrafos, figurinistas e outros profissionais exigentes, sempre buscando a maior criatividade, a inovação e a paixão pela arte.
O evento se divide em seções que abrangem cenografia, figurino, arquitetura teatral, escolas de cenografia e publicações, sendo as três primeiras competitivas. O prêmio máximo é a Golden Triga, e em seguida vem a Gold Medal, uma para cada categoria. Há também premiação para a melhor exposição temática.
Este ano o Brasil participa com o apoio da Funarte. Estará presente na Seção Temática com a mostra Homage to scenography, na área de Exposições Nacionais com cenários e figurinos de seis artistas, e também em Arquitetura Teatral, Escolas de Cenografia e Publicações. Ao todo o Brasil ocupará mais de duzentos metros quadrados mostrando o talento de seus artistas e o trabalho de instituições educativas e/ou mantenedoras da arte cenográfica. Um número interessante para um país que já obteve seus reconhecidos dias de glória neste evento.
Em 1967, o Brasil ganhou a Gold Medal na área de arquitetura teatral, com Fábio Penteado. Em 1971 ganhou novamente a Gold Medal, desta vez em cenografia, com o trabalho de Hélio Eichbauer. Em 1987 obteve a Menção Honrosa pelo conjunto de obras de Gianni Ratto (Cyrano de Bergerac), J.C. Serroni (Nostradamus, Xandú Quaresma e Morte Acidental de um Anarquista) e Daniela Thomas (Carmem com Filtro). E finalmente em 1995 recebeu o prêmio máximo Golden Triga pelo conjunto de obras de José de Anchieta (A Comédia dos Erros), J.C. Serroni (Gilgamesh e Kean) e Daniela Thomas (Bonita Lampião e Fausto). Esta mesma exposição vencedora apresentou-se depois no SESC Pompéia, em São Paulo, e seguiu mundo afora para Lisboa, New York, Stuttgart e Tóquio.
A cenografia brasileira venceu na última Quadrienal por combinar muito bem a sofisticação com a habilidade de realização que, na maioria das vezes, não conta com os recursos ideais mas inventa e faz. A linguagem não se torna repetitiva e previsível. Se é clean ou barroco, se há excessos ou não... O espetáculo comporta? Esta é a questão. Mestres como Santa Rosa, Flávio Império, Gianni Ratto e Lina Bo Bardi estão na origem desta inventividade.
As outras Golden Triga foram para os seguintes países: França (1967), Alemanha (1971), União Soviética (1975), Grã-Bretanha (1979), EUA (1987) e Grã-Bretanha (1991). Para esta nona edição da Quadrienal de Praga, a última do milênio, estão confirmadas exposições vindas do Japão, Cuba, Ioguslávia, França, Bélgica, Canadá, Chile, Argentina, Nova Zelândia, México, Coréia, Portugal, Grã-Bretanha, Venezuela, Rússia, Egito, Austrália, Tchecoslováquia, Brasil, e outros.
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