O DNA do Amor
Luís Gonçalves
Vai pouco além de um tiro de vista impregnado de razão que cruza a alma do vivente até o confim do prazer.
Um passo em compasso miúdo junto ao cúmulo de uma alma abatida. Sem trauma. Escorada pelo parapeito da graça. Sem o pavor da desgraça.
Uma simples vertente contaminada que atravessa a janela da vida tal como o raio seco do sol de verão. Vem de lábios vermelhos que mascam chiclete na magia que emana do afeto. De bocas ardentes que falam de tal. Desinibida.
Porém, comprometida. Como as seqüelas que não se aplicam. Mas que poluem as segundas e terceiras intenções. Semeia as pétalas da ilusão embaladas pelo vento febril da sedução. Convidando lobos e cordeiros para a dança do amor.
Detalhe que apenas contamina o humilde trono do trivial bem querer. De vidas loucas pouco varridas. Estacionadas em deleites de noites mal dormidas. Queridas.
Como as tuas pequenas querelas de carinho, lá vai ela. Estabanada na rabeira dessa agonia. Fobia. Saltitando rumo ao ignorado convento dos sonhos em mar de libidos aflorados.
Caminha pelas veredas da sorte dominando a esperança de viver e a entrega num turbilhão de notas indigesta o triste verso complexo de ser. Desconexo.
Apenas parte em meio ao pranto do peito rebocando os corações contaminados. Seduzidos pelas notas confusas, porém executadas em vagos momentos á sós.
Sinopse de um romance frugal. Que encharca a pele de desejo. Só isso.
A parte pobre daqueles minutos que voam quando deveriam estacionar. Que transforma a caça num surreal ponto polêmico da anatomia humana.
E o sentido do amor se resume nesse molejo de corpo. Que não consegue se libertar daquela vontade maluca de ser amado além da imaginação.
Quando soa a campainha do relógio do tempo o refluxo da realidade se rompe. A barragem da paz se desaba. É chegada á hora dos amantes se confrontarem com as corredeiras do destino.
A alma apenas suspira...
Sei que tudo na vida passa, até as uvas. Fui!... Com uma vontade maluca de ficar mais um pouquinho.
