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Poesias-->POEMA SOLÚVEL -- 11/09/2006 - 19:04 (José Jorge Batista Araújo) |
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Que poesia é essa
Que renega os sentimentos,
Entrega-se ao concreto
Sem qualquer inspiração?
Par da realidade crua,
Faz-se face bruta
No silêncio oculto que vem das ruas.
Nada sai sem explicação.
Todo sim todo não
Tem transpiração,
O olhar não penetra,
Planeja o horizonte
Que se quer desconstruir.
O resto rima sanguessugas
Com ladrões de pulgas.
Passa a limpo o plano do PT,
Faz sentença do verbo
Indefinido da razão poética.
Que poesia é essa
Que distrata a alma
E faz da coisa o objeto
Pronto para a antilira
Exposta em suas veias?
Não sei desvendar
Os sentimentos sem senti-los,
Tampouco posso
Produzir o nada absoluto,
Luto pelo interior
Sem intenção de resistir
Ao descontrole da emoção.
Faço verso de boca aberta,
Sem licença criativa,
Peço aprovação popular
Para não desistir
Do sonho inanimado
Da imprevisibilidade.
POEMA SOLÚVEL
Para João Cabral de Melo Neto
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