Nas ruas cinzentas,
Tendas abertas para o passado.
Cada corpo cruza
A sua trajetória
E alimenta os seus pecados.
Ainda somos bichos estranhos,
Lusitanos macacos
Que se trajam de homens
Na presença de Deus.
Não há porquê sem procura,
Não há cura sem achado,
De todo perdão a lição
De quem se doa à vida,
A visão de quem recebe
De volta a licença
Para aprender.
Eterno é o sonho
Que se revela na dor,
Na cor do sentimento
Que traduz em gestos
A feliz possibilidade
De recomeçar.
BICHOS ESTRANHOS
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